Você conhece Laniakea, o superaglomerado de galáxias em que vivemos?

Você conhece Laniakea, o superaglomerado de galáxias em que vivemos?
Por anos o homem acreditou que a Terra era o centro do Universo. A ideia foi concebida no século II D.C pelo astrônomo grego Ptolomeu. A ideia perdurou por 13 séculos.
Entretanto, no século XVI , Nicolau Copérnico e Galileu Galilei desenvolveram a tese da Heliocentria, em que os planetas, inclusive a Terra, giravam em torno do Sol.
Com o passar dos anos e os avanços da ciência os pesquisadores descobriram que tampouco o nosso Sistema Solar era o cento do Universo e nem mesmo a Via Láctea ocuparia tal posto.
E pior: a Via Láctea era apenas uma pequena célula em um super aglomerado de galáxias conhecido como Laniakea.
Agora, os cientistas criaram o primeiro mapa do colossal Laniakea. Uma simulação de computador feito pela revista Nature mostram Laniakea, com a localização da Via Láctea mostrada como um ponto vermelho.
Laniakea: o novo mapa cósmico
O novo mapa cósmico está dando aos cientistas uma visão sem precedentes dos limites do superaglomerado gigante que abriga a própria galáxia da Via Láctea e muitos outros.
O nome escolhido, Laniakea, vêm do havaiano e significa “céu imensurável”.
Os cientistas responsáveis pelo mapa 3D sugerem que o recém-encontrado superaglomerado de galáxias Laniakea pode até fazer parte de uma estrutura ainda maior que ainda não foram totalmente definidas.
“Vivemos em uma ‘teia cósmica’ onde as galáxias estão conectadas e separadas por vazios gigantescos”, disse o principal autor do estudo, Brent Tully, astrônomo da Universidade do Havaí, em Honolulu.
Estruturas galácticas no espaço
As galáxias não são espalhadas aleatoriamente por todo o universo, acreditam os cientistas. Pelo contrário, elas estão em grupos, como o da Terra, que contém dezenas de galáxias.
Por sua vez, esses grupos fazem parte de grandes aglomerados constituídos por centenas de galáxias, todos interconectados em uma rede de filamentos em que são “amarradas” como pérolas.
As estruturas colossais conhecidas como superaglomerados se formam nas interseções dos filamentos e têm limites pouco claros.
Para definir melhor essas estruturas, os astrônomos examinaram o Cosmicflows-2, o maior catálogo de movimentos de galáxias de todos os tempos, argumentando que cada galáxia pertence à estrutura cuja gravidade está fazendo com que ela flua.
“Temos uma nova maneira de definir estruturas em larga escala a partir das velocidades das galáxias, em vez de apenas observar sua distribuição no céu”, disse Tully.
Laniakea: nossa casa no universo
O novo mapa 3D desenvolvido por Tully e colegas mostra que a Via Láctea reside na periferia do superaglomerado Laniakea, com cerca de 520 milhões de anos-luz de largura.
O superaglomerado é composto de cerca de 100 mil galáxias, com uma massa total de cerca de 100 milhões de bilhões de vezes a do Sol.
O nome Laniakea foi sugerido por Nawa’a Napoleon, que ensina o idioma havaiano no Kapiolani Community College, no Havaí.
O nome é destinado a homenagear os navegadores polinésios que usaram seu conhecimento dos céus para fazer longas viagens pela imensidão do Oceano Pacífico.
Algo ainda maior que Laniakea
Tully observou que Laniakea poderia fazer parte de uma estrutura ainda maior. “Provavelmente precisamos medir outro fator de três distâncias para explicar nosso movimento local”, disse Tully.
“Podemos achar que temos que criar outro nome para algo maior do que fazemos parte – estamos observando isso como uma possibilidade real”.
Os cientistas detalharam suas descobertas nesta edição da revista Nature. Veja o vídeo com a animação: