Análise didática esclarece ‘Portal Dimensional’ no céu de Pirapora do Bom Jesus

Análise didática esclarece ‘Portal Dimensional’ no céu de Pirapora do Bom Jesus
Analise didática esclarece portal dimensional em Pirapora do Bom Jesus (Reprodução Redes Sociais)

Um vídeo que capturou uma imagem celeste incomum em Pirapora do Bom Jesus, na Grande São Paulo, no Morro do Capoava, em 2 de maio de 2025, rapidamente chamou a atenção nas redes sociais, sendo descrito por testemunhas como uma “fenda” ou “portal” no céu. Uma análise didática sobre o fenômeno foi apresentada em vídeo pelo analista Jorge Uesu Jr, experiente pesquisador com várias contribuições à comunidade ufológica.

O registro original, capturado por Wellington Maciel Soares durante um ensaio fotográfico pré-casamento, mostra uma estrutura alongada e aparentemente vertical no céu, no momento em que o sol se punha. As reações gravadas em vídeo expressam surpresa e confusão diante da cena: “olha olha como a estrutura é estranha olha que coisa estranha cara”, “Gente do céu, olha isso no céu”. Outras exclamações como “nossa nossa mano enorme” e “nossa que loucura cara que loucura” refletem o impacto visual.

O autor do vídeo chega a descrever a imagem como “uma fenda, não, [um] portal… será que é um portal?”. Ele também notou que a estrutura “tá gerando sombra” e, em certo momento, pareceu que uma parte “descolou de lá, caiu”, gerando mais espanto: “Nossa, cara, que isso?”. Wellington comentou posteriormente que “acabou com que eu tinha que continuar o ensaio de pré casamento então não consegui gravar mais”, lamentando não ter capturado mais detalhes do fenômeno.

O vídeo, postado no YouTube Shorts, gerou bastante curiosidade e engajamento, mas circulou principalmente no aplicativo de mensagens instantâneas Whatsapp. Comentários como “Caramba, tem mais imagens?” e “tem o video completo?” demonstram o interesse do público em ver mais sobre o acontecimento. Houve também especulações, como a de que seria “algo sólido”, e pedidos de informação sobre a identificação do objeto: “Já tiveram alguma informação do que poderia ser?”. Alguns comentários elogiaram a qualidade da gravação, considerando-a “Incrível” e “a melhor filmagem da historia”, o que sublinha o impacto visual do registro de Wellington.

Análise mostra que tratou-se de um rastro de avião

A análise apresentada oferece uma explicação detalhada para a imagem. Inicialmente, o Uesu comenta: “Logo que vi essa imagem, me parecia um rastro de condensação de um avião ou “contrail”, uma fumacinha que os jatos soltam”. [Nota do Editor: a fumaça, na verdade, é formada principalmente pela condensação de vapor de água da atmosfera em contato com os gazes quentes expelidos pelos motores a jato]. Ele explica o contexto temporal e geográfico da gravação: “A câmera estava apontada para o oeste. O sol tinha se posto às 17:41 e ele estava um pouco abaixo do horizonte e ainda podia iluminar a parte alta da atmosfera”.

Um ponto crucial da análise é a localização de Pirapora do Bom Jesus em relação ao tráfego aéreo intenso da região. “Pirapora fica no meio de várias rotas aéreas por onde passam voos de e para Congonhas, Guarulhos e Campinas”. Usando o aplicativo Fligthradar24, a análise identifica duas rotas específicas de voos que se encaixam no cenário: “Agora presta atenção neste voo Latan 3216. Ele sai de Guarulhos, passa perto de Pirapora e faz uma curva sobre a cidade de Sorocaba. Em seguida, tem este Latan 3462 que passa indo para Londrina”.

Usando mapeamento 3d e 2d, Uesu faz a a sobreposição das rotas com a disposição das esteiras de vapor no céu e a coincidência entre elas leva à conclusão enfática:

“A conclusão é que as rotas dos dois aviões batem exatamente com o que vemos no vídeo”, diz.

A aparência incomum do rastro é explicada pela perspectiva e iluminação: “Agora, por que esse rastro parece tão estranho? Estamos vendo o rastro bem de frente, então ele parece ser vertical”. Além disso, a posição baixa do sol cria um efeito de sombra peculiar: “O sol está baixo do horizonte. Então ele projeta a sombra do rastro na nuvem acima”. A análise ressalta que este fenômeno de sombras de contrails em nuvens é conhecido, mostrando outros exemplos.

No caso específico de Pirapora, um detalhe adicional pode ter contribuído para a aparência: “no caso de Pirapora, o voo estava subindo de 25.000 para 30.000 pés. Então o que vemos pode ser o rastro do avião atravessando aquela nuvem”. Au final, o analista ainda exemplifica como diferentes perspectivas de um rastro de avião podem aparecer.

O desafio da análise ufológica na era digital

Na era digital, a disseminação massiva de dispositivos de gravação de alta qualidade, como smartphones, aliada à facilidade de compartilhamento instantâneo em redes sociais, resultou em uma explosão sem precedentes no número de registros visuais de alegados objetos voadores não identificados e fenômenos celestes incomuns. Diariamente, vídeos e fotos, muitos capturados de forma espontânea por cidadãos comuns, circulam online, apresentando desde luzes distantes até estruturas que parecem desafiar explicações convencionais, como a percepção inicial do fenômeno em Pirapora do Bom Jesus como uma “fenda” ou “portal”. Esse enorme volume de dados representa, por si só, um desafio inicial significativo para pesquisadores e ufólogos sérios que tentam monitorar e analisar potenciais avistamentos.

Além da simples quantidade, a qualidade e o contexto desses registros digitais frequentemente apresentam obstáculos consideráveis. Muitas gravações são feitas a distância, podem estar tremidas ou carecem de metadados cruciais, como localização exata, hora precisa, direção da câmera e condições ambientais detalhadas – informações vitais para qualquer análise rigorosa. Soma-se a isso a propensão a interpretações errôneas por parte das testemunhas que, diante de algo inesperado e estranho, podem expressar surpresa e confusão, e recorrer a hipóteses especulativas. Para complicar ainda mais o cenário, existe todo um universo de casos onde há a intenção deliberada de enganar os espectadores, com a criação ou manipulação de conteúdos falsos — embora este aparentemente não tenha sido o caso do registro de Pirapora, que buscou retratar fielmente o que foi visto.

Este cenário de abundância de informações, muitas vezes incompletas ou enganosas, torna a tarefa de separar o trivial do insólito cada vez mais árdua para quem se dedica à ufologia com seriedade. O desafio é amplificado em um momento em que o tema Ovni (ou Fenômenos Anômalos Não Identificados — UAP) e a busca por provas de vida extraterrestre estão efervescentes em todo o planeta, gerando intensa atenção midiática e pública. Casos como este exemplificam a necessidade de investigação cuidadosa para diferenciar fenômenos perfeitamente explicáveis — por mais incomuns que pareçam inicialmente — de potenciais anomalias genuínas em meio ao vasto e barulhento oceano de conteúdo digital.

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Jeferson Martinho

Jornalista, o autor é empresário de comunicação, dono de agência de marketing digital e assessoria de imprensa, publisher de um portal de notícias regionais na Grande São Paulo, fundador e editor do Portal Vigília. Apaixonado por Ufologia de um ponto de vista científico, é autor do livro "Nem Todo OVNI é Extraterrestre - Um guia para entusiastas da ufologia que não querem ser iludidos", disponível na Amazon.

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