Cientistas podem ter encontrado uma parede gigante no limite do Sistema Solar

Cientistas acreditam que um fenômeno misterioso na borda do Sistema Solar pode ser uma “parede gigante” feita de átomos de hidrogênio, ou plasma.
Os dados foram obtidos pela nave espacial New Horizons, da NASA. Ela foi lançada em janeiro de 2006 e, desde então, tem ajudado os cientistas a compreender o universo nos limites de nosso Sistema Solar.
Considerado o quarto estado da matéria, o plasma é diferente dos estados sólido, líquido e gasoso. Quase 99% de toda a matéria do universo é plasma.
Parede com altas temperaturas
De acordo com dados enviados pela New Horizons, as temperaturas da parede gigante encontrada no limite do Sistema Solar chegam a 49.427 graus Celsius (89.000 graus Fahrenheit).
A parede estaria bem na borda de nosso sistema solar, aproximadamente 100 vezes mais longe do Sol do que a Terra, onde as partículas do Sol e do espaço interestelar interagem.
Os cientistas acreditam que no limite onde o vento interestelar encontra o vento solar, conhecido como Heliopausa, ocorre um acúmulo de hidrogênio. Isso cria uma ‘parede’, que espalha a luz ultravioleta de uma forma distinta.
No limite do Sistema Solar?
A descoberta foi feita há aproximadamente 30 anos pelas espaçonaves Voyager 1 e 2. Elas estão passando pela parede agora, mas são incapazes de fazer mais detecções.
Entretanto, a New Horizons varreu o céu sete vezes entre 2007 e 2017; durante esse tempo ela testemunhou mais luz ultravioleta mais longe do sol do que esperaríamos ver se não houvesse parede.
A nave está 42 vezes mais longe do Sol do que a Terra, uma distância que levou cerca de 12 anos para ser alcançada.
Comunidade científica em festa
Um artigo descrevendo as descobertas foi publicado na Geophysical Research Letters.
“Estamos vendo o limiar entre estar na vizinhança solar e estar na galáxia”, declarou a Dra. Leslie Young, do Southwest Research Institute, no Colorado, uma das co-autoras do artigo.
Outro que ficou surpreso e extasiado com a descoberta foi o cientista espacial David McComas, da Universidade de Princeton. “É realmente emocionante se esses dados forem capazes de distinguir a parede de hidrogênio”, disse.
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A missão New Horizons está atualmente a caminho de explorar um novo alvo chamado Ultima Thule, tendo voado por Plutão em 2015.
Mas, se as estimativas estiverem corretas, quando a missão terminar – em cerca de 10 a 15 anos – a nave deve ter quase chegado à parede. Aí será possível saber com certeza se a parede está lá ou não.