Na Argentina, luz misteriosa hipnotiza gado e gera sigilo de segurança nacional

Na Argentina, luz misteriosa hipnotiza gado e gera sigilo de segurança nacional
Na Argentina, luz misteriosa hipnotiza gado e gera sigilo de segurança nacional (Imagem gerada por IA)

Uma ocorrência luminosa anômala sobre um campo rural na Argentina, em agosto de 2025, desencadeou uma cadeia de eventos que culminou em um raro caso de sigilo de Estado para um avistamento não identificado. O fenômeno, descrito por testemunhas como um orbe de luz branca com reflexos violetas, surgiu na fria noite de 14 de agosto de 2025, por volta das 22 horas, no pacato povoado agrícola de Candioti, na província de Santa Fé.

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A aparição silenciosa pairou sobre o pasto e provocou uma reação intensa e bizarra no gado e nos cavalos de uma propriedade, que entraram em pânico ou giraram em círculos, aparentando estarem hipnotizados pela fonte luminosa. A luz permaneceu imóvel por aproximadamente cinco minutos, antes de se mover lentamente, ganhar altitude e desaparecer sem deixar rastros.

O que começou como um relatório policial de rotina escalou rapidamente para instâncias governamentais superiores, e, cerca de dois meses após o incidente, as autoridades argentinas classificaram o expediente como “confidencial”. A decisão, baseada em normativas que preveem exceções por razões de segurança pública e nacional, impediu o acesso público aos documentos da investigação. Esse sigilo oficial transformou o avistamento em um mistério administrativo, sugerindo que o fenômeno, de origem incerta (possivelmente ufológica, militar ou natural), continha elementos considerados sensíveis para a segurança do Estado.

O avistamento OVNI e a reação no campo

A tranquila noite de 14 de agosto foi interrompida em Candioti por relatos de vizinhos curiosos que observaram uma “luz flutuante” sobre uma propriedade rural ao norte da comunidade. Intrigado e preocupado com a natureza dos avisos, Sergio Oreggioni, o presidente comunal de Candioti, entrou em contato com a Comissaria 22 da localidade, solicitando o envio de uma viatura para investigar o ocorrido.

Um agente policial foi designado para a área e, a caminho, teve o fenômeno confirmado pela presença de um trabalhador rural. O cuidador de um estabelecimento ganadeiro acenava desesperadamente na escuridão. Segundo o relato registrado pelas autoridades, o homem disse ao agente que o gado estava “fora de si”. A cena observada pelo subinspetor da Comissaria 22 era incomum e difícil de ser explicada.

 

O policial observou dezenas de vacas que giravam em círculos, numa condição descrita como se estivessem “hipnotizadas pela luz que pairava silenciosamente sobre o pasto”. A luminosidade, descrita no parte oficial como intensa e, ao mesmo tempo, suave, emitia pulsos brancos e violetas enquanto flutuava a poucos metros do solo. Além do gado, os cavalos também reagiram de forma violenta, correndo desorientados, relinchando e colidindo contra as cercas, destruindo-as em meio à poeira.

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O fenômeno durou cerca de cinco minutos. A luz então se moveu lentamente, ganhou altitude e desapareceu de forma abrupta e silenciosa. O relatório oficial detalhou que a luz se esvaiu “sem ruído algum — sem explosão, sem rastros, sem fuligem”. Assim que o clarão sumiu, a calma retornou instantaneamente aos animais, que voltaram ao comportamento normal “como se nada tivesse ocorrido”.

A escalada para o sigilo de estado

O relatório detalhado do policial foi incorporado ao informe de rotina, mas rapidamente foi encaminhado às autoridades provinciais, escalando para instâncias superiores. Dias após o incidente, investigadores e representantes da Comuna foram notificados de que o expediente havia sido colocado sob sigilo oficial, classificado como questão de “segurança pública e nacional”. Essa decisão surpreendeu até mesmo pesquisadores experientes.

A classificação como segredo de Estado chamou a atenção da presidente do Centro de Estudos de Fenômenos Aeroespaciais (CEFORA), Andrea Pérez Simondini, uma das principais ufólogas argentinas e referência nacional no tema. Simondini tentou solicitar formalmente acesso ao documento por meio da Lei Nacional 27.275 de Acesso à Informação Pública, buscando entender a razão do sigilo em um caso rural.

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A solicitação de acesso, protocolada e registrada sob o número de expediente 00101-0333678-6, foi negada de forma taxativa pelas autoridades. A notificação oficial, assinada em 14 de outubro, citou como base legal para a restrição três normativas: a Lei Nacional 27.275, a Lei Provincial 14.256 e o Decreto 692/2009. Essas leis permitem o sigilo de informações quando o conteúdo é considerado sensível à segurança nacional ou ligado à inteligência do Estado.

Para estudiosos da ufologia e da transparência pública, essa atitude das autoridades de recorrer ao sigilo administrativo por motivos de segurança nacional é um ponto fora da curva. A imposição do segredo sugere que o fenômeno envolveu, direta ou indiretamente, alguma “variável sensível, seja tecnológica, estratégica ou política”. A presidente do CEFORA, Andrea Pérez Simondini, que há anos acompanha o tema, destacou a anomalia, pois na maioria dos avistamentos em zonas rurais, as investigações permanecem abertas e acessíveis.

Resta saber se o órgão oficial da Argentina para o estudo de fenômenos aeroespaciais, o CIAE (Centro de Identificação Aeroespacial) vai se manifestar acerca do episódio em seu próximo relatório anual. Ligado à Força Aérea Argentina, o Centro desenvolve um trabalho excepcional na análise de fotos e vídeos de OVNIs nos céus do país, contando com a colaboração de analistas internacionais de renome.

Raio globular parecido com óvni enorme sobre uma cidade durante uma tempestade (Ilustração Portal Vigília/Bing/Dall-E2)

O enigma da hipnose animal

O elemento mais intrigante do incidente de Candioti foi o comportamento anômalo do gado. Vacas e cavalos entraram em desespero e descontrole na presença da luz, girando em círculos, seguido por uma calma absoluta após o seu desaparecimento. Este tipo de alteração no comportamento animal — pânico, confusão ou submissão diante de luminosidades intensas e silenciosas — é amplamente relatado na literatura ufológica, remontando a décadas de investigação de campo.

Especialistas sugerem que essas reações violentas e imediatas podem indicar interferências eletromagnéticas ou ultrassônicas, energias capazes de afetar o sistema nervoso de espécies sensíveis. Tal hipótese é explorada em estudos sobre fenômenos similares, como as famosas mutilações de gado, relatadas na Argentina, Brasil e Estados Unidos. Contudo, mesmo com o caso de Candioti se somando a uma longa casuística envolvendo OVNIs e animais, ainda não há consenso científico sobre o mecanismo exato que causou a alteração comportamental dos rebanhos.

Desde a divulgação parcial do incidente, várias hipóteses foram levantadas. A teoria ufológica, defendida por parte da comunidade de pesquisa argentina, vê na descrição do fenômeno — luz silenciosa, imóvel, efeitos no ambiente e ausência de rastros — uma ocorrência clássica de natureza não convencional. O desaparecimento abrupto da luz e a falta de qualquer ruído ou fuligem reforçam essa linha de raciocínio.

Uma teoria alternativa, fortalecida pela classificação oficial como “segurança nacional”, sugere uma operação militar confidencial. Essa linha propõe que a luz poderia ser um teste de equipamento de monitoramento aéreo, como drones ou dispositivos de vigilância. No entanto, a reação coordenada do gado e a ausência de ruído diminuem a plausibilidade de um experimento tecnológico convencional conhecido.

Há também hipóteses naturais que tentam explicar o fenômeno, incluindo o earth light phenomenon. Este termo descreve luzes produzidas por descargas elétricas no solo ou emissões de gás ionizado, tipicamente vistas em zonas de instabilidade tectônica ou magnética. Contudo, a precisão do relato sobre a duração do evento e o comportamento específico dos animais diferenciam o caso de Candioti de uma simples anomalia atmosférica. Embora uma minoria cética proponha erro de percepção, a presença de um agente policial e a existência de registros administrativos oficiais indicam que o evento foi considerado real e relevante pelas próprias autoridades que o classificaram como segredo.

O caso de Candioti se insere em um contexto de recorrência, visto que a província de Santa Fe é historicamente considerada um “ponto quente” da casuística argentina, com múltiplos relatos de esferas e luzes flutuantes em cidades como Laguna Paiva, Nelson e Recreo nas últimas décadas. Ao reunir testemunhos diretos, interferência em animais, presença policial e, por fim, o selo de sigilo governamental, o episódio se destaca. Enquanto o expediente nº 00101-0333678-6 permanece sob chave, a única certeza é o mistério que continua a desafiar a compreensão, com o silêncio oficial alimentando a sensação de que algo realmente fora do comum ocorreu naquela noite.

 

Redação Vigília

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