Já sabemos que o clima muda radicalmente de tempos em tempos no planeta Terra indo de deserto quase total a congelamento extremo e passando por periódos deliciosos como o que conhecemos a alguns milênios.
Mas o que faz com que o clima mude tão dramaticamente?
Já ouvi falar em mudança de polos magnéticos e alteração no eixo de rotação, mas mesmo assim, o que faz essas coisas acontecerem?
Será que a órbita que o sol faz pela galáxia, arrastando a Terra e os demais corpos do sistema solar consigo, não estaria por traz dessas mudanças?
Pensem bem. Quando o sistema solar se aproxima de estrelas de grande massa mais ao centro da galáxia, certamente um puxão gravitacional poderia deformar a órbita do planeta alterando o clima. O maior calor da região central da galáxia também poderia afetar o volume de energia que o planeta recebe das outras estrelas e alterar o clima. Os fortes campos magnéticos desses locais mais ao centro poderia também contribuir para mudar o polo magnético do planeta e alterar sensivelmente o seu eixo. Seria factível?
Essa possível explicação é problemática, porque embora o sistema solar esteja de fato se movimentando, sua posição relativa (em relação aos outros corpos da galáxia) é mantida de forma praticamente inalterada.
Além do mais, as distâncias envolvidas são por demais elevadas para gerarem efeitos relevantes.
Sobre o Sol, alterações em sua atividade têm comprovadamente um efeito decisivo sobre o clima terrestre. Sabe-se que essas alterações são cíclicas, e que estão intimamente relacionadas com o fenômeno das manchas solares, mas ainda não se tem um modelo eficiente para compreendê-las, uma vez que nota-se ciclos de curto, médio e longo prazos, e o registro de dados observacionais confiáveis é relativamente recente.
Alterações no pólo magnético terrestre são uma constante na história do planeta, e parecem estar ligadas a alterações no sentido do fluxo da camada de ferro fundido no interior do planeta. Esse fator, assim como alterações na inclinação do eixo de rotação, com certeza afetam os mecanismos do clima, mas não conheço nada de conclusivo a respeito, mesmo porque as interações são por demais complexas para serem sistematizadas.
Penso que um fator determinante é ditado pela atividade humana, e sobre ela podemos tomar providências. Infelizmente, parece que isso não está ocorrendo como deveria.
Porém, hoje vi um boa notícia. Como resposta à conclusão de que a atividade humana é um importante fator de distúrbio para o regime climático do planeta, o governo da Suécia decidiu implementar um plano que prevê a eliminação em todo o seu território do uso de qualquer tipo de combustível fóssil (petróleo, carvão mineral, etc.) até 2020.
Tudo bem que “uma andorinha só não faz verão”, mas pode ser um primeiro passo para incentivar as outras nações a seguirem o mesmo caminho.
Creio que a questão levantada pelo lulu é sobre - por exemplo - uma era glacial. Que fatores influenciam a glaciação, que é também cíclica? Certamente o ser humano nada tem a ver com isto...
Eu tenho a impressão que estamos caminhando para uma Era Tórrida, se é que se pode chamar assim, onde as temperaturas médias globais subirão consideravelmente, ocasionando uma elevação no nível dos mares (devido ao derretimento das calotas polares), uma desertificação de zonas habitáveis (devido ao extremo calor) e, por outro lado, um crescente volume de chuvas e inundações, pelo mesmo motivo.
(Segundo a Ciência, isto tudo seria conseqüência do efeito estufa e do buraco na camada de ozônio, certo?)
Se isso se confirmar, a coisa vai esquentar para o nosso lado.
(Fonte: Warren E. Leary, New York Times)
A cada 11 anos, o Sol inverte seu campo magnético, produzindo um ciclo marcado por labaredas solares, manchas solares e tempestades magnéticas que podem ter efeitos negativos sobre a Terra. Segundo as ultimas previsões cientificas, o próximo desses ciclos começará com um ano de atraso - no fim de 2007 ou no inicio de 2008 - e será 30% a 50% mais forte do que o ultimo. A previsão, baseada num novo modelo de computador desenvolvido no Centro Nacional para Pesquisas Atmosféricas, nos EUA, poderá possibilitar uma melhor preparação para as tempestades solares, segundo os cientistas. Isso é importante porque as tempestades podem afetar a órbita dos satélites, atrapalhar as telecomunicações e derrubar redes de
energia elétrica. Num entrevista coletiva organizada pela Nasa, cientistas disseram que, numa serie de rodadas de testes, o novo modelo simulou a forca dos últimos oito ciclos solares com mais de 98% de precisão. "Pela primeira vez, podemos prever a forca de um ciclo solar de 11 anos", disse Mausumi Dikpati, chefe da equipe que criou o modelo. Dikpati disse que, diferentemente dos modelos anteriores, este foi baseado na física, não em registros históricos e simulações. O modelo inclui anos de dados sobre o movimento interior do plasma e dos campos magnéticos do Sol, coletados pelo telescópio espacial Soho (sigla de Observatório Solar e Heliosférico), operado pela Nasa e pela Agencia Espacial Européia.
As modificações do ciclo solar banham a atmosfera da Terra em radiação e partículas que não somente produzem auroras coloridas mas também causam surtos de elevação na grade de energia elétrica, pane nos equipamentos eletrônicos dos satélites que controlam os sistemas de GPS e aumento da exposição à radiação dos astronautas no espaço.
A última vez que a estrela atingiu um pico foi em 2001, e o Sol está agora num período de quietude. Segundo o novo modelo, o próximo ciclo começará no fim de 2007 ou inicio de 2008 e atingirá seu auge em torno de 2012. Richard Behnke, diretor de Pesquisa da Atmosfera Superior da Fundação Nacional de Ciência dos EUA, que patrocinou o trabalho, disse que o modelo é importante porque poderá dar um aviso antecipado sobre comportamentos solares que possam causar problemas na Terra. Segundo Behnke, o próximo passo é desenvolver modelos que possam prever tempestades solares individuais de forma que as pessoas tomem precauções. O modelo baseia-se em dados do Soho utilizando uma nova técnica denominada heliossismologia. Como um medico que usa um ultra-som para olhar dentro de um paciente, o modelo rastreia as ondas sonoras que reverberam dentro do Sol para revelar detalhes sobre seu interior, incluindo grandes fluxos de plasma. Compreender esses fluxos é essencial para prever o ciclo de atividade solar.