Italianos dizem ter achado prova de que a vida se originou fora da Terra
ROMA, 10/05/01 – Um grupo de pesquisadores da Universitá Federico II, em Nápoles, na Itália, afirma ter descoberto bactérias alienígenas em um meteoro caído na Terra. O anúncio reabre o debate sobre a origem extraterrestre da vida, teoria conhecida como Panspermia. A idéia da Panspermia foi elaborada na década de 80, pelo astrônomo britânico Fred Hoyle.
O geólogo Bruno D´Argenio e o biólogo molecular Giuseppe Geraci, junto com suas equipes, estudaram um meteoro achado há mais de um século na Transilvânia, região da Romênia atual. Eles encontraram micróbios inativos, chamados de cristalmicróbios (cryms), que medem menos de um milésimo de milímetro e segundo os pesquisadores são muito resistentes às condições mais hostis.
Conforme o anúncio divulgado pela agência de notícias Associated France Press (AFP), os cientistas conseguiram reanimar os micróbios colocando-os em contato com soro fisiológico. As bactérias começaram a se mover e a se multiplicar. A hipótese é de que o meteoro, uma rocha azulada, procede de Marte, caiu na Terra e foi encontrado no dia 3 de novembro de 1882.
Esta rocha e mais meia centena de outras conservadas no Museu de Minerais em Nápoles foram analisadas pelas equipes italianas que dataram suas idades em entre 2,3 bilhões e 1 milhão de anos. O exame do DNA dos cryms mostrou semelhanças com o DNA de bactérias terrestres conhecidas. Os pesquisadores trabalharam em colaboração com o Centro Nacional de Pesquisas da Itália.
A excitação causada pela notícia não é compartilhada, no entanto, por outros pesquisadores como Martino Rizzotti, da Universitá di Padua, no norte da Itália. Ele recebeu com ceticismo o anúncio de seus colegas e insistiu na necessidade de análises mais profundas. A cautela é porque a hipótese de que a vida chegou à Terra através de organismos e bactérias transportados por meteoros ou cometas que caíram no planeta não obtém consenso na comunidade científica.