EmDrive: testes dizem que o motor impossível é mesmo… impossível

Dois anos atrás publicamos uma matéria sobre o motor que emergia como numa grande promessa para o futuro das viagens espaciais e, quem sabe, uma potencial explicação para a propulsão dos UFOs: o EmDrive, que acabou ganhando o apelido de “o motor impossível”. Agora, depois de novos testes de pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Dresden, na Alemanha, aparentemente o EmDrive mostrou ser exatamente o que seu apelido previu: impossível.
O sistema de propulsão EmDrive, que em teoria se basearia na reflexão de radiação de micro-ondas numa cavidade cônica para gerar impulso, ganhou notoriedade depois que dois testes independentes – um da equipe do laboratório de Eagleworks, da NASA, e outra de uma equipe liderada pelo Dr. Chen Yue, da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial – anunciaram terem medido uma pequena força usando diferentes protótipos baseados no mesmo princípio.
A própria DARPA, a agência de projetos de pesquisa do Departamento de Defesa, continuou explorando a viabilidade do EmDrive. Mas os pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Dresden (TU Dresden), liderados pelo físico Martin Tajmar, em três estudos recém publicados concluíram que os resultados anteriores de empuxo gerados pelo equipamento podem, todos, ser explicados por forças externas.
Usando uma nova escala de medição e diferentes pontos de suspensão do mesmo motor, os cientistas da TU Dresden “foram capazes de reproduzir forças de empuxo aparentes semelhantes às medidas pela equipe da NASA, mas também fazê-las desaparecer por meio de uma suspensão de pontos”, disse o pesquisador Martin Tajmar ao site alemão GreWi.
A conclusão de um dos artigos assinados por Martin Tajmar e seus colegas é a de que as equipes anteriores mediram efeitos da radiação na própria estrutura montada para o EmDrive.
Ele e sua equipe já tinham apresentado resultados desanimadores na conferência Space Propulsion realizada em 2018, em Sevilha, na Espanha. À época, no entanto, alertaram que ainda precisavam realizar novos testes. Agora, garantem que conseguiram um veredicto definitivo.
“Quando a potência flui para o EmDrive, o motor aquece. Isso também faz com que os elementos de fixação na escala deformem, fazendo com que a escala se mova para um novo ponto zero. Conseguimos evitar isso em uma estrutura melhorada. Nossas medições refutam todas as afirmações do EmDrive em pelo menos 3 ordens de magnitude”, diz um dos estudos.
Por hora, os resultados jogam água fria nas expectativas de viagens espaciais de altíssima velocidade e baixo custo. A divulgação inicial do EmDrive estimava que ele poderia levar o homem a Marte em 70 dias, ou uma sonda terrestre a Alpha Centauri em menos de 100 anos. Mas, até aqui, parece que o EmDrive não pode ser a explicação para a propulsão dos óvnis, se eles forem mesmo visitantes das estrelas.
Com informações de Popular Mechanics
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