AARO divulga novo vídeo de UAP no Oriente Médio, enquanto diretor fala sobre “Inteligência Não Humana”

O Escritório de Resolução de Anomalias em Todos os Domínios (AARO) do Pentágono divulgou recentemente um vídeo capturado no Oriente Médio em 2024 que, segundo a avaliação oficial do órgão, ‘quase certamente retrata um balão comercial refletivo’. O material, com duração de um minuto e trinta e seis segundos, foi registrado por sensores a bordo de uma plataforma militar dos Estados Unidos.
De acordo com o serviço militar que reportou o avistamento, a gravação “provavelmente retrata um objeto esferoidal de movimento lento”. No entanto, a AARO realizou sua própria avaliação do material. A avaliação da AARO conclui, com “alta confiança” – o que significa uma probabilidade “quase certa” (≥95%) – que o objeto mostrado no vídeo é um balão comercial refletivo.
Esta conclusão é baseada na “forte consistência morfológica do objeto com outras imagens resolvidas que retratam balões” e na “correlação comportamental [do objeto] com a velocidade e direção do vento registradas durante o evento”. O vídeo foi capturado em 1º de junho de 2024 e postado no site DVIDS em 2 de junho de 2025.
Este é o segundo vídeo capturado no Oriente Médio liberado em pouco menos de um mês na mesma plataforma. No primeiro, em maio desse ano, o escritório do Pentágono não considerou estar próximo de uma explicação com base nos dados e na imagem disponível, classificando-o como “não resolvido”.
Reações nas redes sociais levantam dúvidas
A divulgação do vídeo e a avaliação da AARO geraram diversas reações na comunidade online, especialmente no X.com (anteriormente Twitter). O pesquisador John Greenewald, Jr. publicou o vídeo, notando que a AARO o lançou “silenciosamente” e o classificou como “provavelmente um balão”, convidando o público a tirar suas próprias conclusões.

Muitos comentaristas expressaram ceticismo em relação à explicação do balão, principalmente questionando a velocidade aparente do objeto no vídeo. Usuários como @JMuzc7 afirmaram: “Sim, eu nunca vi um balão se mover nem de perto tão rápido quanto isso, e simplesmente não parece um balão de jeito nenhum”. De maneira similar, @KyloRen_Hux comentou: “Nunca vi um balão se mover tão rápido antes…”. A falta de dados sobre velocidade por parte da AARO foi criticada por alguns.
Comentários dessa natureza tiveram resposta do usuário @greenbudha, que retwittou um post de 2022 do notório cético em UAP Mick West. Na época, quando tratava de outro caso, West exemplificou a possibilidade de o efeito de paralaxe criar a ilusão de velocidade elevada. Seu post usou a analogia de um vídeo de alpinistas no topo de uma montanha que, embora pareçam estar parados, a movimentação da câmera ao redor deles faz com que o fundo pareça se mover “centenas de milhas por hora”.
For reference that balloon could be absolutely motionless, like these mountain climbers who look like they’re traveling hundreds of miles an hour👍🏻 https://t.co/B5eDYTztFj
— greenbudha (@greenbudha) June 3, 2025
Este argumento sugere que a aparente rapidez do objeto no vídeo poderia ser um artefato da movimentação da câmera militar que o gravou, e não um indicativo da velocidade real do objeto em si.
Diretor da AARO comenta UAPs: “potencial inteligência não humana? Talvez.”
Dois dias após a liberação do vídeo do Oriente Médio, em 4 de junho de 2025, o diretor da AARO, Jon Kosloski, concedeu uma entrevista à ABC e comentou sobre a investigação de UAPs em geral. Ao ser questionado sobre como seria possível identificar algo que pudesse ser “vida extraterrestre ou inteligência não humana”, Kosloski afirmou que “isso exigirá muito mais do que os vídeos borrados que tenho agora”.
Ele listou o que esses objetos poderiam ser, incluindo “uma tecnologia de ponta desenvolvida por um adversário”, “um problema de segurança nacional”, “uma questão de segurança de voo”, e, como uma possibilidade considerada, a expressão exata que ele usa para definir essa questão é “potencial inteligência não humana, talvez”.
Kosloski enfatizou manter “uma mente aberta e uma porta aberta” ao lidar com o fenômeno UAP. No entanto, ele também referenciou uma revisão histórica de 80 anos de registos de UAPs conduzida pelo Pentágono, que concluiu que não há “evidências de que qualquer investigação do governo dos EUA… tenha confirmado que qualquer avistamento de um UAP representou tecnologia extraterrestre”. Ele destacou que essa conclusão “continua válida”. Além disso, ele declarou que “não conseguiu corroborar nenhuma dessas alegações” sobre a posse de naves espaciais intactas pelo governo.
Enquanto muitos casos de UAPs são “rapidamente explicáveis” como grandes pássaros, balões, detritos ou drones, Kosloski notou que ainda existem casos “verdadeiramente anômalos”, citando o incidente “tic-tac” de 2004 como um exemplo para o qual ainda não há “muitos dados científicos disponíveis”.
A divulgação de materiais visuais não classificados, como esses vídeos, é vista por alguns como um passo positivo em direção à transparência, embora a qualidade do material e a retenção de dados cruciais continuem a ser pontos de crítica.