Rumor: Trump pode revelar extraterrestres, mas ceticismo e barreiras políticas persistem

O rumor de que Donald Trump estaria na iminência de confirmar a existência de vida extraterrestre (ETs) ganhou intensa circulação nas redes sociais, incluindo YouTube, TikTok e Instagram, nestas semanas finais de 2025. A onda de especulação coincidiu com a estreia do documentário “The Age of Disclosure” (A Era da Revelação), que alega um acobertamento de 80 anos por parte do governo dos EUA sobre inteligência não humana (NHI). A fonte inicial do boato foi uma entrevista concedida por Dan Farah, diretor do filme, à Entertainment Weekly em 21 de novembro. Farah sugeriu que o lançamento do seu filme poderia catalisar o anúncio presidencial.
A declaração de Farah na Entertainment Weekly de que o filme estava “100% em seu [de Trump] radar” e que o ex-presidente tinha sido informado sobre os “fatos básicos” se perdeu rapidamente nas nuances da cobertura midiática subsequente. Farah, na verdade, apenas expressou a crença de que “é só uma questão de tempo até que o lançamento deste filme seja seguido por um presidente em exercício subindo ao pódio para dizer ao mundo: ‘não estamos sozinhos no universo'”. No entanto, a narrativa foi transformada pela mídia social de que “Trump quebrará o silêncio” e divulgará os arquivos.
A origem e a distorção do rumor
O documentário em questão, “The Age of Disclosure”, apresenta entrevistas com 34 autoridades de alto nível, incluindo o senador Marco Rubio e o ex-diretor de Inteligência Nacional James Clapper, expondo uma suposta “guerra secreta entre as principais nações para fazer engenharia reversa de tecnologia avançada de origem não humana”. O trailer do filme, que aborda o alegado acobertamento de 80 anos, teve mais de 20 milhões de visualizações, refletindo o grande interesse público no tema e ajudando a impulsionar a cobertura das declarações de Farah.

Apesar da urgência sugerida pelo rumor, existem motivos históricos para ceticismo em relação a uma revelação imediata e total por parte de Trump. Embora o ex-presidente tenha prometido “transparência radical” e a desclassificação de documentos relacionados aos Fenômenos Anômalos Não Identificados (UAPs). Contudo, em entrevista a Logan Paul em junho de 2024, ele se descreveu como um “cético” em ufologia.
O que pode estar em jogo, segundo especialistas, é a diferença crucial entre investigar UAPs e realmente anunciar a existência de vida extraterrestre, sendo que a primeira possibilidade é a mais coerente com o histórico de Trump. Em 2020, por exemplo, ele assinou uma lei que exigia que agências de inteligência dos EUA fornecessem relatórios não confidenciais ao Congresso sobre incidentes UAP, um passo que levou à conclusão de que, dos 144 incidentes de 2004, todos, exceto um, desafiavam explicações.
Farah relatou à Entertainment Weekly que, após finalizar o documentário, ele soube por meio de “pessoas que estão em meu filme e fontes fora do meu filme” que Trump “tomou conhecimento dos fatos básicos” e tem sua equipe tentando descobrir tudo o que precisa para decidir um curso de ação.
Alegações de denunciantes e o histórico de Trump
A pressão por uma revelação presidencial é reforçada pelas alegações de David Grusch, ex-oficial de inteligência da Força Aérea dos EUA e delator de UAP. Grusch afirmou recentemente que Trump foi supostamente “totalmente informado” sobre o que o governo dos EUA tem mantido em segredo sobre OVNIs e vida alienígena vivendo entre humanos. Grusch, conselheiro da Força-Tarefa UAP do Congresso, disse à Fox News que o atual presidente está “muito bem informado sobre este assunto”.

Grusch alega que Trump recebeu relatórios sobre naves espaciais acidentadas, restos não humanos e as intenções e origens desses seres. Segundo o delator, o militar dos EUA não apenas recuperou OVNIs e corpos alienígenas, mas ele próprio visualizou relatórios de inteligência, dados e até mesmo fotos de corpos não humanos. Além disso, ele teria alegado a membros do Congresso que Trump foi informado durante seu primeiro mandato sobre a existência de múltiplas raças alienígenas, incluindo uma espécie que tem se cruzado com humanos.
O deputado Eric Burlison, que nomeou Grusch para o comitê UAP do governo, complementou essas informações, revelando a alegada existência de pelo menos quatro espécies alienígenas conhecidas secretamente pelos humanos. Burlison mencionou, com base em Grusch, a existência dos “Nordics” (nórdicos), que seriam parecidos com humanos, mas “algumas centenas de anos mais avançados do que nós”. Grusch também descreveu uma raça chamada “Greys” (cinzentos), milhares de anos mais avançada, responsável por avistamentos de naves que desafiavam a gravidade e controlavam tecnologia com a mente.
Embora Grusch tenha expressado a crença de que a Casa Branca estava motivada a “fazer a coisa certa” ao divulgar as informações que o Congresso tem investigado, ele também relatou ter enfrentado ameaças de intimidação e danos físicos para permanecer em silêncio sobre a existência de vida alienígena. Questionado sobre as intenções dessas entidades, Grusch disse a Bret Baier, da Fox News, em novembro, que o EUA tem visto um “saco misto de atividade”, e que a Terra poderia ser apenas “uma atração turística do Parque Jurássico para eles”.
A pressão congressual por transparência
Os rumores de uma possível divulgação executiva acontecem em meio a uma intensa e frustrada campanha de congressistas norte-americanos por transparência sobre UAPs. Membros proeminentes da Câmara, como os representantes Anna Paulina Luna (Flórida), Tim Burchett (Tennessee) e Eric Burlison (Missouri), conhecidos como “campeões da divulgação”, têm relatado resistência extrema por parte de agências como o Departamento de Guerra (DOW) e a CIA.

A Rep. Luna, que lidera a força-tarefa de desclassificação de segredos federais do Comitê de Supervisão da Câmara, afirmou no podcast Weaponized que a agência responsável pela coleta e análise de UAPs, a Arrow, “desde o início, não tem sido uma corretora honesta com o Congresso”. Ela e seus colegas expressaram frustração por serem “negados acesso” a evidências físicas, como filmagens e fotos, mesmo em ambientes seguros (SKIFs), o que sugere um “esforço orquestrado para bloquear, obstruir e prevenir” a divulgação de informações, caso fossem irreais.
O Rep. Burchett compartilhou no Weaponized seu desânimo com o processo, acreditando que a verdade só virá de duas maneiras: ou por meio de “alguém [que] saia de um laboratório com alguma prova inegável e consigamos colocá-la no YouTube antes que se suicidem, ou o presidente dos Estados Unidos se pronuncie”. Ele relatou que ele e Burlison viram coisas sobre as quais não podem falar. Burchett também notou que a compartimentalização dentro do governo é um problema crônico, com diferentes grupos afirmando que os UAPs “não existem” enquanto outros dizem que sim.
A frustração é tanta que a Rep. Luna cogitou a possibilidade de não realizar mais audiências públicas até que a força-tarefa obtenha o poder de subpoena (intimação) e acesso às evidências. Os congressistas sentem que agências como o DOW e a CIA demonstram “desprezo pelo Congresso” ao negar informações, e que as audiências têm tido “retornos decrescentes”. O Rep. Burlison concordou que as futuras investigações, por enquanto, devem se concentrar no processo de intimação para forçar a cooperação e proteger as fontes.
Essa pressão se intensificou após o ex-diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, admitir no documentário Age of Disclosure que a Força Aérea dos EUA mantém uma investigação contínua sobre OVNIs, um fato que o Congresso planeja investigar a fundo. O Rep. Burchett, que confia que Trump “fará a coisa certa”, ressaltou a dificuldade de fazer a verdade vir à tona devido ao complexo militar-industrial e à mentalidade de que o público “não merece saber” ou “não consegue lidar” com a informação.
Apesar da batalha em andamento, que se manifesta em bloqueios e recusa de acesso a arquivos específicos (incluindo aqueles que as fontes disseram existir), os membros do Congresso continuam a sinalizar que o foco agora é forçar a entrega de evidências concretas. Existe a preocupação de que os detentores de segredos estejam tentando “cortar as pernas” da investigação congressual, pois o Congresso, diferentemente da mídia, é visto como uma ameaça real aos guardiões dos segredos.







