Fenômeno recorrente: em 2025, agroglifo volta a aparecer em Ipuaçu, SC

Fenômeno recorrente: em 2025, agroglifo volta a aparecer em Ipuaçu, SC
Facebook da Prefeitura de Ipuaçu repercute aparição do primeiro círculo em uma plantação de 2025 reprodução/facebook

Mas, aparentemente, obras dos “Circlemakers Nacionais” têm mais vontade do que rigor técnico

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O primeiro agroglifo da temporada de 2025 foi registrado na manhã de segunda-feira, 3 de novembro, em Ipuaçu, no Oeste de Santa Catarina, marcou a reincidência de um fenômeno que tenta intrigar a região anualmente… Tenta mas, para observadores experientes, falha miseravelmente. A marca misteriosa foi identificada em uma plantação de trigo próxima à rodovia, bem na entrada do município.

Eventos desse tipo já estão se tornando uma tradição, consolidando a cidade, localizada a cerca de 538 km da capital Florianópolis, como a “Capital Nacional dos Agroglifos”. Rapidamente dessa vez, a própria prefeitura da Cidade publicou nota em suas redes sociais. “O Setor de Turismo do município já estuda formas de aproveitar esse fenômeno para fomentar ainda mais o turismo e a economia local, valorizando o que Ipuaçu tem de mais singular.”, escreveu o perfil oficial da cidade no Facebook.

A figura geométrica recém-descoberta é composta por uma estrutura principal com três círculos concêntricos sendo o primeiro, central, envolvido em um triângulo. Antes do último círculo, mais externo, dois heptagramas se sobrepõem. O desenho exibe formas que, à primeira vista, chamam a atenção dos moradores. Um residente local percebeu o agroglifo por volta das 7h30, notando que a marca ainda estava intacta antes de o proprietário da terra realizar a colheita.

A aparição coincide, como em anos anteriores, com o período de colheita do trigo, geralmente entre outubro e novembro. O fenômeno vem se repetindo quase todo ano desde 2008, quando os primeiros círculos surgiram na comunidade de Toldo Velho. A cada novo agroglifo, reacende-se o debate sobre sua origem, que divide opiniões entre manifestações de cunho extraterrestre e a possibilidade de elaborada ação humana.

Mas a análise atenta dos desenhos, que buscam imitar os intrincados círculos das plantações na Inglaterra e outros lugares na Europa, contam uma história bem diferente. E não: não se trata aqui de afirmar que qualquer um deles — lá ou cá — tenha uma origem insólita. Apenas que, aparentemente, os círculos ingleses, com uma tradição de mais de 30 anos, tiveram mais tempo de aperfeiçoamento.

Execução aprimorada, mas ainda deficiente

Nenhuma das distâncias é igual, na figura que procurar transmitir simietria. (Marcações sobre foto reprodução-Facebook da Prefeitura de Ipuaçu)
Nenhuma das distâncias é igual, na figura que procurar transmitir simietria. (Marcações sobre foto reprodução-Facebook da Prefeitura de Ipuaçu)

Apesar da complexidade do desenho e da reincidência na região, o agroglifo de 2025 mostra-se claramente uma tentativa de imitação da iniciativa dos famosos circlemakers internacionais, especialmente os da Inglaterra. Na própria peça desse ano nota-se indícios de que o grupo responsável (ou grupos) pelos desenhos em Santa Catarina vem tentando aprimorar suas técnicas nos últimos anos.

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A diferença de “estilos” e acabamento levanta uma suspeita. Segundo o analista Jorge Uesu Junior, consultado pela reportagem do Portal Vigília:

“Dá pra notar que existe mais de um grupo fazendo desenhos interior do PR e SC. Sendo um deles, com uma técnica bem sofrível”.

Mesmo assim, para uma imagem que busca impressionar pela simetria, a peça de 2025 não passou no teste. Uesu destaca que isso é mais visível nas distâncias entre o círculo central e as paredes do triângulo à sua volta: nenhuma delas é igual e isso é fácil e notar pela imagem aérea.

“Acho que o único aprendizado desses últimos 10 anos, é que agora eles não fazem o centro do círculo a partir do rastro do trator (por onde eles chegaram caminhando”, comenta.

Outras falhas de execução continuam visíveis, manifestando-se em problemas nos contornos, na espessura e no enquadramento das formas.

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“A minha dúvida é se a nave faz o desenho usando um laser, ou desce um alienígena com tábuas e cordas quânticas”, brinca Uesu Jr.

Desenho registrado em Ipuacu em setembro de 2023 ja havia sido considerado falso pela maioria dos Ufologos Reproducao NDTV Youtube
Em 2023, a execução do agroglifo foi, no mínimo, “precária”. (Reprodução NDTV)

 

Defesa da “veracidade” contra as evidências flagrantes

O histórico recente dos agroglifos de Ipuaçu é marcado por imperfeições mais flagrantes que as vistas em 2025. Em outubro de 2024, por exemplo, o agroglifo foi descredibilizado por investigadores, que mais uma vez identificaram desalinhamentos, padrões sobrepostos e “emendas totalmente tortas” com o auxílio de inteligência artificial.

Naquela ocasião, medições detalhadas revelaram a existência de “muitas irregularidades” no desenho, com exceção de meias-luas isoladas, e a ausência total de simetria. A investigação revelou ainda que as plantas de trigo estavam “toscamente” dobradas ou arrancadas da raiz, evidenciando o uso de instrumentos na lavoura, além da descoberta de marcas de estacas no terreno. As evidências levaram a conclusão de que, com 90% de certeza, o desenho de 2024 foi feito por mãos humanas, tratando-se de uma “pegadinha”.

Em contraste, um dos únicos ufólogos que volta a defender a “veracidade” do agroglifo de 2025 é Luiz Prestes Júnior. Em entrevistas aos veículos de imprensa local, o pesquisador antecipou que o desenho era “verdadeiro” devido à sua complexidade e à forma como foi criado. Ele defendeu que a vegetação estava perfeitamente dobrada e alinhada, e que a ausência de rastros humanos no local reforçava a origem insólita.

Não surpreendentemente, ele é o mesmo ufólogo que já havia atestado a autenticidade do agroglifo de 2024, desafiando as conclusões de outros consultores da Revista UFO. Já em 2023, a “safra” de círculos na região foi tão ruim que ninguém arriscou palpite em defesa de qualquer um deles.

E você, leitor o que acha? Alienígenas estariam mesmo “grafitando” plantações na cidade de Ipuaçu, em Santa Catarina?

Redação Vigília

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