A sonda espacial norte-americana «Voyager 1» chegou na terça-feira a uma distância de cem unidades astronómicas do Sol e continua a transmitir informações quase 30 anos depois do seu lançamento, informou hoje a NASA.
Isso significa que a nave, que é seguida de «muito perto» pela «Voyager 2», está a uma distância cem vezes superior à que separa a Terra do Sol, sendo actualmente o objecto de fabrico humano mais distante no cosmos.
Concretamente, a «Voyager 1» está a cerca de 15.000 milhões de quilómetros do Sol e, segundo Ed Stone, cientista do projecto e ex-director do Laboratório de Propulsão por Jacto (JPL) da NASA, as duas sondas estão a confirmar as previsões de que continuariam a funcionar sem incidentes 30 anos depois.
Neste momento, quando o Sol é apenas um ponto brilhante no espaço, tornando inviável a utilização da sua energia, a longevidade das duas sondas deve-se ao facto de estarem a funcionar com energia nuclear produzida por geradores radioisotópicos termoeléctricos.
De acordo com um comunicado da NASA, a «Voyager 1» está nos confins do sistema solar, numa zona onde a influência do «astro-rei» é mais fraca, e avança para o desconhecido espaço interestelar a uma velocidade de 1,6 milhões de quilómetros por dia, devendo atravessá-lo em 10 anos.
«O espaço interestelar está cheio de material ejectado por explosões das estrelas mais próximas e a «Voyager 1 será a primeira nave humana que nele entrará», disse Stone.
As duas sondas já enviaram informações quando passaram por Júpiter, Urano, Saturno e Neptuno, e forneceram mais dados sobre os ventos solares, que são correntes de partículas emitidas pelo Sol a mais de 1,5 milhões de quilómetros por hora.
Diário Digital / Lusa
16-08-2006 13:11:00
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É um grande feito!
E um pouco de história:

Nave espacial Voyager
© NASA
As sondas Voyager 1 e 2 são gêmeas, foram lançadas com 15 dias de intervalo (a Voyager 2 primeiro, em 20 de agosto e a Voyager 1 em 5 de setembro do 1977) e começaram seu longo caminho espacial que as levou a visitar os dois gigantes gasosos Júpiter e Saturno.
Diante do sucesso inicial, e aproveitando uma posição favorável de Urano e Netuno, que se dá cada 175 anos, se decidiu enviar a Voyager 2 a visitá-los, completando deste modo uma visita ao quarteto de gigantes gasosos.
A Voyager I, depois de passar por Saturno, se desviou, tal como estava previsto, a 35º norte do plano da eclíptica (o plano de órbita dos planetas em torno do Sol).
Atualmente se encontra cruzando a fronteira do Sistema Solar, o limite entre a ação do vento solar que se expande e o vento interestelar que o comprime. Isto se confirma graças aos três instrumentos que ainda funcionam a bordo das Voyager, que entre outras coisas, mostram uma leve desaceleração.

O famoso disco com a mensagem da Voyager
© NASA
As Voyager são mais conhecidas popularmente pelos famosos “discos” banhados em ouro que levam a bordo contendo saudações e uma elaborada mensagem com dados do planeta Terra e equações científicas, projetados por Frank. Drake e Carl Sagan, dirigido a hipotéticos seres que alguma vez, eventualmente, possam encontrar-se com estas naves e escutar sons ambientes da Terra, fragmentos musicais, saudações em 55 idiomas e ver 115 imagens, tudo escolhido por um comitê especial presidido pelo próprio Sagan.

© NASA
Estima-se que as Voyager têm energia para continuar enviando informações até 2020, momento em que se silenciariam para sempre. Calcula-se que nesse momento a Voyager 1 estará a quase 20 bilhões de quilômetros de casa.
Em 40.000 anos aproximadamente, passará nas proximidades (se é que dá para chamar 1,3 anos-luz de proximidade) da estrela AC+79 3888 que pertence à constelação da Girafa.
Ambas Voyager continuarão depois sua viagem, ninguém sabe até onde, ninguém sabe até quando.
Como disse Sagan:
“Pode ser que a humanidade se extinga, que a Terra seja tragada pelo Sol em expansão, e que chegue o dia em que todo o nosso sistema solar desapareça… porém, em algum lugar do espaço haverá um par de viajantes silenciosos atestando que alguma vez, em algum lugar da Via Láctea, floresceu a vida e evoluiu ao ponto tal de construir artefatos que evidenciem sua existência ante quem possa encontrá-los.”

E um pouco de história:

Nave espacial Voyager
© NASA
As sondas Voyager 1 e 2 são gêmeas, foram lançadas com 15 dias de intervalo (a Voyager 2 primeiro, em 20 de agosto e a Voyager 1 em 5 de setembro do 1977) e começaram seu longo caminho espacial que as levou a visitar os dois gigantes gasosos Júpiter e Saturno.
Diante do sucesso inicial, e aproveitando uma posição favorável de Urano e Netuno, que se dá cada 175 anos, se decidiu enviar a Voyager 2 a visitá-los, completando deste modo uma visita ao quarteto de gigantes gasosos.
A Voyager I, depois de passar por Saturno, se desviou, tal como estava previsto, a 35º norte do plano da eclíptica (o plano de órbita dos planetas em torno do Sol).
Atualmente se encontra cruzando a fronteira do Sistema Solar, o limite entre a ação do vento solar que se expande e o vento interestelar que o comprime. Isto se confirma graças aos três instrumentos que ainda funcionam a bordo das Voyager, que entre outras coisas, mostram uma leve desaceleração.

O famoso disco com a mensagem da Voyager
© NASA
As Voyager são mais conhecidas popularmente pelos famosos “discos” banhados em ouro que levam a bordo contendo saudações e uma elaborada mensagem com dados do planeta Terra e equações científicas, projetados por Frank. Drake e Carl Sagan, dirigido a hipotéticos seres que alguma vez, eventualmente, possam encontrar-se com estas naves e escutar sons ambientes da Terra, fragmentos musicais, saudações em 55 idiomas e ver 115 imagens, tudo escolhido por um comitê especial presidido pelo próprio Sagan.

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Estima-se que as Voyager têm energia para continuar enviando informações até 2020, momento em que se silenciariam para sempre. Calcula-se que nesse momento a Voyager 1 estará a quase 20 bilhões de quilômetros de casa.
Em 40.000 anos aproximadamente, passará nas proximidades (se é que dá para chamar 1,3 anos-luz de proximidade) da estrela AC+79 3888 que pertence à constelação da Girafa.
Ambas Voyager continuarão depois sua viagem, ninguém sabe até onde, ninguém sabe até quando.
Como disse Sagan:
“Pode ser que a humanidade se extinga, que a Terra seja tragada pelo Sol em expansão, e que chegue o dia em que todo o nosso sistema solar desapareça… porém, em algum lugar do espaço haverá um par de viajantes silenciosos atestando que alguma vez, em algum lugar da Via Láctea, floresceu a vida e evoluiu ao ponto tal de construir artefatos que evidenciem sua existência ante quem possa encontrá-los.”