Ministério da Defesa do Japão considera criação de escritório para UAP após pressão de legisladores

Ministério da Defesa do Japão considera criação de escritório para UAP após pressão de legisladores
Japão é pressionado por parlamentares a criar seu próprio escritório de investigação de UAPs (Ilustração gerada com IA Gemini)

Em um movimento que ecoa as iniciativas de outras potências mundiais, o Ministério da Defesa do Japão está sendo pressionado a estabelecer um escritório dedicado à análise de Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs), agora formalmente denominados Fenômenos Anômalos Não Identificados (UAPs). A solicitação formal foi entregue por um grupo bipartidário de legisladores em uma reunião nesta sexta-feira, 16 de maio, conforme reportou o site Kodo News, um dos principais veículos da influente agência de notícias japonesa.

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O grupo de parlamentares, liderado pelo ex-ministro da Defesa Yasukazu Hamada, do Partido Liberal Democrata, apresentou uma proposta contundente ao atual ministro da pasta, Gen Nakatani, enfatizando que os avistamentos de UAPs representam “preocupações sérias e realistas” para a segurança nacional do país asiático. A iniciativa surge em um contexto global de crescente atenção aos relatos de objetos voadores inexplicáveis, com governos e agências de defesa revendo suas abordagens diante do fenômeno.

“Nosso país ficou para trás na resposta aos UAPs, enquanto garantir a segurança no espaço aéreo e nas águas territoriais é uma questão urgente”, declarou o grupo de legisladores, demonstrando uma postura de alerta em relação ao tema.

Inspirados pela estrutura estabelecida nos Estados Unidos, os parlamentares japoneses propuseram a criação de uma contraparte nipônica do Escritório de Resolução de Anomalias em Todos os Domínios (All-domain Anomaly Resolution Office – AARO), órgão do Pentágono fundado em 2022. A discussão parlamentar que culminou agora com a proposição começou em meados de 2024.

O AARO, nos Estados Unidos, tem como missão central liderar os esforços de investigação de UAPs sob uma perspectiva científica rigorosa e utilizando uma abordagem baseada em dados. A iniciativa japonesa busca replicar essa estrutura, visando uma análise mais aprofundada e organizada dos casos de avistamentos que possam surgir. A proposta dos legisladores japoneses não se limita à criação do escritório. Eles também defendem que o novo órgão seja obrigado a reportar regularmente o progresso de suas investigações ao parlamento japonês e a divulgar informações relevantes ao público em geral. Adicionalmente, o grupo propôs a realização de análises científicas detalhadas dos dados coletados, com o objetivo de identificar potenciais ameaças à segurança do Japão.

Ao receber a proposta, o Ministro da Defesa, Gen Nakatani, adotou um tom receptivo, afirmando que o ministério “fará esforços para atender às expectativas” do grupo de legisladores, que foi formalmente estabelecido no ano anterior. A declaração do ministro sinaliza uma possível mudança na postura oficial do Japão em relação aos OVNIs, tema que historicamente recebeu menos atenção pública no país em comparação com os Estados Unidos.

Este desenvolvimento no Japão ocorre em um momento de crescente debate global sobre a natureza e as implicações dos UAPs. Outros países também têm demonstrado um interesse renovado em investigar esses fenômenos, impulsionados por relatos de pilotos militares e pela divulgação de informações antes consideradas confidenciais. A pressão dos parlamentares japoneses reflete uma percepção de que a questão dos OVNIs não pode mais ser ignorada e exige uma resposta coordenada e transparente por parte do governo.

A criação de um escritório dedicado aos UAPs no Ministério da Defesa do Japão representaria um passo significativo no reconhecimento da importância do tema para a segurança nacional. A medida também poderia fomentar uma maior colaboração internacional na coleta e análise de dados relacionados a esses fenômenos, contribuindo para uma compreensão mais abrangente do que podem ser esses objetos e suas origens.

Redação Vigília

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