Bramon desvenda o mistério do OVNI que “saiu” de cratera na Lua

O registro de um objeto que parecia emergir de uma cratera lunar, capturado por um entusiasta de astronomia amadora em Alphaville, Barueri, e que repercutiu amplamente na internet, foi solucionado por especialistas brasileiros. O inusitado avistamento, inicialmente classificado como um fenômeno de natureza radicalmente diferente e anômala, foi identificado como um corpo de foguete chinês que passava em órbita da Terra.
O registro foi feito pelo entusiasta em astronomia Ericson Caldana, morador de Alphaville, Barueri (SP), em 3 de agosto de 2025, por volta das 21h30. O vídeo, que circulou em diversos locais e foi tema de matéria no Portal Vigília, mostrava o que parecia ser uma “bolinha” subindo, saindo da região de uma cratera na Lua.
A investigação e a triangulação de dados
Para desvendar a filmagem, que gerou uma discussão acalorada na internet, grupos de pesquisa se debruçaram sobre os dados. Um minucioso trabalho de investigação foi realizado pelo pessoal da Bramon (Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros), com a participação de Marcelo Zurita e Ari Martins (Astronauta Urbano) e virou notícia no Canal do Schwarza.
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A chave para o esclarecimento do caso estava na triangulação das informações: a data, o horário exato e a localização do observador em Barueri. Com esses dados em mãos, a equipe pôde fazer uma busca em bancos de dados para tentar identificar qualquer objeto que estivesse passando no céu exatamente naquele momento.
Marcelo Zurita revelou que a análise apontou para a passagem de um objeto conhecido: o corpo de foguete Longa Marcha 3A (Chang Zheng 3A), de origem chinesa.
“O horário exato que o rapaz fez a observação foi o horário exato que esse foguete passou na frente da lua,” explicou o vídeo do Canal do Schwarza, detalhando a descoberta.
O pesquisador utilizou a base de dados de satélites para rastrear a trajetória do objeto, confirmando que ela se encaixava perfeitamente no campo de visão capturado por Ericson. Além disso, os cálculos de velocidade aparente do objeto, vistos no vídeo, eram compatíveis com a velocidade de um corpo em órbita da Terra.
O efeito da camuflagem
Um dos aspectos mais intrigantes do registro era a impressão de que o objeto estava emergindo da cratera. A equipe da Bramon forneceu uma explicação plausível para este efeito óptico.
O corpo do foguete é um objeto claro, e a Lua também é brilhante. Ao passar pela parte iluminada da superfície lunar, o objeto se “confunde” ou fica “camuflado” contra o brilho de fundo. Somente quando ele passa pelas partes mais escuras — como a sombra de uma cratera ou a borda escura da Lua — é que ele se torna visível. Essa transição repentina de invisível para visível deu a ilusão de que a esfera luminosa estava “saindo de dentro da cratera” e se movendo “diretamente para o espaço”, como Ericson descreveu inicialmente.
A solução do mistério demonstra a importância da análise técnica e do uso de bancos de dados para diferenciar fenômenos conhecidos (como detritos espaciais em órbita) de possíveis anomalias. O Canal do Schwarza parabenizou o trabalho do pessoal da Bramon, do Astronauta Urbano e de Ari Martins pela “triangulação de informação” e por chegarem a uma hipótese “bem plausível” para explicar o avistamento. O Portal Vigília faz suas as palavras do canal!