Um Conto de Amor
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Um Conto de Amor
Estou arriscando os primeiros passos na literatura de ficção-científica (agora me lembrei da minha filhota arriscando os primeiros passinhos, hehehe - parece que está andando na corda bamba!).
Fiz este pequeno texto como forma de desabafo, aí mesclei alguns itens de Ufologia. Acho que ficou legal, mas mesmo assim gostaria da opinião sincera dos colegas (ahn, tudo bem, não precisa ser tão sincero, hihihi). Pretendo escrever mais 'desabafos' como este, se o Destino me ajudar...
Obs.: Em breve consultarei uma amiga editora, para ver se ela publica.
Um Conto de Amor
(Baseado em fatos reais...)
Por Euzébio
Lá fora somente o som das estrelas, e o planetinha ficava cada vez mais distante, enquanto o complacente Sol o aquecia, como se aquecem os amantes numa noite fria de outono...
- Você está aí, minha amiga e confidente? - Sim, estou! – soou a voz que acompanhava a imagem no monitor de bordo - Novidades?
- Não, apenas filosofando... Ouça o que um terráqueo me disse: ”O Amor é um sentimento que quanto mais sufocamos, mais ele vive...”
- Eu acho que Amor, quanto mais os terráqueos dão, mais eles recebem! – disse ela.
- Nem sempre! Às vezes eles amam e não são correspondidos (isto pude verificar com os meus próprios olhos!). Como o Amor é estranho, não? Não é alimento, mas alimenta o relacionamento entre os homens! Não é água, mas mata-lhes uma sede... Não é fermento, mas sob pressão neles se fortalece! Não é remédio, mas os acalma! Não é droga, mas os entorpece! Não é bebida alcoólica, mas os embriaga! Não é medicinal, mas os reaviva! No entanto, o mesmo Amor que é Vida, pode lhes levar à morte! Como um vampiro, lhes suga as energias!
Como um pesadelo, lhes tira o sono!
Como um verdugo, lhes faz perderem a cabeça!
Como um carcerário, lhes tira o dom da liberdade!
Como uma nuvem escura, lhes faz ficarem cegos!
Quem entende o que é o Amor? (Como os homens podem suportar o Amor?)
- Não o entendemos porque não fomos projetados para utilizarmos a capacidade de AMAR DE VERDADE e porque o verdadeiro amor – segundo os homens mais esclarecidos - é suave e liberta... O Amor que cega, escraviza e desequilibra, na verdade, é um sentimento que os homens apenas confundem com o verdadeiro amor... É paixão mesclada aos seus defeitos naturais, como o orgulho, a vaidade, a cobiça...
- E com o Sexo? Confundem os homens o Amor com o Sexo? Os homens fazem sexo...
- Não somente com o sexo, mas muitas vezes também confundem desejo com amor...
- Acho que só as mães humanas sabem amar! (seus próprios filhos, fique bem claro). O amor das mães é o que mais se aproxima do verdadeiro Amor, sem desejo e sem esse sofrimento...
- Sem sofrimento?! Não acho que neste mundo não haja sofrimento: E as mães dos criminosos? E as mães dos ingratos? E as mães que abandonam sua cria? E as que são abandonadas por ela?
- Esses sofrimentos ao menos têm uma causa justa - ainda que deploráveis. O mesmo não se dá com o sofrimento sentido pelos homens apaixonados, que imaginam estar amando e sendo amados (ou pior, nem sempre estão sendo amados)...
- Toda panela tem sua tampa... basta encontrá-la... [uma leve interferência astral fez a mensagem chegar interrompida ao receptor sideral de áudio-video]
- Eu não duvido que estes utensílios primitivos - as panelas, ao serem fabricadas, é-lhes imputada uma tampa, pois sem esta última as panelas terão meia utilidade apenas. Mas não acho que o mesmo ocorra com os seres humanos, haja visto que nascem mais mulheres do que homens neste pequeno mundo...
- E os homossexuais?
- Pois é, o que faz com que mais panelas fiquem sem tampas... Bom, a essa altura você já deve ter percebido o porquê de eu estar assim, não é? De tanto observar e estudar os humanos, penso que estou adquirindo esta fraqueza chamada Amor... Será o Amor um vírus? Será o Amor uma degeneração dos verdadeiros sentimentos? Será o Amor a ferrugem que destrói o aço que sustenta a Razão, derrotando-a? Pois que Amor e Loucura parecem caminhar juntos...
- Não creio... Mas, ouvindo-o falar assim, começo a sentir algo estranho dentro de mim! Tenho medo do Amor, não quero morrer!... Não deixe que este vírus humano – ou o que quer que seja! – me contamine, não permita... Não!!!
- Eu só posso chegar a uma conclusão: Ser humano sofre muito! Não fossem todos os flagelos naturais a que está submetido, como a fome, o frio, a sede e as doenças, ainda tem que suportar algo que sequer compreende... Quer saber? Vou voltar para o nosso mundo, pois lá ninguém sofre de amor. Vou embora antes que este vírus me deixe em apuros!
- Olha, não quero desanimá-lo, mas ouvi dizer que o vírus do Amor pode ser irreversível... Parece que só a morte pode nos livrar dele, ou seja (e sem querer ser pessimista), o Amor é uma doença incurável!...
Não há remédio nem vacinas eficientes contra este mal! A única forma de se livrar do amor é amando – e amando intensamente (curioso mal que se cura quanto mais se infecta!)... Com um pouco de sorte, o Amor se desfaz e, da mesma forma que veio (sorrateiro e imperceptível) ele se vai. Mas as cicatrizes, estas ficam e são indeléveis...
-Sim, já ouvi dizer. Parece que o único antídoto para o Amor é a Desilusão. (sei que não adianta fugir, nem mesmo para o outro lado do Universo, pois o maldito vírus nos acompanha onde quer que estejamos).
- No entanto, a Desilusão é outro mal, talvez até pior que o próprio Amor, pois não há remédio mesmo contra esta. Somente sendo muito forte para resistir aos seus ataques... (assim ouvi dizer!) Mas como ser forte, se o Amor que nos acometeu primeiro já corroeu as bases racionais de nossa mente?
[neste momento, nosso amigo de outro mundo aponta a sua nave para o Sol]
- Então há um sofrimento que é maior que o Amor? Não pode ser... Será que a Desilusão não é apenas um de seus sintomas? Afinal, só se desilude quem ama, não é assim?
- Se olharmos por este lado, você está certo... [um zumbido intermitente começou a cortar a comunicação, a imagem no monitor treme vez ou outra] ... Há algo errado com a comunic [zuuum]... Verifique os sistemas vitais e [zuuum]...
- Não é nada sério, não se preocupe! É apenas uma onda eletromagnética, provavelmente vinda de recentes explosões solares...
Sim, isto mesmo, talvez o Amor seja a conseqüência destas explosões solares. Veja as semelhanças: o Amor é quente como o Sol, aquece os corações! O Amor é carregado de magnetismo pessoal, atrai para si o objeto amado com a mesma força da gravidade solar! E o Amor nos causa tantos danos à Razão quanto as ondas eletromagnéticas das explosões solares, que afetam os nossos instrumentos...
[a temperatura ambiente do pequeno módulo espacial atinge níveis acima do suportável, mas o equipamento e o nosso amigo de outro mundo estranhamente ainda sobrevivem]
- Você ainda pode me receber, minha amiga? Pode ver-me ou ouvir-me?
- Apenas te ouço, o que está acontecendo?... [o zumbido é crescente]
- Falávamos do Amor, de como ele se parece com o Sol que ilumina os homens (mas que também pode causar-lhes grandes males, como a própria sede ou as alucinações do deserto). E você me convenceu que a única saída para um amor não correspondido é a morte...
O calor crescente devido à aproximação da nave com o Sol faz com que nosso amigo feche os olhos em forma de gotas. A única visão que tem é a de seu Amor, aquela que lhe roubara a própria razão.
Tentou falar, mas sua voz não saía, tentou dar um último sorriso, mas seus pequenos lábios se colaram – talvez para sempre. O calor do Sol (ou seria do Amor?) o sufocava, o ar queimava-lhe os pequenos orifícios nazais, a cada suspiro seu. Era o fim.
Somente uma coisa parecia resistir àquele inferno particular perdido no espaço e em rota de colisão com a soberba estrela! Era a esperança! Os que amam de verdade, nunca perdem a esperança – mesmo diante da morte!
E em sua mente dançavam as suaves imagens da mulher amada: Seus cabelos compridos (aliás, tinha cabelos, não é fantástico? E ele, que era totalmente desprovido de pelos?) e sua pele lisa e alva – bem diferente de sua própria pele, verde e escamosa. Viu uma vez mais na tela da mente os lindos olhos dela, que refletiam toda a beleza daquele minúsculo mundo selvagem. E também recordou do seu rosto, bem proporcionado ao escultural corpo, e bem distribuído entre boca, olhos e nariz! Qual seria a sua estatura? Um metro e sessenta e cinco no máximo (em contraste com o parco metro e vinte que o sustentava...). Tinha que confessar: não fariam lá um casal muito harmonioso! E as suas delicadas mãos, ah – que lindas mãos de seda, de pele de pêssego, alvas como a neve que encobriam os mais altos picos daquele mundo exótico!
A sua mente agora pôde registrar apenas um último pensamento, enquanto terminavam seus derradeiros segundos de vida:
"Misterioso é o amor, que quanto mais o sufocamos, mais ele vive, mais ele cresce, mais ele nos domina a razão! Quanto mais o queremos matar, mas ele encontra meios de sobreviver..."
A pequena nave, esmagada pelo tórrido calor, evaporou-se como uma nuvem de gás, deixando atrás de si apenas um risco luminoso. E quem poderia dizer que ali havia alguém que finalmente descobriu o que é o Amor?...
Fiz este pequeno texto como forma de desabafo, aí mesclei alguns itens de Ufologia. Acho que ficou legal, mas mesmo assim gostaria da opinião sincera dos colegas (ahn, tudo bem, não precisa ser tão sincero, hihihi). Pretendo escrever mais 'desabafos' como este, se o Destino me ajudar...
Obs.: Em breve consultarei uma amiga editora, para ver se ela publica.
Um Conto de Amor
(Baseado em fatos reais...)
Por Euzébio
Lá fora somente o som das estrelas, e o planetinha ficava cada vez mais distante, enquanto o complacente Sol o aquecia, como se aquecem os amantes numa noite fria de outono...
- Você está aí, minha amiga e confidente? - Sim, estou! – soou a voz que acompanhava a imagem no monitor de bordo - Novidades?
- Não, apenas filosofando... Ouça o que um terráqueo me disse: ”O Amor é um sentimento que quanto mais sufocamos, mais ele vive...”
- Eu acho que Amor, quanto mais os terráqueos dão, mais eles recebem! – disse ela.
- Nem sempre! Às vezes eles amam e não são correspondidos (isto pude verificar com os meus próprios olhos!). Como o Amor é estranho, não? Não é alimento, mas alimenta o relacionamento entre os homens! Não é água, mas mata-lhes uma sede... Não é fermento, mas sob pressão neles se fortalece! Não é remédio, mas os acalma! Não é droga, mas os entorpece! Não é bebida alcoólica, mas os embriaga! Não é medicinal, mas os reaviva! No entanto, o mesmo Amor que é Vida, pode lhes levar à morte! Como um vampiro, lhes suga as energias!
Como um pesadelo, lhes tira o sono!
Como um verdugo, lhes faz perderem a cabeça!
Como um carcerário, lhes tira o dom da liberdade!
Como uma nuvem escura, lhes faz ficarem cegos!
Quem entende o que é o Amor? (Como os homens podem suportar o Amor?)
- Não o entendemos porque não fomos projetados para utilizarmos a capacidade de AMAR DE VERDADE e porque o verdadeiro amor – segundo os homens mais esclarecidos - é suave e liberta... O Amor que cega, escraviza e desequilibra, na verdade, é um sentimento que os homens apenas confundem com o verdadeiro amor... É paixão mesclada aos seus defeitos naturais, como o orgulho, a vaidade, a cobiça...
- E com o Sexo? Confundem os homens o Amor com o Sexo? Os homens fazem sexo...
- Não somente com o sexo, mas muitas vezes também confundem desejo com amor...
- Acho que só as mães humanas sabem amar! (seus próprios filhos, fique bem claro). O amor das mães é o que mais se aproxima do verdadeiro Amor, sem desejo e sem esse sofrimento...
- Sem sofrimento?! Não acho que neste mundo não haja sofrimento: E as mães dos criminosos? E as mães dos ingratos? E as mães que abandonam sua cria? E as que são abandonadas por ela?
- Esses sofrimentos ao menos têm uma causa justa - ainda que deploráveis. O mesmo não se dá com o sofrimento sentido pelos homens apaixonados, que imaginam estar amando e sendo amados (ou pior, nem sempre estão sendo amados)...
- Toda panela tem sua tampa... basta encontrá-la... [uma leve interferência astral fez a mensagem chegar interrompida ao receptor sideral de áudio-video]
- Eu não duvido que estes utensílios primitivos - as panelas, ao serem fabricadas, é-lhes imputada uma tampa, pois sem esta última as panelas terão meia utilidade apenas. Mas não acho que o mesmo ocorra com os seres humanos, haja visto que nascem mais mulheres do que homens neste pequeno mundo...
- E os homossexuais?
- Pois é, o que faz com que mais panelas fiquem sem tampas... Bom, a essa altura você já deve ter percebido o porquê de eu estar assim, não é? De tanto observar e estudar os humanos, penso que estou adquirindo esta fraqueza chamada Amor... Será o Amor um vírus? Será o Amor uma degeneração dos verdadeiros sentimentos? Será o Amor a ferrugem que destrói o aço que sustenta a Razão, derrotando-a? Pois que Amor e Loucura parecem caminhar juntos...
- Não creio... Mas, ouvindo-o falar assim, começo a sentir algo estranho dentro de mim! Tenho medo do Amor, não quero morrer!... Não deixe que este vírus humano – ou o que quer que seja! – me contamine, não permita... Não!!!
- Eu só posso chegar a uma conclusão: Ser humano sofre muito! Não fossem todos os flagelos naturais a que está submetido, como a fome, o frio, a sede e as doenças, ainda tem que suportar algo que sequer compreende... Quer saber? Vou voltar para o nosso mundo, pois lá ninguém sofre de amor. Vou embora antes que este vírus me deixe em apuros!
- Olha, não quero desanimá-lo, mas ouvi dizer que o vírus do Amor pode ser irreversível... Parece que só a morte pode nos livrar dele, ou seja (e sem querer ser pessimista), o Amor é uma doença incurável!...
Não há remédio nem vacinas eficientes contra este mal! A única forma de se livrar do amor é amando – e amando intensamente (curioso mal que se cura quanto mais se infecta!)... Com um pouco de sorte, o Amor se desfaz e, da mesma forma que veio (sorrateiro e imperceptível) ele se vai. Mas as cicatrizes, estas ficam e são indeléveis...
-Sim, já ouvi dizer. Parece que o único antídoto para o Amor é a Desilusão. (sei que não adianta fugir, nem mesmo para o outro lado do Universo, pois o maldito vírus nos acompanha onde quer que estejamos).
- No entanto, a Desilusão é outro mal, talvez até pior que o próprio Amor, pois não há remédio mesmo contra esta. Somente sendo muito forte para resistir aos seus ataques... (assim ouvi dizer!) Mas como ser forte, se o Amor que nos acometeu primeiro já corroeu as bases racionais de nossa mente?
[neste momento, nosso amigo de outro mundo aponta a sua nave para o Sol]
- Então há um sofrimento que é maior que o Amor? Não pode ser... Será que a Desilusão não é apenas um de seus sintomas? Afinal, só se desilude quem ama, não é assim?
- Se olharmos por este lado, você está certo... [um zumbido intermitente começou a cortar a comunicação, a imagem no monitor treme vez ou outra] ... Há algo errado com a comunic [zuuum]... Verifique os sistemas vitais e [zuuum]...
- Não é nada sério, não se preocupe! É apenas uma onda eletromagnética, provavelmente vinda de recentes explosões solares...
Sim, isto mesmo, talvez o Amor seja a conseqüência destas explosões solares. Veja as semelhanças: o Amor é quente como o Sol, aquece os corações! O Amor é carregado de magnetismo pessoal, atrai para si o objeto amado com a mesma força da gravidade solar! E o Amor nos causa tantos danos à Razão quanto as ondas eletromagnéticas das explosões solares, que afetam os nossos instrumentos...
[a temperatura ambiente do pequeno módulo espacial atinge níveis acima do suportável, mas o equipamento e o nosso amigo de outro mundo estranhamente ainda sobrevivem]
- Você ainda pode me receber, minha amiga? Pode ver-me ou ouvir-me?
- Apenas te ouço, o que está acontecendo?... [o zumbido é crescente]
- Falávamos do Amor, de como ele se parece com o Sol que ilumina os homens (mas que também pode causar-lhes grandes males, como a própria sede ou as alucinações do deserto). E você me convenceu que a única saída para um amor não correspondido é a morte...
O calor crescente devido à aproximação da nave com o Sol faz com que nosso amigo feche os olhos em forma de gotas. A única visão que tem é a de seu Amor, aquela que lhe roubara a própria razão.
Tentou falar, mas sua voz não saía, tentou dar um último sorriso, mas seus pequenos lábios se colaram – talvez para sempre. O calor do Sol (ou seria do Amor?) o sufocava, o ar queimava-lhe os pequenos orifícios nazais, a cada suspiro seu. Era o fim.
Somente uma coisa parecia resistir àquele inferno particular perdido no espaço e em rota de colisão com a soberba estrela! Era a esperança! Os que amam de verdade, nunca perdem a esperança – mesmo diante da morte!
E em sua mente dançavam as suaves imagens da mulher amada: Seus cabelos compridos (aliás, tinha cabelos, não é fantástico? E ele, que era totalmente desprovido de pelos?) e sua pele lisa e alva – bem diferente de sua própria pele, verde e escamosa. Viu uma vez mais na tela da mente os lindos olhos dela, que refletiam toda a beleza daquele minúsculo mundo selvagem. E também recordou do seu rosto, bem proporcionado ao escultural corpo, e bem distribuído entre boca, olhos e nariz! Qual seria a sua estatura? Um metro e sessenta e cinco no máximo (em contraste com o parco metro e vinte que o sustentava...). Tinha que confessar: não fariam lá um casal muito harmonioso! E as suas delicadas mãos, ah – que lindas mãos de seda, de pele de pêssego, alvas como a neve que encobriam os mais altos picos daquele mundo exótico!
A sua mente agora pôde registrar apenas um último pensamento, enquanto terminavam seus derradeiros segundos de vida:
"Misterioso é o amor, que quanto mais o sufocamos, mais ele vive, mais ele cresce, mais ele nos domina a razão! Quanto mais o queremos matar, mas ele encontra meios de sobreviver..."
A pequena nave, esmagada pelo tórrido calor, evaporou-se como uma nuvem de gás, deixando atrás de si apenas um risco luminoso. E quem poderia dizer que ali havia alguém que finalmente descobriu o que é o Amor?...
Ad Honorem Extraterrestris
CLAP CLAP CLAP CLAP
AMEI ZÉ!
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http://www.anozero.blogspot.com
(actualizado, com nova imagem novas funcionalidades, inclui feeds)
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Aí, Euzébio. Você não pediu, mas vou dar um palpite de tema assim mesmo.
Que tal alguma coisa mesclando a Hipótese AA e nossos índios sul americanos pré-colombianos?
Há mitos muito interessantes a serem trabalhados, como Tupã, Iara e outros.
Você pode obter bom material na área de arqueoastronomia.
Penso que daria para fazer algo bem legal!

Que tal alguma coisa mesclando a Hipótese AA e nossos índios sul americanos pré-colombianos?
Há mitos muito interessantes a serem trabalhados, como Tupã, Iara e outros.
Você pode obter bom material na área de arqueoastronomia.
Penso que daria para fazer algo bem legal!
Ricardo e Humberto, agradeço o apoio!
H, a sua idéia é muito boa, realmente escrever contos envolvendo a HAA faz parte dos meus planos! Mas isto fica a cargo da inspiração, hehehe...
(Espero que o meu esforço em por no papel os meus sentimentos incentive-os a também escrever! É muito gostoso!)

H, a sua idéia é muito boa, realmente escrever contos envolvendo a HAA faz parte dos meus planos! Mas isto fica a cargo da inspiração, hehehe...
(Espero que o meu esforço em por no papel os meus sentimentos incentive-os a também escrever! É muito gostoso!)
Ad Honorem Extraterrestris
Pois eu também escrevo bastante mas ainda não ganhei coragem de postar 

http://www.anozero.blogspot.com
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[continuação]
- Ah, Pissal, o que deu em você? Queria se matar? Por quê?
Pissal tentou abrir os olhos, mas as queimaduras ainda lhe ardiam por praticamente todo o corpo. Mas reconheceu a voz suave que quase lhe sussurrava aos ouvidos: era Aissal, sua amiga e confidente de todas as horas.
- Aissal... é você, minha amiga?... – A dor o silenciou.
- Sim, sou eu! Você sabe o quanto me preocupo consigo, não sabe? Para sua sorte eu tinha as suas coordenadas registradas no meu equipamento de transporte, e pude resgatá-lo frações de segundo antes de seu módulo desintegrar-se... Afinal, o que houve? Esqueceu-se de acionar os mecanismos protetores ou...
- Ou?...
- Ou foi proposital? Algo a ver com aquele assunto sobre o Amor?
- Sim... o Amor... Por que não me deixou morrer? Por que você me condenou a viver? Não sabes que o Amor não tem cura? Ou que a cura do Amor é mais dolorosa que a própria morte?
Após uma breve pausa, Aissal tocou um assunto delicado.
- Você não morreu, mas o seu corpo está inutilizado... Sinto muito. Talvez tivesse sido melhor mesmo tê-lo deixado morrer...
- Qual será o procedimento, Aissal? Que os mestres farão de mim? Para onde me encaminharão? Sim, porque muito provavelmente estarei desligado de nossa missão de observar e estudar os humanos, não é mesmo?
- Infelizmente você não é mais um Elemento PI-SAL, pois você destruiu o seu ‘corpo’. Mas a sua Unidade Mental poderá ser utilizada com alguma outra experiência... Talvez você até goste de saber que os Mestres estão preparando uma nova experiência junto aos humanos. Algo como enviar um novo tipo de Elemento para o convívio direto com os homens...
- Um novo... tipo? Como... ?
- Sim. Ouvi dizer que o novo elemento se chamará Elemento PIC-SAL, e que teria a aparência humanóide. Algo como um homem (ou mulher) na aparência externa, mas com as ‘entranhas’ de um PI-SAL. Não é maravilhoso? Assim você poderia estar mais próximo de sua amada e...
Pissal esboçou um sorriso – ao menos tentou.
Seus grandes olhos em forma de gota – agora dilacerados pelas queimaduras – emitiram um último lampejo de felicidade, antes que o seu ‘corpo’ biocibernético entrasse em colapso total.
Aissal até teria chorado, se fosse humana, quando uma amargura indefinida se apossou de seu pequeno ser. Se fosse humana, diríamos que ela sentira a dor da perda de um grande amor. Mas conseguiu resistir à nova dor que sentia (o que estaria havendo com ela?), no exato momento em que alguns mestres entraram na ala médica e retiraram os restos de Pissal. Agora, somente sua Unidade Mental lhes interessava, pois ali estavam registradas todas as experiências daquele valente Elemento.
Os seres-elemento nada mais eram que máquinas muito evoluídas, construídas pelos cientistas-espaciais-colonizadores, seres de uma raça extremamente avançada e que habitavam uma estrela distante. Tinham como função colonizar novos mundos, e para isso estudavam as espécies humanas espalhadas pelo cosmo. A espécie humana da Terra era uma das mais curiosas do Universo – e valorizadas!
Nenhum cientista espacial conseguia explicar ao certo como os terráqueos desenvolveram os sentimentos – aliás, mal conseguiam entender os sentimentos humanos! Dentre estes, era o Amor o mais complicado de se compreender.
Muitas teorias surgiram, mas a maioria falhava ao ser posta à prova. Uns diziam que era a combinação Oxigênio-Nitrogênio-Carbono que fazia com que os homens amassem (e odiassem). Mas o Amor falhava ao ser testado nos mais diversos laboratórios siderais.
Outros diziam que o segredo do Amor estava na alimentação sólida praticada pelos humanos (um absurdo este tipo de alimentação, diziam os especialistas das estrelas), mas quando estes cientistas ‘produziam’ espécies humanas que se alimentavam, nada acontecia em termos de sentimentos.
Outros diziam que era o órgão cardíaco o responsável pelo amor. Mas, mesmo criaturas com dois ou mais corações, criadas nos laboratórios siderais, não amavam como os humanos...
Nem mesmo o cérebro fora omitido das experiências genéticas, mas definitivamente não era este o órgão responsável pelo sublime sentimento. E nem por sentimento algum!
E aquele pequeno Elemento – ou melhor, o que sobrou dele – parecia ter preciosíssimas anotações sobre o que é o amor. Isto também se tornara um grande acontecimento: uma máquina biocibernética estaria dando os primeiros passos em direção ao grande sentimento! Um verdadeiro acontecimento que sem dúvida iria revolucionar a Ciência Cósmica: a descoberta do Amor a nível sideral!
Aissal acompanhou os mestres com o maior dos interesses. Ela gostava muito de seu amigo de missões, e queria acompanhar de perto aquela metamorfose jamais vista anteriormente! Para ela também era uma grande surpresa a transformação de seu pequeno companheiro.
Em momentos de grande expectativa e angustia como este, ela acionava os seus bancos de dados e revia – na sua tela mental de cristal líquido – as imagens gravadas de suas missões junto aos humanos, na companhia de seu bom amigo agora desativado. (uma das ‘aventuras’ que mais lhe marcou foi a malfadada missão a Varginha: por muito pouco ela e seu companheiro não foram destruídos pelos selvagens humanos! Chegaram a ser capturados pelas forças armadas do local, mas Pissal foi mais esperto e conseguiu escapar. Mais tarde, quando ela já estava a caminho dos ‘porões’ norte-americanos, ele a resgatou com o seu equipamento de transporte – da mesma forma que ela o salvou, tempos depois, da desintegração do módulo desgovernado). Foram tantas as aventuras e experiências que ela poderia ficar dias ali, recordando...
As gravações que ela menos gostava eram as das experiências com o pobre gado (até receberam um apelido carinhoso dos terráqueos: Chupacabras, hehehe...), mas a Ciência Cósmica tem que trabalhar, e novos seres têm que ser adaptados aos mundos ainda em fase de criação. Foi assim com a Terra (louvado seja Yavé e sua já extinta equipe de cientistas!), e assim sempre será – até o fim dos tempos. Apesar de se sensibilizar com a morte de cabras e bois, ela sabe que os cientistas precisam de amostras de órgãos vivos para enchertá-los em seus Protótipos de Novos Homens (que na Terra chamaram de Adão!). Isto é Ciência, e o que vale são os resultados...
- Aissal! – chamou um dos mestres que acompanhava o seu pensamento.
- Sim, Mestre?
- Venha cá, minha pequena máquina! – segurou-a no colo, como quem segura uma tenra criança - Deixe-me te dizer...
Aissal olhou para o chão, agora distante uns três metros...
- Sim, Mestre, o que desejas?
- Yavé foi um grande cientista, como todos no Universo devem saber (exceto os homens, pois o tempo fez com que eles se esquecessem de como foram criados)! – e depositando a pequena Aissal num assento próximo ao seu, prosseguiu:
- Podemos dizer que aquele pequeno planeta que rola na terceira vaga em torno do Sol – e que nos prende tanto a atenção por sua beleza e singularidade (onde os homens quase amam de verdade – característica exclusiva dos seres superiores do Universo!) foi e é a grande obra de arte do mestre Yavé. Pode-se dizer, inclusive, que a Terra é a obra-prima de um grande gênio que, infelizmente, não está mais entre nós. E não pense você que a criação e a transformação daquele pequeno mundo tenha sido o único feito do grande mestre. Também a sua humanidade – ao menos a sua parcela da humanidade – se tornou em grande obra de arte! Como você mesma pôde ver, eles são mesmo diferentes de tudo o mais que conhecemos, não é?
- Sim, são. Eles são especiais, não podemos negar (apesar de toda a sua selvageria e agressividade, eles são mesmo capazes de amar. Pena que poucos sabem disso...)
- Eles são belos em sua concepção artística! Da cabeça aos pés, estão cobertos de beleza! Jamais uma humanidade atingiu tamanha formosura de linhas tão harmoniosas entre si! Tudo neles é perfeição: olhos, nariz, boca, orelhas, cabelos, pelos, pele... Até mesmo a voz soa como melodia celestial!
- De certo há exceções, mas são pouquíssimas...
- Seus corpos são lindos, encantadores! Seus rebentos são a coisa mais graciosa do Universo!
- Pena que nem sempre eles cuidam destas maravilhas, como deviam! Os vícios os destroem, e eles parecem nem perceber! Suas crianças muitas vezes são maltratadas e abandonadas – quando não são mutiladas...
- Mas isto é conseqüência do abandono a que foram submetidos desde a desintegração de Yavé, na batalha contra o temível Lúcifer – mas isto é assunto para outra hora. Agora queria te deixar a par de nossa nova experiência: a transferência da Unidade Mental de um Elemento PI-SAL (no caso o seu amiguinho) para uma nova máquina – mais parecida com o terráqueo que tanto nos interessa. Se for bem sucedida esta nova experiência, todos aqueles Elementos das séries PI-SAL e AI-SAL (o seu caso) que quiserem voluntariamente se submeter a ela serão bem vindos. Isto fará com que o risco de contato seja quase zero – e nossas experiências com esta curiosa espécie de humanóides será enormemente facilitada! Não queremos mais correr riscos como o de Roswell ou o de Varginha. As baixas estão pondo em risco as nossas experiências neste quadrante da galáxia, e você sabe que a Terra está de quarentena, até que as forças de Lúcifer sejam definitivamente neutralizadas... As confederações galáticas que nos permitiram estudar os humanóides terrenos estão nos dando ultimatos, mais um acidente destes e estamos fora.
- O que seria uma pena, afinal estamos quase decifrando os segredos de Yavé para a confecção de tão belos espécimes, não é mesmo, Mestre?
- Sim, isso mesmo. Infelizmente Yavé levou seus segredos científicos para o túmulo. Se não fosse tão orgulhoso, ter-nos-ia facilitado séculos de pesquisas. Mas, como você mesma disse, estamos quase lá. Na verdade, só nos falta descobrir a sede do Amor – ou como ele se desenvolveu nesta espécie.
Talvez eles nem imaginem, mas é o Amor – e não a beleza artística de seus corpos – que os tornaram seres especiais da Criação!
- Ah, Pissal, o que deu em você? Queria se matar? Por quê?
Pissal tentou abrir os olhos, mas as queimaduras ainda lhe ardiam por praticamente todo o corpo. Mas reconheceu a voz suave que quase lhe sussurrava aos ouvidos: era Aissal, sua amiga e confidente de todas as horas.
- Aissal... é você, minha amiga?... – A dor o silenciou.
- Sim, sou eu! Você sabe o quanto me preocupo consigo, não sabe? Para sua sorte eu tinha as suas coordenadas registradas no meu equipamento de transporte, e pude resgatá-lo frações de segundo antes de seu módulo desintegrar-se... Afinal, o que houve? Esqueceu-se de acionar os mecanismos protetores ou...
- Ou?...
- Ou foi proposital? Algo a ver com aquele assunto sobre o Amor?
- Sim... o Amor... Por que não me deixou morrer? Por que você me condenou a viver? Não sabes que o Amor não tem cura? Ou que a cura do Amor é mais dolorosa que a própria morte?
Após uma breve pausa, Aissal tocou um assunto delicado.
- Você não morreu, mas o seu corpo está inutilizado... Sinto muito. Talvez tivesse sido melhor mesmo tê-lo deixado morrer...
- Qual será o procedimento, Aissal? Que os mestres farão de mim? Para onde me encaminharão? Sim, porque muito provavelmente estarei desligado de nossa missão de observar e estudar os humanos, não é mesmo?
- Infelizmente você não é mais um Elemento PI-SAL, pois você destruiu o seu ‘corpo’. Mas a sua Unidade Mental poderá ser utilizada com alguma outra experiência... Talvez você até goste de saber que os Mestres estão preparando uma nova experiência junto aos humanos. Algo como enviar um novo tipo de Elemento para o convívio direto com os homens...
- Um novo... tipo? Como... ?
- Sim. Ouvi dizer que o novo elemento se chamará Elemento PIC-SAL, e que teria a aparência humanóide. Algo como um homem (ou mulher) na aparência externa, mas com as ‘entranhas’ de um PI-SAL. Não é maravilhoso? Assim você poderia estar mais próximo de sua amada e...
Pissal esboçou um sorriso – ao menos tentou.
Seus grandes olhos em forma de gota – agora dilacerados pelas queimaduras – emitiram um último lampejo de felicidade, antes que o seu ‘corpo’ biocibernético entrasse em colapso total.
Aissal até teria chorado, se fosse humana, quando uma amargura indefinida se apossou de seu pequeno ser. Se fosse humana, diríamos que ela sentira a dor da perda de um grande amor. Mas conseguiu resistir à nova dor que sentia (o que estaria havendo com ela?), no exato momento em que alguns mestres entraram na ala médica e retiraram os restos de Pissal. Agora, somente sua Unidade Mental lhes interessava, pois ali estavam registradas todas as experiências daquele valente Elemento.
Os seres-elemento nada mais eram que máquinas muito evoluídas, construídas pelos cientistas-espaciais-colonizadores, seres de uma raça extremamente avançada e que habitavam uma estrela distante. Tinham como função colonizar novos mundos, e para isso estudavam as espécies humanas espalhadas pelo cosmo. A espécie humana da Terra era uma das mais curiosas do Universo – e valorizadas!
Nenhum cientista espacial conseguia explicar ao certo como os terráqueos desenvolveram os sentimentos – aliás, mal conseguiam entender os sentimentos humanos! Dentre estes, era o Amor o mais complicado de se compreender.
Muitas teorias surgiram, mas a maioria falhava ao ser posta à prova. Uns diziam que era a combinação Oxigênio-Nitrogênio-Carbono que fazia com que os homens amassem (e odiassem). Mas o Amor falhava ao ser testado nos mais diversos laboratórios siderais.
Outros diziam que o segredo do Amor estava na alimentação sólida praticada pelos humanos (um absurdo este tipo de alimentação, diziam os especialistas das estrelas), mas quando estes cientistas ‘produziam’ espécies humanas que se alimentavam, nada acontecia em termos de sentimentos.
Outros diziam que era o órgão cardíaco o responsável pelo amor. Mas, mesmo criaturas com dois ou mais corações, criadas nos laboratórios siderais, não amavam como os humanos...
Nem mesmo o cérebro fora omitido das experiências genéticas, mas definitivamente não era este o órgão responsável pelo sublime sentimento. E nem por sentimento algum!
E aquele pequeno Elemento – ou melhor, o que sobrou dele – parecia ter preciosíssimas anotações sobre o que é o amor. Isto também se tornara um grande acontecimento: uma máquina biocibernética estaria dando os primeiros passos em direção ao grande sentimento! Um verdadeiro acontecimento que sem dúvida iria revolucionar a Ciência Cósmica: a descoberta do Amor a nível sideral!
Aissal acompanhou os mestres com o maior dos interesses. Ela gostava muito de seu amigo de missões, e queria acompanhar de perto aquela metamorfose jamais vista anteriormente! Para ela também era uma grande surpresa a transformação de seu pequeno companheiro.
Em momentos de grande expectativa e angustia como este, ela acionava os seus bancos de dados e revia – na sua tela mental de cristal líquido – as imagens gravadas de suas missões junto aos humanos, na companhia de seu bom amigo agora desativado. (uma das ‘aventuras’ que mais lhe marcou foi a malfadada missão a Varginha: por muito pouco ela e seu companheiro não foram destruídos pelos selvagens humanos! Chegaram a ser capturados pelas forças armadas do local, mas Pissal foi mais esperto e conseguiu escapar. Mais tarde, quando ela já estava a caminho dos ‘porões’ norte-americanos, ele a resgatou com o seu equipamento de transporte – da mesma forma que ela o salvou, tempos depois, da desintegração do módulo desgovernado). Foram tantas as aventuras e experiências que ela poderia ficar dias ali, recordando...
As gravações que ela menos gostava eram as das experiências com o pobre gado (até receberam um apelido carinhoso dos terráqueos: Chupacabras, hehehe...), mas a Ciência Cósmica tem que trabalhar, e novos seres têm que ser adaptados aos mundos ainda em fase de criação. Foi assim com a Terra (louvado seja Yavé e sua já extinta equipe de cientistas!), e assim sempre será – até o fim dos tempos. Apesar de se sensibilizar com a morte de cabras e bois, ela sabe que os cientistas precisam de amostras de órgãos vivos para enchertá-los em seus Protótipos de Novos Homens (que na Terra chamaram de Adão!). Isto é Ciência, e o que vale são os resultados...
- Aissal! – chamou um dos mestres que acompanhava o seu pensamento.
- Sim, Mestre?
- Venha cá, minha pequena máquina! – segurou-a no colo, como quem segura uma tenra criança - Deixe-me te dizer...
Aissal olhou para o chão, agora distante uns três metros...
- Sim, Mestre, o que desejas?
- Yavé foi um grande cientista, como todos no Universo devem saber (exceto os homens, pois o tempo fez com que eles se esquecessem de como foram criados)! – e depositando a pequena Aissal num assento próximo ao seu, prosseguiu:
- Podemos dizer que aquele pequeno planeta que rola na terceira vaga em torno do Sol – e que nos prende tanto a atenção por sua beleza e singularidade (onde os homens quase amam de verdade – característica exclusiva dos seres superiores do Universo!) foi e é a grande obra de arte do mestre Yavé. Pode-se dizer, inclusive, que a Terra é a obra-prima de um grande gênio que, infelizmente, não está mais entre nós. E não pense você que a criação e a transformação daquele pequeno mundo tenha sido o único feito do grande mestre. Também a sua humanidade – ao menos a sua parcela da humanidade – se tornou em grande obra de arte! Como você mesma pôde ver, eles são mesmo diferentes de tudo o mais que conhecemos, não é?
- Sim, são. Eles são especiais, não podemos negar (apesar de toda a sua selvageria e agressividade, eles são mesmo capazes de amar. Pena que poucos sabem disso...)
- Eles são belos em sua concepção artística! Da cabeça aos pés, estão cobertos de beleza! Jamais uma humanidade atingiu tamanha formosura de linhas tão harmoniosas entre si! Tudo neles é perfeição: olhos, nariz, boca, orelhas, cabelos, pelos, pele... Até mesmo a voz soa como melodia celestial!
- De certo há exceções, mas são pouquíssimas...
- Seus corpos são lindos, encantadores! Seus rebentos são a coisa mais graciosa do Universo!
- Pena que nem sempre eles cuidam destas maravilhas, como deviam! Os vícios os destroem, e eles parecem nem perceber! Suas crianças muitas vezes são maltratadas e abandonadas – quando não são mutiladas...
- Mas isto é conseqüência do abandono a que foram submetidos desde a desintegração de Yavé, na batalha contra o temível Lúcifer – mas isto é assunto para outra hora. Agora queria te deixar a par de nossa nova experiência: a transferência da Unidade Mental de um Elemento PI-SAL (no caso o seu amiguinho) para uma nova máquina – mais parecida com o terráqueo que tanto nos interessa. Se for bem sucedida esta nova experiência, todos aqueles Elementos das séries PI-SAL e AI-SAL (o seu caso) que quiserem voluntariamente se submeter a ela serão bem vindos. Isto fará com que o risco de contato seja quase zero – e nossas experiências com esta curiosa espécie de humanóides será enormemente facilitada! Não queremos mais correr riscos como o de Roswell ou o de Varginha. As baixas estão pondo em risco as nossas experiências neste quadrante da galáxia, e você sabe que a Terra está de quarentena, até que as forças de Lúcifer sejam definitivamente neutralizadas... As confederações galáticas que nos permitiram estudar os humanóides terrenos estão nos dando ultimatos, mais um acidente destes e estamos fora.
- O que seria uma pena, afinal estamos quase decifrando os segredos de Yavé para a confecção de tão belos espécimes, não é mesmo, Mestre?
- Sim, isso mesmo. Infelizmente Yavé levou seus segredos científicos para o túmulo. Se não fosse tão orgulhoso, ter-nos-ia facilitado séculos de pesquisas. Mas, como você mesma disse, estamos quase lá. Na verdade, só nos falta descobrir a sede do Amor – ou como ele se desenvolveu nesta espécie.
Talvez eles nem imaginem, mas é o Amor – e não a beleza artística de seus corpos – que os tornaram seres especiais da Criação!
Ad Honorem Extraterrestris
continua continua
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