
creditos: John Chumack
Pela primeira vez desde 1985 a Nova recorrente RS Oph ( tb conhecida como uma estrela variável cataclismica ) repentinamente aumentou seu brilho de 11a magnitude para magnitude 4,5 o que a torna facilmente visível a olho nú. Apenas quatro explosões de RS Oph foram registradas desde 1898.
RS Oph é facilmente localizável olhando a direção Leste por volta das 4:30 da manhã, abaixo duas imagens da mesma região do céu uma sem nenhuma marcação e a outra com as magnitudes ( brilho ), para comparação, das estrelas que formam uma espécie de cinturão ao redor da nova Rs Oph. Vênus está logo abaixo, próximo ao horizonte ( clique na imagem para ampliar ) :


Se observarem o local onde está Rs Oph é "aparentemente" vazio de estrelas, assim a única estrela que for observada no ponto marcado fatalmente será Rs Oph.
Acompanhar, a olho nú ou com um pequeno binóculo, o decaimento com o tempo da luminosidade de Rs Oph é algo único para se constatar diretamente a ocorrência de gigantescos mecanismos astrofísicos, é uma chance que não deve ser perdida.
Veja mais aqui sobre a Nova Rs Oph, e aqui sobre como observar estrelas variáveis contribuindo com a coleta de dados cientificos.
As Novas
Uma Nova ocorre em sistemas estelares binários em que uma das estrelas tem sua matéria ( basicamente hidrogênio ) "sugada" pela forte atração gravitacional de uma companheira Anã Branca, este material acumula-se em torno da anã branca na forma de um disco de acresção antes de por fim cair sobre a superfície da estrela superdensa:

Lentamente este material acumula-se sobre a superficie da estrela o que faz com que a pressão e temperatura das camadas inferiores deste material ( a que está em contato coma superfície da anã branca ) aumente alcançando um ponto onde repentinamente inicia a ocorrência de uma reação termonuclear, neste momento o brilho da estrala aumenta centenas de vezes em questão de algumas horas permanecendo desta forma por alguns dias ou meses antes de começar a decair.
Ao contrario das Supernovas porém as Novas recorrentes a estrela que origina a explosão não desaparece completamente permanecendo intacta o que acabará reestabelendo o ciclo que originará uma nova explosão. Mas nem sempre é assim, como será explicado adiante.
História
Até a época do astrônomo Tycho Brahe a concepção vigente era que o céu seria um local perfeito, imutável ( um axioma Aristotélico ) , quando Tycho registrou o aparecimento da Nova que denominou como "Stella Nova" isto o impressionou tanto que decidiu então dedicar-se a astronomia como profissão (A apesar de já tê-la estudado e se envolvido profundamente com ela na Universidade). Tycho registrou:
``No 11o dia de Novembro ( de 1572 ), logo após o por-do-Sol, eu observava as estrelas em um céu limpo. Então percebi uma nova e estranha estrela estrela superadno todas as outras em brilho que brilhava diretamente sobre minha cabeça. Até então, desde os tempos de garoto, eu conhecia todas as estrelas do céu perfeitamente, era evidente para mim que não existia nenhuma estrela naquele local do céu, mesmo pequena. Eu fiquei tão atônito com esta visão que não que duvidei da realidade daquilo que eu observava. Mas quando soube que outras pessoas observaram a mesma estrela no mesmo ponto do céu, eu não tive mais dúvidas. Era um milagre, um que nucna havia sido visto antes em nosso tempo, em qualquer época desde o início do mundo !''
Tycho então registrou sua nova em um mapa estelar improvisado ( ela está marcada como "I" ) :

Isto marcou o início de sua obsessão pelo registro cada vez mais preciso da posição de estrelas e planetas no céu. A precisão e abundância dos registros de Tycho sobre o movimento de Marte no céu permitu que mais tarde um matemático contratado por ele para avaliar seus resultados e assim confirmar o sistema Geocêntrico que ele ( Tycho ) havia elaborado não só não confirmou o sitema Geocêntrico mas demonstrou de uma vez por todas a eficácia do sistema Geocêntrico sobre o Heliocêntrico elaborando por fim as 3 Leis das Órbitas: Johannes Kepler.
nota 1: Allan Poe escreveu, em 1829, um poema inspirado no relato de Tycho sobre sua nova: Al Aaraaf,
nota 2: Kepler tb observou uma Nova anos mais tarde da morte de Tycho, a SN1604
nota 3: A Nova Tycho permaneceria como uma evidência anedota até a descoberta de sesu remanescentes hoje catalogados como SN1572
nota 4: Hoje sabemos que nem Tycho nem Kepler observaram uma Nova típica ( recorrente ).
nota 5: Em outubro de 2004 foi descoberta a possível companheira que doou material para a anã branca que formou a Nova de Tycho, ela foi catalogada como Tycho G:

Devido a força da explosão da Nova Tycho ( que acabou por tornar-se uma Supernova do tipo Ia ) a velocidade radial da Tycho G é cerca de 4 vezes maior do que qualquer estrela na mesma região alcançando 136km/s. Tycho G é uma grande evidência a favor dos modelos vigentes sobre a formação de uma Nova ( uma estrela companheira doadora e uma anã branca eruptiva ).
Supernovas do tipo Ia
Nem sempre porém uma Nova típica permanece intacta após sua explosão, neste caso ela pode gerar uma Supernova do tipo Ia.
O astrofísico indiano Subramanyan Chandrasekhar previu em 1930 que nenhuma anã branca poderia possuir massa equivalente a 1,2 x a massa de nosso Sol, acima deste valor ( conhecido como Limite Chandrasekhar ) uma anã branca detonaria como uma Supernova destruindo-se completamente. Foi exatamente isto que ocorreu com as Novas de Tycho e Kepler.
As Supernovas formadas através deste mecanismo são conhecidas como Superovas do tipo Ia. Nelas a acresção de material na superficie da anã branca faz com que amssa total da estrela supere o limite a massa limite de Chandrasekhar e ao invés de um ignição termonuclear na superfície da estrela, esta torna-se inteira instável e se consome em uma explosão Supernova.
Isto ocorre pq a reação termonuclear na superfície da estrela não segue o padrão normal ( a explosão ocorre e devido ao aumento da temperatura os gases se expandem ocasionando a diminuiçãoda pressão cessando a reação termonuclear, é por isto que a anã branca em uma explosão Nova típica não se destroi completamente ) . Assim que supera o Limite de Chandrasekhar Thermonuclear Reactions pq os gases aciamdeste limite assumem o comportamento de um Gás Degenerado ou seja , ele não segue os princípios clássicos da lei dos gases mas sim princípios da mecânica quântica.
Sob condições de pressão muito alta, a pressão não é mais dependende da temperatura, isto afeta a forma como a reação termonuclear acontece. Ao contrário de uma reação nuclear típica de uma Nova os gases desta vez não mais se expandem com o aumento da temperatura e a velocidade da reação termonuclear aumenta sua velocidade cada vez mais e pq esta velocidade é dependente do aumento da temperatura ela acelera de forma continua, sem parar, até que por fim conduz a uma instabilidade de toda a estrela gerando uma gigantesca explosão Supernova detonando a anã branca.
A Supernova 1994D fotografada na galáxia NGC 4526 é bem evidente ( observe que ela brilha tanto quanto toda a galáxia. Podemos desta forma imaginar pq a Nova Tycho chamou tanta a atenção de Tycho ) :

Energia Escura
Se as Supernovas do tipo Ia ajudaram a revolucionar o conhecimento cientifico uma vez, incentivando Tycho a juntar os dados usados posteriormente por Kepler, recentemente elas tiveram um novo e importante papel: A descoberta da Energia Escura.
Isto pq as Supernovas do tipo Ia possuem uma característica muito especial: o pico de intensidade luminosa atingido por estrelas deste tipo é proporcional a sua magnitude absoluta e sabendo-se a magnitude abosluta de uma estrela podemos determinar sua distância. Assim as Supernovas Ia são excelentes réguas ( devido ao seu forte brilho ) que nos permite determinar a distância de galáxias muito distantes, tão distantes que não se podem distinguir estrelas individualmente.
Plotando-se a magnitude absoluta (eixo Y) destas Supernovas contra a velocidade obtida através do Efeito Doppler ( desvio para o vermelho ( Z ) - eixo X ) podemos atestar pela velocidade de expansão do Universo: quanto maior a distância ( e tempo desde o Big Bang ) maior a velocidade de expansão:

High-Z Supernova Search Team
Mas recentemente ( após o levantamento, usando-se o Hubble, de Supernovas Ia em galáxias distantes ) o que foi observado é que o Universo não somente está se expandindo mas, ao contrário do que se esperava pelos modelos padrões, aparentemente o aumento de velocidade com a distância não é constante mas está aumentando (com o tempo):

Supernova Cosmology Project
Isto foi explicado postulando-se que existe uma energia de pressão negativa que aumenta com o tempo e que faz com que o Universo se expanda cada vez mais rápido: a Energia Escura.
nota: Existem críticas e propostas alternativas a Energia Escura .
( REA Brasil, the best, forever !

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