Coluna de luz misteriosa na Serra do Vulcão (RJ) intriga pesquisadores

Em 11 de janeiro de 2025, na madrugada, um evento luminoso incomum foi capturado na chamada Serra do Vulcão, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense (RJ), uma área conhecida por frequentes relatos de objetos voadores não identificados. O registro foi feito por uma das câmeras da iniciativa Monitoramento UAP Brasileiro (Mubras), mantida pelo engenheiro Wagner Vital de Lima, integrante do Grupo Ufológico da Baixada Fluminense.
Vital descreveu o fenômeno como “uma luz bem interessante na Serra do Vulcão em Nova Iguaçu”. Segundo ele, a luz “contornou toda a serra, passando pela pela rampa do de voo livre que tem aqui em Nova Iguaçu”. Acompanhando a evolução do evento no vídeo capturado, Vital notou que a luz “desaparece depois ele aparece de novo” em determinado momento.

A parte mais intrigante do registro ocorreu em seguida: “mais na frente, essa luz aumenta muito a intensidade e depois cria uma coluna de luz muito alta. E aí um objeto se desprende dela e vai em direção à atmosfera, em direção ao céu. É um evento muito interessante que foi capturado aqui”. A área onde a coluna de luz se formou é de mata fechada, com árvores nativas muito altas, passando de 6 metros de altitude. A coluna de luz foi estimada em “mais de 10m de altitude” e antes que “se desprendeu, uma outra luz foi até ela, que foi pro céu e sumiu no meio das nuvens”.
Diante da natureza inusitada do evento, Vital apresentou o vídeo a um “grupo independente de pesquisadores onde a gente compartilha esse tipo de informação”. Ele descreveu o grupo como “uma mesa de debates com ideias livres”. Após a apresentação, “todos eles entenderam que se trata de fato de algo muito muito esquisito bem interessante”.
No debate, foram levantadas diversas hipóteses na tentativa de encontrar uma explicação prosaica, mas nenhuma se mostrou completamente satisfatória. A possibilidade de ser um carro catapultando algum tipo de aeronave, por exemplo, foi eliminada porque o objeto não se moveu pelo caminho usual de acesso à rampa de voo livre (pela Estrada de Madureira/Unig). Além disso, a região onde a coluna de luz se formou é de mata densa e não possui estradas, apenas, talvez, trilhas que não comportariam um veículo.
A hipótese do efeito corona, um fenômeno ionizante que ocorre em linhas de alta tensão, também foi considerada. No entanto, a torre de transmissão mais próxima do ponto do evento está a aproximadamente 3,5 a 4 km de distância. O efeito Corona geralmente se manifesta muito próximo às linhas, a poucos metros, não a quilômetros. Por isso, essa hipótese também foi descartada.
Vital mencionou que trabalha com a hipótese de plasmoides, que são estruturas de plasma. Ele acredita que a luz capturada “pode ser um efeito de plasma” que contornou a serra, criou a coluna de luz e se desprendeu para o céu. Ele ressalta que considera o plasma “muito mais plausível do que naves alienígenas vindo de outro planeta”.
Apesar das discussões e hipóteses, Vital conclui que o evento foi “bem inusitado”, “chamou muita atenção” e que, de fato, “não sabemos de fato do que se trata”. A Serra do Vulcão continua sendo um dos “spots mais interessantes mais quentes da Baixada Fluminense” para relatos de objetos voadores não identificados, algo que ocorre “de muitos anos de décadas e Décadas atrás”.
Registro da Mubras corrobora avistamento de testemunha no Rio de Janeiro
O evento capturado na Serra do Vulcão em 11 de janeiro de 2025 não foi o único registro notável feito pela Mubras em data recente. Meses antes, em 16 de agosto de 2024, uma das estações de monitoramento da iniciativa corroborou o avistamento de uma testemunha ocular em solo no bairro de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Naquela noite de sexta-feira, pouco antes das 22 horas, o vigia Carlos Rodrigues Hermenegildo, de 45 anos, observou um fenômeno luminoso incomum enquanto trabalhava em Campo Grande. Ele descreveu uma luz estranha que, após parecer inicialmente estática, moveu-se e comportou-se de maneira pouco convencional. O objeto apresentou-se inicialmente em formato de um disco, com luzes brancas que alternavam para vermelho e laranja. O que chamou sua atenção foi o fato de as luzes “pulsarem”, diferente das luzes de alerta de aeronaves. Curioso, Rodrigues usou uma potente lanterna “T9” para interagir com o objeto. Ao apontar a luz e usar o modo de pisca rápido, notou uma reação: o objeto começou a brilhar mais intensamente e subiu, ganhando mais altitude.
Após cinco ou seis minutos de observação, o vigia conseguiu filmar parte do fenômeno com seu celular, registrando o estranho movimento do objeto a partir das 21h59. Ele percebeu que o objeto começou a se transformar, dividindo-se “em quatro partes”, que viraram esferas com luzes muito intensas e pulsantes de maneira sincronizada. Essas esferas, após alguns minutos, formaram um “padrão delta” e, em seguida, mudaram de formação novamente, adotando um “movimento serpenteado” antes de acelerarem em velocidade em direção à Serra do Mendanha. Rodrigues tentou continuar filmando, mas perdeu o objeto de vista devido a obstáculos no terreno acidentado.

O vídeo de Rodrigues foi compartilhado em grupos de discussão ufológica, gerando intenso debate. A análise encontrou dificuldades para encaixar a filmagem em categorias mais banais, como drones, balões ou parapentes. A abordagem colaborativa de vários pesquisadores levou o vídeo ao engenheiro Wagner Vital, mantenedor da Mubras.
Para surpresa dos pesquisadores, uma das câmeras da Mubras, fazendo uso do software de detecção de anomalias Skyguard, criado pelo engenheiro, captou de outro ângulo a estranha evolução de uma forma luminosa no céu no mesmo dia (16 de agosto de 2024), no mesmo horário aproximado e na mesma área geral para onde o objeto de Rodrigues se moveu (próximo à Serra do Mendanha). Conforme explicou Vital, “As câmeras da Mubras capturaram um objeto não identificado no mesmo horário e data mencionados pelo vigia de Campo Grande”.
O registro da Mubras mostrou o objeto surgindo às 21:40 e realizando uma trajetória incomum em forma de laço. O software da Mubras confirmou que o objeto tinha uma movimentação anômala, “completamente atípica para aviões ou balões meteorológicos”.
A combinação do vídeo de Rodrigues com o registro da estação de monitoramento da Mubras tornou-se um “ativo valioso para a pesquisa ufológica”, não apenas por confirmar a utilidade de iniciativas de monitoramento de baixo custo, mas principalmente por permitir inferir e comparar dados de avistamentos, buscando a confirmação dos relatos e a eliminação das hipóteses convencionais.
Engenheiro projeta a Redesky: uma revolução na vigilância científica dos céus
O monitoramento realizado pela Mubras está prestes a se tornar uma ferramenta ainda mais poderosa. Uma inovadora iniciativa chamada Redesky está atualmente em fase alpha de desenvolvimento, prometendo um novo patamar na observação dos céus e o estudo de Fenômenos Aéreos Não Identificados (UAP). Embora ainda não esteja aberta ao público, a Redesky visa conectar uma ampla gama de câmeras e voluntários engajados ao sofisticado sistema SkyGuard.
Desenvolvido pelo engenheiro Wagner Vital, o SkyGuard é o coração tecnológico da Redesky. A plataforma foi concebida para realizar um monitoramento potencializado e contínuo dos céus, com a capacidade de registrar automaticamente anomalias que possam corresponder a UAPs.

A ambição da Redesky é ir além do simples registro. Utilizando algoritmos de inteligência artificial, o sistema se propõe a rastrear e desenhar trajetórias, além de converter os relatos de testemunhas e os dados visuais capturados pelas câmeras em informações estruturadas e cientificamente relevantes. Isso permitirá que pesquisadores e cientistas realizem estudos aprofundados, com uma base de dados robusta e qualificada, contribuindo para uma compreensão mais clara e objetiva desses fenômenos.
Ao fomentar a ciência cidadã e integrar tecnologias de ponta, a Redesky, mesmo em seus estágios iniciais, representa um passo significativo para a criação de uma rede colaborativa nacional dedicada à vigilância científica do céu, com potencial para desvendar mistérios e expandir nosso conhecimento sobre o que ocorre acima de nós.
A iniciativa SkyGuard/Redesky busca o apoio da comunidade para financiar o desenvolvimento tecnológico e manutenção da infraestrutura de servidor para o sistema. Uma das formas de colaborar financeiramente é através de sua campanha de financiamento coletivo na plataforma AjudaJá (https://ajudaja.com.br/campanha/?x=59264). Os recursos arrecadados são essenciais para custear despesas operacionais, aquisição de equipamentos, desenvolvimento de software, espaço e estruturas alocados em servidores de alta capacidade.
Em breve será aberta também a possibilidade de inclusão de câmeras externas ao projeto, com os usuários podendo acompanhar os registros e relatórios sobre deteções feitas a partir de suas próprias câmeras instaladas em qualquer lugar do mundo.
Toda contribuição é valiosa e ajuda a fortalecer a pesquisa ufológica séria e a ciência cidadã no Brasil, impulsionando a capacidade de monitoramento e análise de fenômenos aéreos anômalos.