Invasão de esferas em Buga, na Colômbia? Com novo vídeo, Jaime Maussan acredita que sim!

Uma nova filmagem de um objeto voador não identificado em formato de esfera metálica sobrevoando a região de Buga, na Colômbia, surgiu, ganhando destaque após ser apresentada pelo canal Maussan Televisión, que sugere estar havendo uma espécie de “invasão” do fenômeno na região. O episódio chama a atenção do público e da comunidade ufológica devido à sua semelhança impressionante com o primeiro caso a viralizar e repercutir, ficando conhecido genericamente como “a esfera de Buga”, semanas antes.
Segundo a reportagem do canal Maussan Televisión, intitulada “Invasión de esferas en Buga, Colombia 🛸” e divulgada hoje, 27 de maio, o vídeo inédito obtido pelo canal teria sido registrado por um trabalhador agrícola que é identificado apenas como Don Mario, no Engenho San Carlos, localizado na área rural de Palo Blanco, na parte oeste de Buga, Colômbia. A gravação teria ocorrido na manhã de 7 de maio de 2025, por volta das 10h00. De acordo com o testemunho apresentado, Don Mario observou e filmou primeiramente uma esfera, que se afastou, e então percebeu e filmou uma segunda esfera na mesma área, ambas descritas como “muito similares”.
O objeto esférico filmado é descrito na reportagem como tendo uma superfície de “aspecto metálico que claramente reflete o terreno que tem por baixo e ao mesmo tempo percebemos em sua superfície o reflexo do sol”. Maussan afirma que estes são “verdadeiros artefatos que podem levitar”. O relato da testemunha, conforme apresentado, aponta que o objeto se moveu silenciosamente, às vezes suavemente devagar, às vezes rapidamente, “sem qualquer meio visível de propulsão ou asas”, e são capazes de “neutralizar a gravidade e poder literalmente flutuar em nossa atmosfera”.
Um ponto crucial destacado na análise apresentada por Maussan Televisión é a identificação de um “cinturão com orifícios” no equador da esfera, percebido em análises minuciosas e fotografias de alta qualidade. Segundo a reportagem, este cinturão é “muito similar à esfera que caiu no outro extremo da cidade de Buga”, sugerindo “claramente que se trata do mesmo tipo de esfera”. Nas imagens apresentadas, entretanto, o detalhe só aparece sob forte processamento de IA.

Maussan chega a afirmar que este cinturão “agora sabemos que está cheio de lentes de fibra óptica extraordinárias, verdadeiros sensores são estas esferas”, indicando que com elas “podem medir temperatura ambiente, pressão atmosférica, podem escutar-nos, podem gravar-nos, podem fazer tantas coisas, praticamente tudo com estas esferas, sabem muito mais de nós”.
Especialistas que analisaram as imagens para o canal, como o arquiteto Josué Hernández, concluíram que se trata de “um objeto real que está em posição e está aí no céu”, e que não parece ser gerado por inteligência artificial (IA) ou computador (CGI). A reportagem também menciona uma análise forense detalhada dos vídeos originais da esfera de Buga (gravados no início de março), realizada por José Manrique Godoy e especialistas italianos, que confirmariam a autenticidade das imagens, apesar de terem detectado modificações no áudio e aplicação de efeitos visuais (como desfoque e talvez correção de cor).
As incorreções na divulgação em redes sociais
Enquanto a fonte original do vídeo apresentada por Maussan Televisión o localiza em Buga, em 7 de maio, o mesmo material que começou a circular rapidamente em outras plataformas carregou informações conflitantes e incorretas. As fontes que propagaram o vídeo posteriormente, sem creditar a origem — mesmo com o logotipo de assinatura do canal Maussan Televisión bem visível nas reproduções —, reportaram o avistamento como tendo ocorrido perto de San Vicente del Caguán, uma área rural no Departamento de Caquetá.
New Metallic Sphere Footage Captured in Colombia
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Vale notar que San Vicente del Caguán fica a aproximadamente 500 km a leste de Buga, uma distância considerável que separa as duas versões. Além disso, a data de gravação foi pontuada por essas outras fontes entre 25 e 26 de maio de 2025, e o horário por volta das 14h17. Há, portanto, uma divergência significativa de quase 20 dias e 500 km de distância entre as informações divulgadas pela reportagem original de Maussan e as que circularam amplamente nas redes sociais.
Assim como a primeira ocorrência da esfera de Buga (cujo avistamento original ocorreu em 4 de março de 2025), este novo vídeo gerou um debate acalorado nas comunidades online, especialmente em plataformas como Reddit e X. Muitos comentaristas expressam forte ceticismo, sugerindo que o objeto pode ser efeito de uma bola leve ligada por um fio a um drone ou um balão, embora o segundo caso não seja completamente compatível com o padrão de voo da esfera.
— Izaque | OEAV (@oeav_) May 27, 2025
Embora a reportagem de Maussan e as análises apresentadas busquem refutar a manipulação digital ou geração artificial, as críticas frequentes nas redes sociais são direcionadas à ausência de áudio no vídeo e, como acontece com frequência em filmagens de UAPs, à qualidade da gravação (cortes, zoom questionáveis, falta de aproximação), além da natureza aparentemente encenada do registro. A discussão online reflete a divisão entre aqueles que veem potencial para um fenômeno genuinamente anômalo e os que consideram tudo uma elaborada farsa ou jogada de marketing.
Novas camadas de especulações pseudocientíficas
É curioso que a cada novo vídeo sobre as análises da esfera de Buga ou agora, com a exibição de um novo registro supostamente do mesmo fenômeno, o jornalista e divulgador ufológico Jaime Maussan acrescente novas camadas de especulações sobre as capacidades dos objetos, sem qualquer validação científica.
Segundo ele, análises mais detalhadas teriam identificado um “cinturão com orifícios” no equador da esfera, o qual é interpretado como sendo “cheio de lentes de fibra óptica extraordinárias, verdadeiros sensores”. A partir dessa observação, especula-se que essas esferas “podem medir temperatura ambiente, pressão atmosférica, podem escutar-nos, podem gravar-nos, podem fazer tantas coisas, praticamente tudo com estas esferas, sabem muito mais de nós”, e que são capazes de “neutralizar a gravidade e poder literalmente flutuar em nossa atmosfera”.
Apesar disso, o Portal Vigília já demonstrou, em matérias anteriores, conforme apontado por críticos e especialistas, que as análises foram realizadas em ambientes que aparentam ser improvisados, utilizando equipamentos que podem não ser adequados para análise de metais de alta densidade, como um aparelho de raios-X veterinário ou um tomógrafo configurado para uso humano.
A falta de detalhes metodológicos, calibração adequada e controle ambiental em alguns testes comprometem a precisão dos resultados. Teorias mais “mirabolantes”, como levitação eletromagnética com base em princípios não comprovados ou a “neutralização quântica da gravidade”, são baseadas em interpretações especulativas dos dados preliminares e não em evidências diretas observadas em laboratório. A ausência de laudos completos publicados em periódicos revisados por pares impede a avaliação crítica pela comunidade científica e a reprodução dos experimentos, elementos fundamentais do método científico. Portanto, as capacidades e propriedades extraordinárias atribuídas às esferas permanecem, por ora, no campo da especulação e pseudociência.
A “onda das esferas” alimenta um debate histórico na Ufologia
Os episódios envolvendo a esfera em Buga ocorrem em um momento em que, na Ufologia, UAPs esféricos parecem ter “voltado à ordem do dia”, com relatos emergindo em diversas partes do mundo. Essa aparente “onda” de avistamentos esferoidais nos tempos atuais remete a um histórico já antigo desse formato de UAP na pesquisa ufológica.
Um estudo extenso e relevante sobre o tema já havia sido conduzido pelos pesquisadores Vicente-Juan Ballester Olmos e Martin Shough, publicado originalmente em 2009. Intitulado “Esferas nas Imagens de UAP Aéreos”, o trabalho analisou um vasto banco de dados com mais de 12 mil casos de alegados UAPs captados em fotografia ou vídeo até o final de 2005. Após aplicar critérios rigorosos, os autores selecionaram apenas 7 casos potencialmente interessantes de objetos esféricos avistados especificamente de aeronaves comerciais em voo para análise detalhada.
O estudo de 2009 concluiu, contudo, que nenhuma das imagens analisadas à época fornecia evidências inequívocas de objetos esféricos sólidos que desafiassem explicações convencionais. A maioria dos casos se mostrou ambígua, podendo ser atribuída a causas prosaicas como manchas em filmes, reflexos, pássaros ou gotas d’água. Os pesquisadores destacaram que o baixo nível de informação, a falta de cooperação das fontes e a ausência de investigações aprofundadas dificultavam muito a elucidação desses episódios.

Apesar disso, o caso da esfera de Buga, por sua vez, é único na sua qualidade de ter produzido, pela primeira vez, a recuperação do artefato que foi supostamente registrado nos céus. E mesmo que as análises preliminares conduzidas até agora, divulgadas pelo jornalista Jaime Maussan, tenham sido amplamente criticadas pela adequação dos métodos e equipamentos utilizados, elas enriquecem o debate sobre UAPs esféricos e a necessidade de padronização de métodos de pesquisa científica e objetiva desses fenômenos segue animada, o que se torna uma ótima notícia para a Ufologia.