Canal Brazil UFO esclarece mistério do OVNI do Sacomã

Canal Brazil UFO esclarece mistério do OVNI do Sacomã
Sensação na Internet, desvendada pelo Brazil UFO: um paraquedas provavelmente liberado por um balão foi responsável por registro de OVNI do Sacomã (montagem com capturas do Pod Cast Brazil UFO - Youtube)

O caso do OVNI do Sacomã, o avistamento de um Objeto Voador Não Identificado que intrigou moradores da Vila Moinho Velho, em São Paulo, foi finalmente esclarecido. O registro intrigante foi feito no dia 20 de julho de 2025, às 3h35 da tarde, filmado a partir da Rodovia Anchieta. O objeto, que inicialmente gerou intensas especulações sobre sua natureza, revelou-se ser um paraquedas, provavelmente ejetado de um balão, uma modalidade até então pouco conhecida de pirotecnia.

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A elucidação do caso é resultado de uma minuciosa investigação de campo e colaboração da comunidade do bairro, liderada pelo youtuber Clayton Feltran, do canal Brazil UFO, dedicado à Ufologia.

O enigma começou com o registro de Samuel Kicut, que filmou um objeto peculiar flutuando no céu diurno em 20 de julho de 2025, um domingo, por volta das 15h30 da tarde. Sendo divulgado originalmente nas redes sociais do canal do Brazil UFO, a filmagem rapidamente chamou a atenção e viralizou atingindo milhares de usuários.

A estranha estabilidade e a trajetória retilínea do artefato desafiaram as explicações iniciais, alimentando teorias de naturezas diversas, desde objetos comuns levados pelo vento até uma tecnologia avançada e desconhecida. A imagem, com grande aproximação, mostrava uma forma aparentemente discoidal, ora translúcida, ora reflexiva, exigindo o máximo do zoom do celular utilizado na filmagem e uma boa dose de imaginação e interpretação dos seguidores.

Contudo, a persistência na busca por informações adicionais in loco e o engajamento direto com testemunhas na região foram cruciais para que o mistério fosse desfeito, confirmando uma origem terrena para o que muitos pensaram ser um fenômeno inexplicável.

A reportagem do Portal Vigília — que também visitou o Sacomã, sem muito sucesso na obtenção de informações diretas da ocorrência — entrevistou nesta segunda-feira, 25 de agosto, o youtuber Clayton Feltran, que comentou sua jornada de pesquisa, os desafios e aprendizados com a experiência.

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Diferentes capturas do suposto OVNI do Sacomã: grande distância, resolução prejudicada e registro em movimento geraram dúvidas (captura PodCast Brazil UFO - Youtube)
Diferentes capturas do suposto OVNI do Sacomã: grande distância, resolução prejudicada e registro em movimento geraram dúvidas (captura PodCast Brazil UFO – Youtube)

A gênese de uma quase lenda urbana

A jornada para desvendar o suposto OVNI do Sacomã começou com a filmagem de Samuel Kicut, um morador de São Bernardo. Enquanto dirigia pela Rodovia Anchieta em direção a São Paulo, ele capturou a imagem do objeto intrigante.

Samuel estimou que o objeto tinha uma largura considerável, aproximadamente o equivalente a duas janelas de um prédio, sugerindo um tamanho em torno de três metros. No vídeo, ele observou o que parecia ser uma janela ou mancha avermelhada que, ao descer, ficava branca.

Ao receber o vídeo de Samuel, Clayton Feltran, confiante da ampla visibilidade do canal, convenceu-se de que compartilhar o material poderia incentivar outras pessoas a fornecerem informações. As hipóteses levantadas na época — tanto por Clayton quanto por outros participantes do Brazil UFO Talks, nome do programa ao vivo organizado semanalmente pelo canal — incluíam a possibilidade de ser uma barraca infantil, algo que tivesse caído de um prédio devido ao vento, um estande de vendas ou, até, algo realmente insólito.

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Mesmo alguns colegas de live de Clayton no programa não concordaram inicialmente com as interpretações mais convencionais, preferindo a classificação de “não identificado” até que mais dados pudessem ser obtidos. Isso porque, apesar dessas sugestões, a estabilidade do objeto, que “não parecia se mover ao sabor do vento, forma aleatória”, destoava das experiências dos especialistas, embora seu movimento descendente fosse muito semelhante ao de um balão ou algo leve, ainda que mais pesado do que o ar e sem propulsão própria.

A decisão de Clayton de explorar as hipóteses mais céticas, como a de uma barraca ou balão, gerou críticas por parte de alguns espectadores que desejavam que o objeto fosse classificado como um OVNI genuíno. Ele defendeu a abordagem do programa, explicando que o Brazil UFO Talks se baseia em opiniões e que eles não são “donos da verdade”, mas sim pesquisadores que buscam a comprovação em campo. Ele considerou as críticas “naturais”, comparando a exposição na internet a “virar vidraça e tomar pedrada”.

Toda a fase inicial do mistério foi marcada pela incerteza e por um debate acalorado entre céticos e entusiastas, evidenciando a dificuldade em se chegar a um consenso sem evidências mais concretas. A busca por outros ângulos e testemunhos tornou-se essencial para a progressão da investigação, motivando o apresentador do canal a ir além da mera especulação e buscar a verdade no local do ocorrido.

Novas perspectivas e o ímpeto da investigação

A virada na investigação veio com o surgimento de um segundo vídeo, enviado por Leandro, outro morador do Moinho Velho, no Sacomã, e seguidor do canal. A gravação de Leandro, feita de um ângulo oposto ao de Samuel, foi fundamental. Ele descreveu o objeto como “uma espécie de paraquedas sem paraquedista” ou um “paraquedas de balão”, notando que, embora parecesse possuir “cordinhas” (que não ficam visíveis na sua filmagem à distância), sua estrutura e formato pareciam distintos dos paraquedas de balão comuns, facilmente localizáveis em vídeos no Youtube e redes sociais. Leandro, que estava mais próximo do objeto do que Samuel para o registro, afirmou categoricamente que “não se tratava de um OVNI”. Ele explicou que o que parecia ser uma luz na filmagem de Samuel era, na verdade, a luz do sol batendo na parte de cima do paraquedas, filmada por baixo.

Segundo vídeo do OVNI do Sacomã, obtido pelo morador Leandro, já indicava uma origem mais prosaica (captura PodCast Brazil UFO - Youtube)
Segundo vídeo do OVNI do Sacomã, obtido pelo morador Leandro, já indicava uma origem mais prosaica (captura PodCast Brazil UFO – Youtube)

Munido dessas novas informações, Clayton decidiu ir pessoalmente ao Sacomã para investigar. Sua primeira visita, em 14 de agosto de 2025, foi documentada em vídeo, e sua intenção era clara: mostrar o vídeo para os moradores na esperança de que alguém pudesse fornecer mais detalhes e quem sabe o ponto exato da queda. Embora não soubesse o local preciso, ele já trabalhava com a hipótese de que o objeto poderia ser algo levado pelo vento, “como uma cabana infantil ou um estande de vendas, mas a estabilidade do objeto no ar era um fator intrigante”, contou.

Durante sua incursão, Clayton conversou com um frentista de um posto de gasolina e com rapazes de um estacionamento. O frentista, embora não tivesse visto o objeto, mencionou que já haviam “circulado informações” sobre um “disco voador” no bairro, mas sem saber onde havia caído. Os rapazes do estacionamento, que moravam mais à frente, relataram ter ouvido pessoas de moto “indo atrás de um balão” durante a noite de domingo, na data do incidente. Essa informação, embora ainda vaga, sugeria a natureza terrena do objeto e a tentativa de resgate por seus proprietários.

A primeira ida de Clayton ao Sacomã, como ele próprio admitiu, o levou a alguns quarteirões de distância do local real da queda. A falta de um ponto exato e a natureza ainda incerta do objeto mantiveram o mistério, mas as informações coletadas, especialmente sobre o movimento de perseguição de baloeiros, fortaleceram a linha investigativa de que não se tratava de um fenômeno extraterrestre, mas sim de um artefato de origem conhecida, embora incomum.

O ponto final da investigação do OVNI do Sacomã

A solução definitiva para o mistério chegou no início da segunda quinzena de agosto de 2025, quando Robson Manzano, outro morador do Moinho Velho, entrou em contato com Clayton. Robson não apenas conseguiu indicar o local exato da queda, como também forneceu imagens do objeto em repouso.

Ele testemunhou o paraquedas caindo por volta das 15h35 do domingo, 20 de julho, e observou que ele permaneceu no telhado durante a noite, mas já não estava lá na manhã seguinte, indicando que havia sido resgatado. A localização exata foi confirmada como um prédio de esquina na Rua Ateneu com a Rua Américo Samarone, em frente ao Colégio Maria Odila.

Na última semana Clayton retornou ao local com a intenção de conversar com o morador da casa onde o objeto caiu para obter mais detalhes sobre o desfecho. Contudo, não conseguiu falar diretamente com ele na ocasião.

Posteriormente, Robson Manzano conseguiu contato com o proprietário, identificado como Durval, que declarou não ter visto nada e acreditava que “a molecada”, referindo-se aos donos do balão, o teria resgatado durante a madrugada. Isso explicava por que o objeto havia desaparecido do telhado sem deixar rastros.

Imagem esclarecedora: paraquedas provavelmente liberado por um balão caiu em telhado na região (captura PodCast Brazil UFO - Youtube)
Imagem esclarecedora: paraquedas provavelmente liberado por um balão caiu em telhado na região (captura PodCast Brazil UFO – Youtube)

Clayton obteve fotos dos restos do material, que ele descreveu como um tipo de papel muito leve, possivelmente o mesmo usado nos balões, que se rasgou ao ser puxado. As cores identificadas nos fragmentos eram preto (que no céu parecia translúcido), rosa, laranja e dois tons de verde (um mais azulado e outro amarelado). Com base no material e nas imagens, Clayton calculou que o objeto, quando inflado, teria o tamanho aproximado de um carro.

O desfecho, para Clayton, era “esperado”. Ele afirmou ao Portal Vigília:

“Eu só queria provar, né? Não adianta eu ficar falando porque senão vai ficar no achismo de novo”.

A conclusão final foi de que se tratava de um novo modelo de paraquedas liberado por um balão. Toda essa jornada foi apresentada neste domingo, 24 de agosto de 2024, num vídeo especial produzido pelo canal, com uma postura bastante séria e profissional que ganhou muitos elogios dos seguidores.

Incursão no Sacomã mostrou a importância da objetividade

A comprovação do caso serviu como um importante referencial para o canal Brazil UFO e para a comunidade ufológica, demonstrando que a investigação de campo é fundamental para distinguir o inexplicável do ainda não compreendido. Por melhor que seja a qualidade de uma imagem ou a emotividade de um testemunho, a realidade prática pode pregar peças, mesmo aos observadores mais experientes.

Enquanto o Brazil UFO avançava na elucidação do caso, o Portal Vigília também realizou sua própria incursão investigativa no Sacomã, adicionando uma camada de observação e contexto às peculiaridades do bairro. A reportagem do portal não encontrou testemunhas diretas ou indiretas que tivessem visto a queda do objeto, um dado muito curioso em uma área densamente povoada.

Local exato da queda do paraquedas, confundido com disco voador (Google Maps)
Local exato da queda do paraquedas, confundido com disco voador (Google Maps)

Para a visita, foi estabelecido um perímetro de busca dentro do qual foram ouvidos exaustivamente moradores e comerciantes em um raio de três a quatro quarteirões. Como os proprietários e clientes do estabelecimento “Refúgio”, na Rua Elba. O local serve espetinhos artesanais e estava aberto no dia do incidente, com mesas na calçada, mas não teve nenhum registro de tumulto, embora fique a menos de duas quadras de distância do local da queda. Da mesma forma, porteiros de prédios, botecos e frequentadores na área, barbeiros e funcionários de lanchonetes, ninguém tinha sequer ouvido falar do ocorrido ou dos vídeos na internet. A investigação baseou-se em um mapeamento prévio da provável área da queda feito pelos analistas do grupo de WhatsApp denominado “Os Casca Grossa da Ufologia”, que buscou otimizar a varredura local.

Embora o evento em si não tivesse testemunhas localizáveis, ficou evidente o efeito e a importância da pesquisa do Brazil UFO no local. Antes de qualquer notícia da incursão ser mencionada numa das abordagens da reportagem, a funcionária de uma lanchonete disse ter ouvido moradores comentando sobre “um rapaz passar correndo com uma câmera na cabeça”, associado ao episódio do “disco voador”. Certamente era uma referência ao trabalho de campo de Clayton Feltran em sua primeira visita. Também o frentista de um posto de gasolina se lembrou de Clayton perguntando sobre um “disco voador” ao seu colega de turno na primeira visita do youtuber ao local. Essas interações destacam a importância da presença do ufólogo nos locais de avistamento como forma de incentivar a revelação de outras perspectivas e informações.

O vento é um fator relevante na Vila Moinho Velho

Nas entrevistas do Portal Vigília, a conversa com o proprietário e os clientes de uma barbearia local ofereceu um insight ambiental relevante para a ocorrência. O proprietário do estabelecimento comentou que venta muito na região e ele próprio já havia testemunhado, na frente da barbearia, alguns meses antes, uma cadeira de praia voando de uma varanda de prédio vizinho, que por pouco não danificou o carro de um cliente.

Essa observação reforçou a plausibilidade de objetos leves serem carregados pelo vento, um elemento que inicialmente figurava entre as hipóteses para o suposto OVNI. A organização demográfica e a topografia do Moinho Velho colaboram para essa condição climática. O perímetro onde a ocorrência se deu é uma área de colina, e toda a região tem um clima de cidade do interior, com poucos prédios altos e uma forte circulação de ar o ano todo.

A menos de 2 quarteirões do local da queda, cruzamento da Rua Elba com a Rua Sava - clima de interior e muito vento. Comum na Vila Moinho Velho (foto Portal Vigília)
A menos de 2 quarteirões do local da queda, cruzamento da Rua Elba com a Rua Sava: clima de interior e muito vento, comuns na Vila Moinho Velho (foto Portal Vigília)

O desfecho do caso Sacomã, embora tenha revelado um objeto de origem terrena, foi considerado “muito positivo” por Clayton Feltran. O alcance do canal Brazil UFO foi fundamental para mobilizar a audiência e, assim, encontrar moradores como Leandro e Robson, cujas informações foram cruciais para a identificação do objeto. Para Clayton, o objetivo era “provar” o que era, em vez de deixar o caso na especulação, mesmo que isso implicasse enfrentar críticas por não apresentar um “OVNI verdadeiro”.

Cristiano Gonçalves, um dos participantes do Brazil UFO Talks, confessou que, inicialmente, sua opinião era de que o objeto era um OVNI, pois nunca havia visto um balão com aquele formato e tamanha estabilidade. Ele inclusive relatou que ex-baloeiros consultados também não conheciam aquele tipo de artefato. Contudo, após o esclarecimento do caso, Cristiano retificou sua opinião, enfatizando a importância de se buscar a verdade, mesmo que isso signifique estar errado. Ele destacou que “OVNI” significa apenas “Objeto Voador Não Identificado”, e não necessariamente uma nave extraterrestre, corrigindo uma percepção comum e muitas vezes equivocada.

A identificação do paraquedas de balão como um “novo modelo” se tornou uma experiência e um novo conhecimento para a comunidade ufológica, que agora pode incluí-lo em seu “catálogo” de referências para futuros avistamentos. O trabalho realizado pelo Brazil UFO, ao ir a campo e buscar a comprovação, serviu como um exemplo de pesquisa séria e responsável, em contraste com o sensacionalismo ou o “achismo”.

Este episódio também trouxe à tona a dificuldade que muitas pessoas, incluindo ufólogos, têm em aceitar explicações não ufológicas para fenômenos que, à primeira vista, parecem misteriosos. A honestidade em admitir todas as possibilidades e a busca incessante pela verdade, como demonstrado por Clayton e sua equipe, reforçam a credibilidade do trabalho investigativo. O caso Sacomã, portanto, transcende a simples identificação de um objeto, tornando-se uma aula sobre metodologia de pesquisa, resiliência diante de críticas e a constante evolução do conhecimento sobre fenômenos aéreos não identificados.

Jeferson Martinho

Jornalista, o autor é empresário de comunicação, dono de agência de marketing digital e assessoria de imprensa, publisher de um portal de notícias regionais na Grande São Paulo, fundador e editor do Portal Vigília. Apaixonado por Ufologia de um ponto de vista científico, é autor do livro "Nem Todo OVNI é Extraterrestre - Um guia para entusiastas da ufologia que não querem ser iludidos", disponível na Amazon.

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