Cientistas encontram nova superterra e outros 6 planetas em estrelas anãs

Cientistas encontram nova superterra e outros 6 planetas em estrelas anãs
Representação do exoplaneta TOI-1136b no Eyes On Exoplanets, da NASA (Reprodução)
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Uma equipe internacional de astrônomos acaba de detectar um intrigante sistema planetário a aproximadamente 270 anos-luz da Terra. Seis exoplanetas, batizados de TOI-1136b a TOI-1136g, foram confirmados orbitando a estrela anã TOI-1136, descrita como “mal comportada” devido a seu magnetismo e erupções intensas. Os pesquisadores também investigam a possível existência de um sétimo planeta no mesmo grupo.

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Além disso, outra pesquisa recente, publicada na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, relata a descoberta de uma superterra chamada TOI-715b com grande potencial de habitabilidade. Com cerca de 1,55 vezes o raio da Terra, orbitando dentro da zona habitável de uma estrela anã vermelha, ela faz parte da nossa “vizinhança”, ficando meros 137 anos-luz de distância do nosso sistema solar.

Classificados como “sub-netunos”, os seis astros já confirmados no sistema TOI-1136 são maiores que planetas telúricos como a Terra, porém menores que gigantes gasosos como Netuno e Urano. Suas órbitas são mais curtas, completando uma volta em torno da estrela em aproximadamente 88 dias terrestres – similar ao período de Mercúrio.

O estudo que revela o sistema TOI-1136 foi publicado recentemente no periódico The Astronomical Journal. A detecção se deu inicialmente em 2019, durante observações do telescópio espacial TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite) da NASA. Porém, apenas agora, utilizando modelagem computacional avançada, os cientistas conseguiram confirmar a existência dos seis astros extrassolares.

As dimensões exatas dos exoplanetas ainda precisam ser determinadas, mas estima-se que alguns sejam até quatro vezes maiores que a Terra. Segundo os astrônomos, a descoberta ajuda a elucidar processos de formação e evolução de sistemas planetários semelhantes ao nosso.

Dois planetas na candidata a menor zona habitável

Já a superterra TOI-715b, embora tenha uma órbita curta de 19 dias, está na zona habitável de sua estrela devido à luminosidade mais fraca de seu astro central, uma anã vermelha.

Representação da órbita do exoplaneta TOI-715b em relação à sua estrela, com nosso Sol em perspectiva, no Eyes On Exoplanets, da NASA (Reprodução)
Representação da órbita do exoplaneta TOI-715b em relação à sua estrela, com nosso Sol em perspectiva, no Eyes On Exoplanets, da NASA (Reprodução)

A possível habitabilidade de TOI-715b também representa uma oportunidade para estudos futuros sobre a presença de vida em exoplanetas. Segundo os pesquisadores, o exoplaneta representará uma ótima oportunidade de estudos para os novos equipamentos de espectroscopia disponíveis no telescópio espacial James Webb.

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Dentro do mesmo sistema, o estudo realizado com o Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito da NASA (TESS) observou indícios da existência de um segundo planeta do mesmo tamanho que a Terra que, se confirmado, consolidará o achado como a menor zona habitável encontrada até agora pelo TESS.

Mais exoplanetas que nunca

A descoberta se soma ao crescente catálogo de novos mundos identificados além do Sistema Solar. Impulsionada por telescópios como o TESS e o revolucionário James Webb, a busca por exoplanetas vive fase de ouro. Atualmente, mais de 5.500 destes astros já foram confirmados pela ciência.

Um marco recente foi a identificação de LHS 475 b, apelidado de “primo” da Terra. Localizado a “apenas” 41 anos-luz, o exoplaneta tem 95% do diâmetro terrestre e orbita uma estrela anã vermelha. Graças ao Webb, foi possível fazer as primeiras análises de sua atmosfera.

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Outras joias extrassolares descobertas incluem os gigantes gasosos HD 36384 b e TOI-4860 b, com massas superiores à de Júpiter. Já TOI-198b e TOI-2095b se encaixam na categoria de “super-Terras”, com mais de 2 vezes a massa do nosso planeta.

Novos mundos, novas fronteiras

Segundo especialistas da NASA, cada nova descoberta nos aproxima de responder a pergunta fundamental: “estamos sozinhos no universo?”. Os exoplanetas ampliam nosso conhecimento sobre a diversidade de mundos no cosmos, abrindo as portas para a astrobiologia.

É o caso de corpos celestes como o planeta Proxima Centauri c, no sistema da estrela mais próxima do Sol, e o intrigante TOI-1136b – ambos desafiando teorias sobre condições de habitabilidade. Outros como o planeta TIC-172900988b, orbitando um sistema binário, também revelam ambientes exóticos possíveis de abrigar vida.

As missões espaciais em busca de exoplanetas e sinais de atividade biológica estão apenas começando. Nos próximos anos, telescópios de nova geração como o James Webb e o gigante Extremely Large Telescope (ELT) trarão uma enxurrada de descobertas astronômicas.

Redação Vigília

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