Vida antiga: NASA anuncia descoberta de potencial bioassinatura em Marte

Em um anúncio que agitou a comunidade científica mundial, a NASA revelou ontem, 10 de setembro de 2025, evidências coletadas pelo rover Perseverance na cratera Jezero, em Marte, que representam um dos indícios mais promissores de uma bioassinatura já registrada no Planeta Vermelho. Durante uma teleconferência transmitida ao vivo pelo site oficial da agência, cientistas apresentaram detalhes sobre uma amostra de rocha, batizada de “Sapphire Canyon”, extraída da formação rochosa “Cheyava Falls” em julho do ano passado. A descoberta, descrita como um marco na busca por vida extraterrestre, pode conter indícios de vida microbiana que habitou Marte há bilhões de anos.
A rocha em questão chamou a atenção da equipe da missão Perseverance por suas características químicas e geológicas únicas. Análises preliminares realizadas pelos instrumentos do rover identificaram compostos orgânicos ricos em carbono, que na Terra estão frequentemente associados à vida. Embora esses compostos possam ter origem não biológica, sua presença é um sinal promissor de que o ambiente marciano já foi propício à habitabilidade.
Além disso, a amostra revelou assinaturas químicas de reações de oxirredução (redox), processos que, na Terra, estão frequentemente associados ao metabolismo de microrganismos. A rocha também exibe manchas escuras, ricas em minerais de ferro e fosfato. Essas estruturas são semelhantes a formações encontradas em rochas terrestres que contêm fósseis microbianos, sugerindo que micróbios podem ter utilizado essas reações químicas como fonte de energia no passado distante de Marte.

De acordo com os dados divulgados, a rocha contém:
- Compostos Orgânicos: A análise revelou moléculas orgânicas complexas, ricas em carbono, que são blocos de construção da vida. Esses compostos, embora não exclusivos de processos biológicos (podem ser formados abioticamente), são um indicativo importante de ambientes potencialmente habitáveis.
- Assinaturas Químicas Redox: A rocha apresenta evidências de reações de oxirredução (redox), que envolvem transferência de elétrons e são frequentemente associadas a processos metabólicos de micróbios. Essas reações poderiam ter servido como fonte de energia para vida microbiana no passado.
- Manchas Pretas: As manchas escuras observadas na rocha contêm minerais ricos em ferro e fosfato (minerais vivianite e greigite). Na Terra, tais minerais, quando em conjunto, estão frequentemente ligados a processos biológicos, como os associados a fósseis microbianos em rochas sedimentares. Essas manchas são particularmente intrigantes porque podem indicar atividade química sustentada por micróbios bilhões de anos atrás.
- Texturas Geológicas: A rocha exibe texturas que sugerem a presença de água no passado, como camadas sedimentares e possíveis depósitos de minerais formados em ambientes aquáticos, condições favoráveis à vida.
Um passo além na busca por vida
“Essa é a amostra mais intrigante que o Perseverance coletou até agora”, afirmou Katie Stack Morgan, cientista da equipe da missão, durante a conferência. As texturas geológicas da rocha, que indicam a presença de água em um passado remoto, reforçam a hipótese de que a cratera Jezero, um antigo lago marciano, pode ter sido um ambiente habitável.
“Não estamos confirmando a existência de vida, mas encontramos um potencial biossinal que merece investigação mais aprofundada”, completou.
A descoberta será detalhada em um artigo científico a ser publicado em breve, mas a análise definitiva depende da missão Mars Sample Return, que trará a amostra à Terra para estudos em laboratórios equipados com tecnologia de ponta. Apenas com esses exames será possível determinar se as assinaturas químicas e geológicas são, de fato, evidências de vida passada.
O anúncio reacendeu o debate sobre a possibilidade de vida em Marte e a discussão sobre o momento delicado para o financiamento de futuras missões de exploração planetária. Com os recentes cortes de verbas da agência, a própria realização da Mars Sample Return ainda tornou-se uma incerteza, embora ainda não esteja oficialmente cancelada.
A NASA reforçou que o trabalho do Perseverance está pavimentando o caminho para entender não apenas a história geológica de Marte, mas também sua potencial habitabilidade. A comunidade científica e o público aguardam ansiosamente os próximos passos, enquanto o Planeta Vermelho continua a revelar segredos que podem redefinir nossa compreensão do cosmos.