Vida plasmática: uma explicação alternativa para a “Noite Oficial dos OVNIs”?

A “Noite Oficial dos OVNIs” é um dos casos mais notáveis de avistamentos de objetos voadores não identificados no Brasil e no mundo, ocorrido em 19 de maio de 1986. Naquela noite, os radares da defesa aérea brasileira detectaram vinte plots desconhecidos e luzes estranhas foram observadas no céu, levando a Força Aérea Brasileira a mobilizar caças para identificar os objetos.
Diversas hipóteses foram propostas, como aeronaves espiãs estrangeiras, chuva de meteoros e guerra eletrônica, mas todas foram descartadas devido a inconsistências. Restou quase sempre a hipótese de que naves ou sondas extraterrestres inteligentemente dirigidas chegaram ao espaço aéreo brasileiro naquela noite.
Mas o arquivista Rodrigo Moura Visoni, em um novo vídeo no canal da revista OVNI Pesquisa no Youtube, trouxe à tona uma teoria alternativa que, por si própria, já seria mais fantástica que a própria hipótese extraterrestre. Exceto por um detalhe: ela é completamente baseada em um detalhado estudo científico. Trata-se da atividade de alguma exótica forma de vida (ou de estrutura prebiótica) constituída inteiramente de plasma.
A explicação intrigante foi apresentada ainda de forma incipiente um mês após a própria ocorrência que deu origem à “Noite Oficial dos Óvnis”, pelo rádio amador húngaro-brasileiro Ivan Thomas Halasz. Ele sugeriu que um aumento significativo na atividade solar naquele período poderia estar relacionado aos avistamentos.
Segundo ele, entre os dias 15 e 20 de maio, o número de manchas solares triplicou, e jatos de plasma foram emitidos pelo Sol, atingindo a Terra. “Essas massas de plasma refletem as ondas de radar como objetos metálicos e podem emitir luz, explicando tanto os plots quanto as luzes observadas”, explicou Halasz em artigo publicado no jornal Estadão em 19 de junho de 1986.
Reforço com teoria científica
No entanto, uma descoberta científica recente reforçou essa teoria e ampliou seus potenciais efeitos. Segundo um estudo recente, “plasmoides inteligentes”, aglomerados de íons, elétrons e moléculas de gás, foram filmados em missões espaciais da NASA exibindo comportamentos como aceleração, desaceleração e formação de bandos, similares a seres vivos. Estudos mostraram que esses plasmas podem descer para a atmosfera terrestre, sendo confundidos com OVNIs.
“Os plasmas podem ser atraídos por energia nuclear, sinais de rádio e fontes de calor, como aeronaves a hélice e a jato”, revela o artigo “Vida Extraterrestre na Termosfera: Plasmas, OVNIs, Pré-Vida, Quarto Estado da Matéria” publicado no Journal of Modern Physics em fevereiro de 2024.
A hipótese resgatada por Rodrigo Visoni — que poderia explicar não apenas as luzes de maio de 1986, mas muitos casos da Ufologia mundial — foi detalhada num estudo produzido em colaboração por 11 especialistas internacionais, incluindo R. Joseph, do Centro de Pesquisa de Astrobiologia da Califórnia; C. Impey, do Departamento de Astronomia da Universidade do Arizona e O. Planchon, do Laboratório de Biogeoquímica, Universidade de Borgonha, Dijon, França.

No artigo, os cientistas detalham que “plasmas” de até um quilômetro de diâmetro foram filmados em dez missões diferentes dos ônibus espaciais da NASA, a mais de 320 km acima da Terra, na termosfera. Esses plasmas se comportam de maneira semelhante a organismos vivos, atraídos e talvez se alimentando de radiação eletromagnética.
Eles exibem várias morfologias: cone, nuvem, rosquinha e esférico-cilíndrico, e foram observados se movendo em direção e descendo da termosfera para tempestades abaixo, congregando-se em centenas e interagindo com satélites geradores de atividade eletromagnética.
O fenômeno dos plasmas na atmosfera
Os autores do artigo afirmam que as análises computadorizadas das trajetórias de voo desses plasmas documentaram que eles viajam em diferentes velocidades, vindos de diferentes direções, mudando seu ângulo de trajetória, fazendo mudanças de direção de 45º, 90º e 180º.
Eles foram filmados acelerando, desacelerando, parando, congregando-se, engajando em comportamento predatório e deixando um rastro de poeira plasmática. Esses comportamentos foram demonstrados por plasmas criados experimentalmente, sugerindo que podem representar uma forma de vida pré-biótica que, ao incorporar elementos comuns no espaço, poderia resultar na síntese de RNA.
Evidências históricas
O conceito de vida plasmática é abrangente a ponto de explicar, por exemplo, as famosas e raras fotografias de “Foo fighters” durante a Segunda Guerra Mundial, além de avistamentos por astronautas e pilotos militares, e a observação de fenômenos luminosos inexplicáveis (UAPs) ao longo dos séculos
Os pesquisadores sugerem que esses plasmas, que não são biológicos, mas exibem comportamentos de vida, poderiam explicar muitos dos avistamentos de UFOs e UAPs ao longo dos anos.
O estudo das formas de vida plasmática é uma área emergente e, se suas suposições forem confirmadas por novos estudos e observações científicas, poderiam revolucionar nossa compreensão sobre a vida no universo. O artigo sugere que essas formas criadas a partir do que é conhecido como o “quarto estado da matéria” podem esconder muitas novas propriedades desse material, incluindo a capacidade de formar estruturas helicoidais semelhantes ao DNA, e abririam novas possibilidades para a compreensão da abiogênese e a origem da própria vida.