Igreja Católica volta os olhos para a Astronomia

Igreja Católica volta os olhos para a Astronomia
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Segundo noticiou o jornal inglês The Sunday Times, em dezembro de 97, o Vaticano está construindo um dos mais poderosos observatórios da Terra para ajudar na pesquisa de sistemas solares que possam ter planetas capazes de abrigar vida.
O Papa João Paulo II pediu a um grupo de astrônomos de alto nível para procederem a uma busca pela “impressão digital de Deus”, ou seja, a denominação que a Igreja encontrou para os fenômenos celestes que por sua complexidade e sutileza reforçariam a onipotência de Deus.

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Localizado no Monte Graham, no Arizona, e composto de dois telescópios para proceder à pesquisa de nuvens de poeira e gás que podem formar sistemas planetários, o complexo deverá ser capaz de identificar estrelas e planetas em que hajam condições favoráveis ao desenvolvimento de vida.

Um grupo de 10 cientistas que atualmente trabalham no Observatório do Vaticano, em Roma, deverá iniciar a pesquisa, chegando a uma equipe de 20 pessoas, de acordo com a entrada em operação dos equipamentos que estão sendo instalados. Atualmente o sistema ótico, que consumiu 32 milhões de libras, está em fase de testes, devendo ser reforçado por instrumentos de captação de infravermelho que deverão consumir mais 33 milhões do Vaticano. Os jesuítas da Igreja Católica convenceram o Papa a ajudar no financiamento do projeto defendendo que o observatório papal –estabelecido no último século–, tem caído em desuso por causa da poluição atmosférica.

Esta guinada científica da Igreja não é por acaso. Com um estudo astronômico apurado e poderoso, o Vaticano vê no projeto a possibilidade de evitar erros como os que levaram a confrontos históricos entre as posições religiosas e científicas. As batalhas do passado culminaram com a perseguição a astrônomos famosos como Nicolau Copérnico e Galileu Galilei, que defenderam teorias contrárias à tese de que a Terra era o centro do Universo, como pregava a Igreja.

Para justificar a iniciativa e delinear as tendências teológicas da empreitada, o padre George Coyne, diretor do observatório, disse que “a encarnação de Cristo se aplica a toda atividade humana, incluindo a astronomia.” A empreitada já começa a prever até mesmo reações possíveis diante de temas delicados para a Igreja Católica, como a descoberta de formas de vida extraterrestres, sobretudo no caso de serem inteligentes. Haveria problemas para decidir se a crucificação de Jesus Cristo significaria também a remissão dos pecados para os alienígenas. Por isso, a “cruzada espacial” já começa mesmo a ser cogitada.

O padre Chris Corbally, um jesuíta inglês que é diretor principal no observatório, diz que “se as civilizações fossem descobertas em outros planetas, e se for possível nos comunicarmos, então nós iríamos querer enviar missionários para salvá-los, da mesma maneira como fizemos no passado quando novas terras foram descobertas.”

A busca por uma sintonia maior entre a Cristandade e a Ciência parte de um estudo teórico dos astrônomos do Papa que deu origem à “Teologia Especulativa”, que permite à Igreja ter grande flexibilidade na maneira como responde a novas descobertas. Há grande preocupação com teorias recentes de que o universo não tem fim nem começo, o que eliminaria a necessidade de um deus que tivesse criado tudo.

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Sob a ótica da “Teologia Especulativa”, fenômenos recém descobertos são como “impressões digitais de Deus”, que em sua complexidade e sutileza reforçam a onipotência de Deus e não enfraquecem a fé numa força maior.

Vaticano abre arquivos secretos
No espírito de recuperar o tempo e o terreno perdidos nos confrontos com a Ciência, o Vaticano resolveu abrir, no dia 22 de janeiro, os arquivos secretos do antigo Tribunal da Inquisição, o Santo Ofício. A iniciativa permitirá o conhecimento de detalhes sobre o período iniciado no século 13, de perseguição àqueles que a Igreja considerava hereges. Nos 4,5 mil volumes do Santo Ofício existem documentos que citam antigas polêmicas e personalidades como os cientistas Galileu Galilei e Giordano Bruno.
Entre os documentos, o registro mais recente é de 1922. O Papa João Paulo II aproveitou a oportunidade para reiterar o ar de paz entre Religião e Ciência, afirmando que a fé pode iluminar a Ciência e a Ciência purificar certas distorções da fé.

Notícias extraídas das listas de discussão OVNIBR-L e Terráqueos

Redação Vigília

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