Confissão de médico reorganiza tabuleiro e intensifica debate sobre Caso Varginha

A confissão em primeira mão do neurocirurgião-chefe do Hospital Regional de Varginha, Dr. Ítalo Denelle Venturelli, sobre seu contato direto, tátil e telepático com uma criatura extraterrestre viva em 1996, conforme revelado por James Fox na divulgação do teaser de Moment of Contact 2 [oficialmente Moment of Contact New Revelations of Alien Encounters (2025)], está redefinindo a narrativa do Caso Varginha.
A dramática guinada confronta o depoimento anterior de 2022, onde o médico afirmava ter visto apenas um vídeo e ouvido o “relato de um colega”. Agora, a urgência em falar, motivada por questões de saúde, volta a repercutir o famoso caso e levanta novas perguntas, especialmente à medida que o caso começa a migrar da “bolha ufológica” para os canais de mídia mais tradicionais.
A justificativa inicial e mais impactante para o Dr. Ítalo quebrar o sigilo de quase três décadas foi um evento pessoal de quase-morte. James Fox e o co-produtor brasileiro Marco Aurélio Leal inicialmente relataram que o médico teve um grave problema de saúde (infarto) e quase faleceu.
Segundo Fox, o Dr. Ítalo estava na UTI olhando para o teto, pensando que morreria. Foi neste momento de urgência que ele refletiu: “Eu não posso acreditar que estou levando isso para o túmulo. Isso não está certo”. Ele resolveu falar pelos seus netos, declarando que não se importava com as consequências.
Entretanto, em um trecho mais detalhado da entrevista divulgado posteriormente, o próprio Dr. Ítalo atribui seu adoecimento a uma condição de tratamento mais longo:
“Eu adoeci. Eu adoeci, tive câncer de próstata, melhorei“.
Ele explicou que, por ser diretor de três hospitais (Regional, Humanitas e Bom Pastor), ele se reservava mais, mas adoeceu e, ao ter a confiança da equipe de documentaristas, “eu resolvi falar”.

Essa diferença na motivação primária (o infarto como evento agudo e iminente de morte versus o câncer de próstata como doença grave, mas de gestão crônica) gerou especulação sobre a narrativa. Embora ambas as condições representem uma mortalidade real e levem à reflexão, o infarto e a internação na UTI fornecem um impulso dramático imediato para a quebra do sigilo.
A menção subsequente ao câncer de próstata pode servir para contextualizar um período mais longo de fragilidade e reflexão moral, diluindo o foco no choque repentino do infarto e ancorando a decisão de falar em uma mudança de vida mais sustentável. De toda forma, James Fox chamou a decisão do médico em falar de “um ato bruto de coragem”, que inclusive ocorreu sob o risco de perder seu emprego como neurocirurgião-chefe.
O Caso Varginha como um jogo de xadrez
Além de um importante neurocirurgião, o Dr. Ítalo é conhecido por suas habilidades musicais e paixão pelo xadrez. E esse hobby voltou ao destaque no contexto do Caso Varginha agora que, após a viralização de seu depoimento, voltou a circular um texto de sua autoria unindo uma suposta criatura extraterrestre de Varginha e o hobby enxadrístico do médico. O texto “A Universal” foi publicado em abril 2023, no blog de um amigo dele.
No próprio texto, o neurocirurgião explica que “é apenas e tão somente uma “ficção”, baseada em uma montagem de relatos e fatos”. As aspas em ficção são do próprio autor.
A peça é ao mesmo tempo explícita quanto ao tema e enigmática nas descrições; por vezes até confusa. Tanto que houve quem afirmasse se tratar de um “relato codificado”, como mencionou o pesquisador ufológico Rony Vernet em seu canal no Youtube.
No conto, o médico, um enxadrista que utilizava o jogo clinicamente para testar o raciocínio de crianças, explorasse publicamente os elementos intelectuais do encontro sem o risco profissional que temia. A narrativa é ambientada no Clube de Xadrez de Varginha, e foca na inteligência superior do “Sr. E” — o ser extraterrestre.
Na confissão em vídeo para James Fox, o Dr. Ítalo descreveu que o ser se comunicava “falando sem falar” e olhou para ele “como se entendesse tudo que eu estava pensando”. Essa percepção alinha-se com o conto de 2023, onde o “Sr. E” entendia a próxima palavra antes mesmo “dela ser sonorizada”.
O jogo de xadrez serviu, na ficção, para testar a inteligência, o raciocínio, o cálculo e a memória do ser. Além disso, o conto incorpora detalhes anatômicos observados no ser, como o crânio “praticamente translúcido” com estruturas realçadas, alinhando-se à descrição do crânio “em forma de gota” dada na confissão (ainda que ela destoe em parte das descrições originais do caso).
Assim, a publicação de “A Universal”, com sua conclusão paradoxal de que o ser, apesar de sua inteligência, não conseguiu prever a “criatividade humana”, parece ter funcionado como a ponte intelectual e moral que o Dr. Ítalo construiu antes de finalmente decidir expor seu segredo de contato em primeira mão.

A mão pesada dos EUA: segurança nacional e intimidação
Em meio ao potencial disruptivo da narrativa do médico de Varginha, o cineasta James Fox veiculou novos vídeos defendendo a atitude da testemunha e reforçando os riscos associados. Já na primeira aparição, ao programa NewsNation, Fox havia afirmado que no início de sua investigação, ele “não tinha ideia” do envolvimento norte-americano no encobrimento dos fatos do Caso Varginha.
Em outro teaser liberado essa semana, o cineasta traz uma entrevista com um controlador de voo — Marcos Feres — que confirma a presença de uma aeronave da Força Aérea dos EUA (USAF) em Campinas e a posterior saída de dois helicópteros para “local desconhecido”.
Essa história já foi noticiada aqui no Portal Vigília, e a parte de as aeronaves terem ido para Varginha, segundo o testemunho do controlador a James Fox, não foi documentada imediatamente. “Depois nós viemos a saber”, disse. A afirmação, de certa forma, contradiz o testemunho anterior do controlador ao afirmar que o destino a Varginha era previamente conhecido.
Ainda no âmbito do possível acobertamento militar, um dos pontos mais relevantes levantados por Fox é a resposta da CIA a um pedido formulado por ele ao Fundo de Acesso à Informação (FOIA) nos EUA três anos antes:
- A equipe de Fox solicitou registros de voos norte-americanos para o Brasil entre 13 e 27 de janeiro, as datas próximas ao incidente de 1996.
- O processo de resposta da CIA levou três anos.
- A CIA negou o pedido, alegando que a informação era “classificada” e constituía “uma questão de segurança nacional”. A negação de dados de voo sob alegação de segurança nacional reforça, na visão de Fox, o envolvimento dos EUA na ocultação dos eventos.
Além da ocultação formal, Fox afirma que os EUA estavam envolvidos diretamente na intimidação de testemunhas. Ele relata que a família das três jovens que avistaram a criatura recebeu a visita de homens que pareciam americanos. Esses indivíduos, descritos por Fox como “men in black” (os famosos “homens de preto”), teriam oferecido dinheiro à mãe das meninas para que elas retratassem a história publicamente na TV, dizendo que haviam visto apenas um cachorro ou algo similar. A mãe recusou, e as garotas nunca retiraram seu relato.
Esse episódio já era bastante conhecido em Varginha e por quase toda a comunidade ufológica brasileira. Embora nunca esclarecido, dada a visibilidade que o caso teve na época, a forma de abordagem dos indivíduos e sua apresentação, especulou-se que teria alguma relação com disputas comerciais entre equipes de TV e, eventualmente, a ação de alguma entidade religiosa preocupada com o efeito da notícia nos fiéis. Além, claro, de representantes do governo numa tentativa de acobertar o caso. Cabe notar que a tentativa, no entanto, falhou miseravelmente.
Dessa forma, Fox concluiu que o caso Varginha envolve uma colusão entre os militares brasileiros e o governo/inteligência dos EUA para acobertar os eventos. Ele inclusive mencionou que, após o contato do Dr. Ítalo, os militares brasileiros “invadiram” a sala, pegaram o ser vivo e ameaçaram todos para que mantivessem sigilo.
Novo fôlego para o ET de Varginha depois de quase 30 anos
O novo e detalhado testemunho do Dr. Ítalo — de um encontro pessoal de quatro minutos onde ele percebeu o ser como uma “inteligência mais avançada” que se comunicava “falando sem falar” — não só fortalece o caso — que completará 30 anos no próximo ano—, mas também o catapulta para o debate público.
A disposição do médico em se submeter a um teste do polígrafo público e a suposta evidência patológica sobre a morte do policial Marco Eli Chereze, que foi infectado por uma “bactéria anômala” e resiliente, torna o Caso Varginha, na opinião de James Fox, “o caso ufológico mais bem documentado do mundo”.
A progressão da narrativa garantirá que o caso permaneça relevante na mídia, pressionando por uma transparência ainda maior. O segredo, que o Dr. Ítalo temia levar para o túmulo, agora seguramente será o catalisador para uma discussão global com impactos profundos na divulgação ufológica e no acirramento dos debates sobre o papel das testemunhas, dos pesquisadores e principalmente dos governos no controle da informação sobre o fenômeno ufológico.
Tailer oficial de Moment of Contact New Revelations of Alien Encounters (2025):
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