Arquivo Nacional do Brasil antecipa liberação de 26 novos registros de OVNIs

Arquivo Nacional do Brasil antecipa liberação de 26 novos registros de OVNIs
Relatórios mostram situações incríveis, como o avistamento de um OVNI na forma de um gigantesco triângulo escuro descrito como 'asa delta' Iilustração)

Já faz algum tempo que o Arquivo Nacional do Brasil disponibilizou ao público uma extensa coleção online de registros de avistamentos e relatórios de Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs), abrangendo dados desde o anos de 1952, com 893 registros compilados até o ano passado, incluindo documentos, fotos, áudios, desenhos e relatórios. Esses dados estão disponibilizados num catálogo específico, acessível através do Sistema de Informações do Arquivo Nacional, o SIAN, com a denominação de “Fundo BR DFANBSB ARX – Objeto Voador Não Identificado” (disponíveis em https://sian.an.gov.br/sianex/Consulta/resultado_pesquisa_new.asp – é preciso fazer login com uma conta Gov.br para acessar).

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Uma nova coletânea de divulgação online oficial para essa coleção estava originalmente agendada para 13 de junho de 2025, mas foi antecipada de surpresa, pegando especialistas desprevenidos. Além dessa coleção principal, o Arquivo Nacional tornou acessíveis os registros mais recentes de 2024, que são adicionados anualmente com base em dados da Força Aérea. Este movimento ocorre em um momento de maior visibilidade midiática sobre o tema OVNI.

A coleção disponibilizada pelo Arquivo Nacional consiste em 26 relatos não avaliados oficialmente, conforme explicado pelo próprio órgão. Isso implica que a inclusão de casos e materiais na coleção não valida o status ou a natureza dos fenômenos descritos ou demonstrados. Ou seja, não há uma confirmação oficial sobre a origem ou a autenticidade do que foi registrado. Presumivelmente, a maioria dos casos pode, inclusive, ter explicações convencionais, enquanto outros continuam “intrigantes”.

Registro de avistamento de OVNI por piloto. Crédito: Arquivo Nacional
Registro de avistamento de 7 OVNIs por piloto. Crédito: Arquivo Nacional

Para consultar os documentos, é preciso criar uma conta GOV ou acessar com dados de um cadastro pré-existente. Cidadãos estrangeiros também podem se cadastrar e acessar o sistema, selecionando a opção “Estrangeiro” durante o preenchimento da documentação e indicando seu país. Após o login, o caminho para encontrar os arquivos de OVNIs é seguir o menu “Favoritos” e selecionar o item “Objetos Voadores Não Identificados”.

Detalhes dos registros e casos de objetos voadores  recentes

Os arquivos digitais contêm fichas sobre as ocorrências. O registro BR DFANBSB ARX.0.0.889, por exemplo, detalha um avistamento em Cascavel, Paraná, às 00:00 do dia 5 de janeiro de 2024. O observador, um piloto, relatou ter visto “cinco OVNIs circulares brancos, pequenos e rápidos” a cerca de 3 km de distância em céu aberto. Outras fichas de 2024 listam ocorrências em diferentes localidades do Brasil, como:

  • Campo Grande, Mato Grosso do Sul (registros 895 e 896)
  • Tocantins (registros 897 e 901, o último próximo a Palmas)
  • Cascalho Rico, Minas Gerais (registro 902)
  • São José dos Campos, São Paulo (registro 904)
  • Goiás (registro 908)
  • Próximo a Mossoró, Rio Grande do Norte (registro 912)

Todos os registros são compostos de relatórios respondidos pelos observadores, fornecendo informações sobre sua escolaridade e se possuem conhecimentos técnicos sobre aviação, meteorologia ou mesmo OVNIs. Uma análise superficial dos dados de 2024 coletados de relatos de pilotos poderia indicar que o Paraná é o estado com o maior número de avistamentos, mas é preciso levar em conta que trata-se de um conjunto de dados muito específico, com uma amostra relativamente pequena.

Relatos curtos e objetivos de óvnis, mas intrigantes

Em alguns casos os fenômenos parecem exibir uma capacidade de interferência inteligente nos equipamentos de aeronaves, segundo os pilotos. Um exemplo é a descrição de um fenômeno que supostamente enviou um “sinal de transponder” para o sistema TCAS do piloto (Traffic Collision Avoidance System), uma ação “totalmente bizarra” que parece alertar a aeronave sobre a presença do objeto. Essa habilidade de interferir com aviônicos já foi observada em casos reportados em diversos registros em todo o mundo.

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Grande parte dos relatórios aparentemente vem de pilotos ou tripulantes de voos civis, embora tenham sido submetidos através de órgãos militares. Os casos são todos chamados de “ocorrências de Tráfego Hotel” – o código oficial para o que popularmente conhecemos como OVNIs ou, mais tecnicamente, Fenômenos Aéreos Não Identificados (FANI).

Entre os 26 formulários disponibilizados, alguns relatos de 2024 saltam aos olhos pela natureza dos avistamentos e pelos detalhes técnicos que os acompanham.

O enigma da “asa delta” parada a 40.000 pés

Entre os casos mais enigmáticos está o relatório de um voo ocorrido em 1º de agosto de 2024, às 20:45Z (horário universal), em algum ponto da Aerovia UZ21, a incríveis 40.000 pés de altitude (FL400, pouco mais de 12 mil metros de altitude). A descrição dificulta a localização exata, uma vez que a UZ21 começa em Pernambuco e termina pouco depois de Curitiba, no Paraná, cruzando Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro no caminho.

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O formulário descreve o objeto como tendo a forma de uma “asa delta”, de tamanho “grande” e cor “preta”. E o mais intrigante: ele estava completamente “estático” no céu. O observador, alguém com conhecimentos técnicos de aviação e meteorologia, não detectou som, rastro ou qualquer sinal de propulsão.

Parte do relatório do encontro com uma "asa delta" grande e preta, a 40 mil pés de altitude. (Reprodução: Arquivo Nacional)
Parte do relatório do encontro com uma “asa delta” grande e preta, a 40 mil pés de altitude. (Reprodução: Arquivo Nacional)

O paradoxo do TCAS

Entre os relatos há também diferenças curiosas em relação ao comportamento dos instrumentos das aeronaves envolvidas nas observações, entre elas o dispositivo denominado TCAS (que pode ser traduzido como “sistema de prevenção de colisões de tráfego”). Este sistema é fundamental na aviação moderna, projetado para que aeronaves equipadas com transponders (que emitem sinais de identificação) possam “ver” umas às outras e evitar colisões. Ele é, essencialmente, um equipamento de tráfego aéreo convencional.

No dia 14 de julho de 2024, próximo a Cuiabá, foram avistados sete objetos descritos como “semelhantes a estrelas”, de cor “branca e vermelha”, movendo-se a velocidades “muito acima da velocidade do som” e a mais de 45.000 pés (a altitude máxima operacional de um avião comercial de passageiros chega a 43 mil pés). O observador relatou que os movimentos eram “controlados e inteligentes”, com os objetos parecendo interagir entre si. Apesar dessa performance extraordinária e da presença de sete “intrusos” no espaço aéreo, o relatório afirma categoricamente: “O TCAS NÃO INDICAVA NADA”. Isso sugere que os objetos não eram “aeronaves” convencionais, no sentido que o TCAS espera.

Mas algo oposto ocorreu em 30 de dezembro de 2024, próximo a Campo Grande, MS. Um piloto reportou uma luz solitária a 2.000 pés, que mudava de cor (branca, azul, lilás, vermelho), acendia e apagava intermitentemente e subia lentamente. Este objeto, de baixa performance comparado aos de Cuiabá, foi DETECTADO PELO TCAS da aeronave! Mais ainda, a “intermitência da coloração foi registrada diante da câmera da Torre” de controle.

A detecção pelo TCAS, que é projetado para aeronaves convencionais, em um evento FANI é um dado extremamente peculiar e levanta mais perguntas do que respostas.

Vídeos e fotos: as provas que faltam

Um fio condutor em muitos desses relatórios oficiais é a menção à existência de provas físicas. O caso dos sete objetos supersônicos de Cuiabá afirma que existem “fotos e vídeos”. O avistamento de cinco objetos circulares em Cascavel, em 05 de janeiro de 2024, também teve registro em vídeo. Mesmo o incidente de Campo Grande contou com “dados do equipamento da ACFT” e o registro da “câmera da torre” [de controle] (ACTF é uma abreviação em inglês de aircraft, ou aeronave).

No entanto, apesar dessas menções explícitas nos formulários, nenhum desses materiais audiovisuais ou dados brutos foi incluído no lote de documentos liberados pelo Arquivo Nacional. Apenas os formulários preenchidos vieram a público.

Estes são apenas alguns exemplos dos 26 formulários liberados, mas eles delineiam um quadro intrigante. Relatos de objetos com formas e comportamentos diversos – desde a asa delta silenciosa e estática, passando por esquadrilhas supersônicas inteligentes, até luzes solitárias detectadas por sistemas convencionais. Os observadores variam de cidadãos comuns a pilotos experientes e controladores de tráfego aéreo.

A liberação desses documentos pela FAB, via Arquivo Nacional, é um passo importante para a transparência. No entanto, as informações contidas neles, especialmente as menções a evidências visuais e de sensores que não foram divulgadas, abrem um leque ainda maior de perguntas. O que a Força Aérea Brasileira ainda guarda sobre esses “tráfegos hotel”? As investigações continuam? Uma coisa é certa: o céu sobre o Brasil continua sendo palco de fenômenos aéreos que desafiam explicações simples e a intrigar tanto o público quanto as autoridades.

Redação Vigília

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