Áudios inexplorados revelam ocultação militar em Roswell, mas reforçam explicação terrestre

Áudios inexplorados revelam ocultação militar em Roswell, mas reforçam explicação terrestre

Uma descoberta recente chamou atenção da comunidade interessada em casos históricos envolvendo OVNIs: o perfil @ATUnexplained (All Things Unexplained), na plataforma X, revelou em primeira mão que entre documentos liberados pelo Arquivo Nacional dos EUA foram encontrados trechos de áudios até então desconhecidos de uma entrevista com o físico Charles B. Moore, figura-chave na narrativa sobre o Caso Roswell. O conteúdo, que se espalhou rapidamente, foi posteriormente discutido no podcast Vetted, apresentado por Patrick Scott Armstrong, aprofundando as implicações das novas revelações.

----publicidade----

 

 

São quatro áudios, totalizando cerca de três horas, nos quais Moore detalha informações relacionadas ao projeto ultrassecreto Mogul — a iniciativa que visava monitorar testes nucleares soviéticos por meio de balões de alta altitude — e suas conexões com o caso Roswell. Um trecho específico, de cerca de 1 minuto e meio, extraído do minuto 19:59 do quarto áudio, trouxe à tona uma polêmica que, ao mesmo tempo em que confirma práticas de ocultação ilegal de informações dentro da Força Aérea, também esvazia a expectativa de quem busca em Roswell evidências de tecnologia não-humana.

No trecho, Moore relata que documentos relacionados a Roswell estariam armazenados “off record”, literalmente “fora do registro”, em baús no porão do Coronel Marcellus Duffy, da USAF. Ele diz: “Certo, são coisas que ele desenterrou com o Coronel Duffy e ele quer ter certeza de que elas não sejam liberadas para os outros entusiastas de OVNIs”. Moore também confirma que havia um esforço consciente para evitar que tais informações fossem obtidas via FOIA (Freedom of Information Act), mecanismo legal que garante acesso a documentos públicos nos EUA. Segundo ele, o então Coronel Weaver teria prometido arranjar a comunicação de maneira privada para que os materiais não entrassem no domínio público.

A preocupação principal não era esconder uma verdade extraordinária sobre visitantes de outro mundo, mas sim proteger a confidencialidade de documentos ligados ao Projeto Mogul e manter o emprego e reputação de envolvidos como Duffy. Aparentemente era uma ação motivada por interesses burocráticos e corporativos, não por uma conspiração malévola em grande escala.

----publicidade----

Importante destacar que, embora as informações iniciais divulgadas por @ATUnexplained e Vetted sugerisse que Robert Todd teria articulado diretamente essa retenção de informações, a análise detalhada dos áudios mostra que a iniciativa partiu de Duffy e possivelmente de Weaver. Todd apenas seria o destinatário final dos documentos, conforme controle planejado por esses oficiais.

Além disso, Moore cita uma nota de Dave Atlas, afirmando que Duffy possuía “baús cheios de documentos que não eram classificados” guardados em seu porão. Embora não fossem secretos no sentido técnico, estarem armazenados de maneira informal reforça a dificuldade de acesso público e a ausência de catalogação oficial, prática que prejudicava o esclarecimento pleno sobre os eventos de 1947.

----publicidade----

No entanto, para quem esperava que os áudios trouxessem nova munição para a teoria de que o Caso Roswell envolveu uma nave extraterrestre, o conteúdo geral da entrevista é um balde de água fria. Em toda a conversa, Charles Moore insiste que os destroços encontrados na fazenda de Mac Brazel eram absolutamente compatíveis com balões do Projeto Mogul.

Moore descreve com minúcia como materiais como madeira balsa, folha de alumínio e fitas decoradas (fornecidas por uma fábrica de brinquedos) podiam explicar a aparência incomum dos fragmentos recuperados. Ele também menciona que Sheridan Cavitt, o agente militar enviado para inspecionar o local, identificou na hora que se tratava de um balão meteorológico ou de algo muito próximo disso.

Ao ser questionado sobre o surgimento da narrativa de OVNIs em torno de Roswell, Moore atribui a confusão a uma mistura de fatores: sensacionalismo da imprensa local, a tentativa militar de proteger projetos secretos e acidentes não relacionados na região, como seguidas quedas de aeronaves militares B-29. Não há, em momento algum, qualquer menção de Moore a fenômenos que não pudessem ser explicados dentro dos parâmetros da tecnologia terrestre da época.

_________

Confira na Loja do Portal Vigília: Camiseta Roswell Incident – Linha Quality Casos Famosos

_________

O objetivo da entrevista, conduzida no âmbito de uma investigação do GAO (Government Accountability Office) sobre o incidente, era justamente averiguar a plausibilidade da explicação do Projeto Mogul, linha que Moore reforça de maneira constante e técnica.

Em resumo, a liberação desses áudios serve como um raro vislumbre de como documentos importantes podem ser mantidos fora dos arquivos públicos não por ordens diretas de um “deep state” maligno, mas por decisões individuais motivadas por pequenos interesses, medos e preocupações profissionais. A prática de ocultação existiu, sim, mas ao menos aparentemente não como parte de uma conspiração para esconder visitantes interplanetários — e sim para proteger operações de segurança nacional e, no fim das contas, carreiras individuais.

A revelação desses detalhes ajuda a esclarecer as complexidades reais por trás do Caso Roswell: talvez menos uma história de acobertamento cósmico, mais uma história muito humana de sigilo militar, burocracia e interesses pessoais. Mas claro, sem transparência total, e quando até mesmo os Arquivos Nacionais dos EUA ainda colocam esse tipo de registro fora do grupo específico de informações sobre OVNIs/UAPs liberadas, sempre persistirá a pulga atrás da orelha na comunidade de entusiastas da Ufologia.

Redação Vigília

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

×