DART: Missão da NASA tentará mudar rota de asteroide

Na próxima quarta-feira (24) a agência espacial norte-americana (NASA) lança ao espaço uma missão decisiva para o futuro da defesa planetária na Terra: a sonda DART (sigla em inglês para Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo).
A missão foi projetada para verificar os efeitos do impacto de um objeto de grande energia cinética contra uma rocha espacial e seu potencial para desviar eventuais asteroides que possam algum dia representar algum perigo real de colisão com a Terra.
O alvo da missão DART é a rocha chamada Dimorphos, um corpo de 160 metros de diâmetro que está ligado gravitacionalmente a outro objeto maior, de cerca de 780 metros de diâmetro, chamado Didymos.
Dimorphos se comporta como uma espécie de lua orbitando Didymos e os cientistas querem interferir em seu movimento de translação na expectativa de apurar se a colisão causa efeitos suficientes para afetar a trajetória de todo o conjunto.
DART será enviada em sua missão “camicaze” por um foguete Falcon 9, da empresa SpaceX, mas a colisão só deve acontecer daqui a um ano. Os asteroides não são de fato uma ameaça para a Terra, porém os dados gerados pelo experimento podem ajudar a prever e a reagir a uma situação de perigo real de colisão com o nosso planeta no futuro.
Segundo os cientistas, há aproximadamente 66 milhões de anos um asteroide do tamanho de uma cidade atingiu a região de Yucatán, no México, desencadeando consequências ecológicas que provavelmente levaram à extinção dos dinossauros. Embora pareça improvável que isso aconteça novamente num futuro próximo, precisamos estar preparados para a defesa planetária caso uma situação similar possa ocorrer.
Com programas de monitoramento do espaço próximo e avanços na tecnologia de detecção, a comunidade científica já mapeou e a NASA monitora praticamente 90% de todos os asteroides próximos com mais de um quilômetro de diâmetro. No entanto, quanto aos objetos celestes menores — que mesmo assim podem causar estragos catastróficos se chegarem a colidir com nosso planeta — ainda há muito trabalho a ser feito.
Por isso o conjunto Dimorphos-Didymos tem um tamanho ideal para o teste. A DART pesa cerca de 550 quilos e custou US$ 325 milhões. Pouco antes da colisão, a nave lançará um pequeno satélite do tipo cubesat rumo a Dimorphos. Desenvolvido por cientistas italianos, o cubesat deverá ajudar a registrar as consequências do impacto.
Por enquanto, os cientistas da missão não arriscaram fazer previsões sobre os potenciais efeitos da colisão.
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