E-mails do Pentágono revelam estratégias internas e controvérsias sobre vídeos de UAPs

Uma nova leva de e-mails internos do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, obtida pelo site The Black Vault por meio da Lei de Acesso à Informação (FOIA), expõe como o Pentágono lidou com o crescente interesse público e midiático em torno dos célebres vídeos “Gimbal”, “FLIR” e “GoFast” — registros de supostos fenômenos aéreos não identificados (UAPs) capturados por pilotos da Marinha americana.
Originalmente, o The Black Vault solicitou toda a correspondência envolvendo a porta-voz do Pentágono, Susan Gough, relacionada aos vídeos. A resposta inicial do governo foi tímida: apenas 12 páginas foram liberadas, sugerindo que a comunicação relevante se limitava a uma lista privada de e-mails da qual Gough fazia parte. Após uma apelação, o volume de documentos divulgados saltou para 264 páginas, revelando que o papel de Gough era central nas estratégias de comunicação sobre UAPs dentro do Escritório do Secretário de Defesa (OSD).
Os e-mails revelam uma complexa rede de discussões entre autoridades militares, cientistas, pesquisadores, jornalistas e até mesmo cidadãos comuns. Entre os temas abordados, destacam-se:
Estratégias de comunicação: o Pentágono monitorava de perto as solicitações da imprensa, preparando respostas padronizadas e orientações internas para evitar contradições ou vazamentos de informações sensíveis.
Debates científicos e controvérsias: as mensagens incluem trocas sobre a interpretação dos vídeos, com argumentos que vão do ceticismo científico à defesa de explicações convencionais, passando por acusações de desinformação e distorção de dados por parte de figuras públicas, como o ex-diretor do AATIP, Luis Elizondo.
Proteção de informações sensíveis: trechos dos e-mails foram censurados sob justificativas de sigilo e privacidade, especialmente quando envolviam deliberações internas, orientações legais ou identidades de indivíduos. O Pentágono justificou a retenção de certos dados alegando riscos à segurança nacional.
Aparentemente, no entanto, as comunicações não questionavam a validade dos vídeos ou suas possíveis interpretações por parte da comunidade ufológica ou do público em geral. A preocupação central do Departamento de Defesa era evitar que detalhes sobre operações militares, capacidades tecnológicas e táticas fossem expostos a adversários.
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Em comunicados oficiais e respostas a pedidos de liberação de novos vídeos, o governo reiterou que a divulgação poderia “prejudicar a segurança nacional ao fornecer informações valiosas sobre operações, vulnerabilidades e/ou capacidades da Marinha”.
Os e-mails também mostram como o Pentágono se esforçou para equilibrar transparência e resguardo de informações, diante do aumento do interesse público e científico sobre os UAPs. O material inclui desde pontos de discussão internos até comentários externos, abrangendo desde debates técnicos até acusações de desinformação.
Os documentos obtidos pelo The Black Vault reforçam a importância do jornalismo investigativo e do acesso à informação para entender como autoridades militares lidam com fenômenos ainda pouco compreendidos, ao mesmo tempo em que revelam a complexidade e as controvérsias que permeiam o debate sobre os vídeos de UAPs.