La Victoria: luzes inteligentes na Argentina
por Pablo Villarrubia Mauso
Desde 1991, a região de La Victoria, na Argentina, vive uma onda ufológica só comparada à de Capilla del Monte, na província de Córdoba. Para 1997, um grupo militar de investigação do fenômeno OVNI deveria concluir seus estudos sobre os fenômenos de La Victoria, porém até o momento não se pronunciaram oficialmente a respeito. Os avistamentos seguem na região e alguns investigadores têm conseguido estabelecer comunicação com as “luzes inteligentes” através do pêndulo e raios laser.
Tudo começou em julhos de 1991, perto de uma cidade na província de Entre Ríos, La Victoria, a 330 km de Buenos Aires, Argentina. Desde as colinas da localidade até os bancos do caudaloso rio Paraná, milhares de pessoas se aglomeram para observar um desfile celeste de estranhas luzes, de várias cores, que fazem evoluções sobre a região. Na Laguna del Pescado, por exemplo, foram várias as testemunhas que afirmaram que as luzes mergulharam na água. Outros se transformaram em vítimas, ao haver sido queimados pelas ditas luzes. E há aqueles que, agora, estão estabelecendo contato através do pêndulo radiestésico com essas luzes inteligentes, determinando o lugar e o momento das aparições.
Passados mais de seis anos desde a primeira onda, La Victoria segue recebendo visitantes luminosos cuja origem intriga civis e militares que assumiram a tarefa de investigá-los com equipamentos modernos. Mas, até agora, as fontes oficiais só têm lançado uma cortina de fumaça sobre a situação e, tudo o que têm, são incertezas.
Ramom Pereyra e Victor Frutos foram o repórter e o cinegrafista de um canal local (a VCC, canal 4) que em 23 de julho de 1991 fizeram soar o alarme. Naquela noite, os profissionais estavam na estância La Pepita, junto com seus proprietários, a família Basaldúa, nas proximidades da Laguna del Pescado. Descrentes, viram como uma luz emergia da lagoa e ganhava altura, mudando de cor. Seus movimentos eram ziguezagueantes e logo desapareceu velozmente. As imagens ficaram gravadas em vídeo e chegaram a Buenos Aires, de onde o assunto de estendeu como um rastro de pólvora.
A partir de então acabaria o sossego em La Victoria. Milhares de curiosos rumavam para a região com o objetivo de ver os “discos voadores”, ou os “OVNIs”. Hoje com o ambiente mais calmo, surpreendentemente La Victoria não se transformou em uma espécie de Capilla del Monte – os fatos continuam, mas não tão freqüentemente, e abrem o caminho para a reflexão dos investigadores.
Base de OVNIs
As primeiras conclusões eram de que em La Victoria se concentrava uma base subterrânea ou subaquática de OVNIs. A afirmação é do veterano ufólogo e espeleólogo (estudioso de cavernas – nota do editor) Julio Goyen Aguado, o mesmo que acompanhou Neil Armstrong (o primeiro homem a pisar na Lua) à misteriosa caverna dos Tayos, no Equador.
Por sua parte, os militares poderiam ter verificado o mesmo que afirmou Aguado, já que alguns afirmam e outros não sua participação nas pesquisas, e fixaram um prazo para apresentar respostas ao enigma: 1997. Não obstante, todos aqueles que aguardam uma satisfação (ainda que fossem remotas as possibilidades de se fazer pública) estão esperando de braços cruzados.
“Temos informações seguras de que militares argentinos e especialistas da NASA estiveram em La Victoria”, afirma Carlos Alberto Rossi, especialista em tecnologia laser e em neurociências da Universidade Tecnológica Nacional de Buenos Aires. Rossi, ex-oficial da força aérea argentina sabe que representantes desta instituição e da NASA se instalaram na localidade de Arrial e também dentro de uma abadia de monges beneditinos a apenas 1,5 km de La Victoria, onde estacionaram um trailer com sofisticados equipamentos.
Rossi – que desenvolveu uma técnica de contato que veremos mais adiante – não foi o único que nos afirmou a existência de atividades secretas de investigação a respeito dos fenômenos aéreos inusitados. O investigador Alejandro Agostinelli teve contato direto com algumas das autoridades de CITEFA (Centro de Investigações Técnicas e Científicas das Forças Armadas) que, extra-oficialmente, centraliza toda a investigação oficial concernente aos OVNIs em território argentino.
“Eu os visitei em seu hotel em La Victoria e, com algumas reservas, me puseram a par de suas atividades. Tenho a impressão que se propõem a uma investigação séria”, disse Agostinelli em uma entrevista à revista argentina “Descubrir” e o que logo nos confirmou pessoalmente em Buenos Aires. O grupo que visitou La Victoria estava integrado pelo comandante Juan Carlos Mascietti, da Força Aérea, e tinha um dezena de cientistas, entre eles um geólogo, um químico, um espeleólogo e um psiquiatra.
Tentei entrar em contato com o comandante Mascietti, mas nos foi negada, pelo CITEFA, qualquer entrevista.
Relatos antigos e recentes
O relato mais antigo que se conhece em La Victoria data de 1912, onde uma testemunha que ainda estava viva em 1991, mas com 90 anos, relatava que na estância de seus pais – que tinha uma lagoa própria – estranhos objetos com forma de prato invertido e luzes multicolores extraíam água da mesma. Muitos relatos foram registrados pelo frade beneditino Gregorio Spiazzi em um livro intitulado “El país de los Chajás” (1956), onde fala de encontros dos pescadores com estranhas luzes.
“…De súbito, a luz levanta-se na noite, como se alguém a soltasse. Mantém-se assim, quieta, uns instantes. E logo em vôo velocíssimo, percorre todo o contorno da lagoa; e, chegando ao ponto de partida, submerge nas águas e desaparece por completo. Don Quelo cruza. Don Tano cruza. Don Cleme cruza… passam agora frente ao lugar onde se encontrava a luz. Nenhum rastro do ocorrido; nem marca de pessoa no barro da margem, nem restos de fogo”, conta uma das histórias do livro.
“Não se ouvia ruído de motor, nem bater de remos nem de pás, mas o globo vermelho clareava todo o rio com reflexos sanguinolentos, e iluminava até muito longe as grandes solidões da noite. Pegos de surpresa, eles correram (os pescadores) para erguer o mastro para partir eu deixar o caminho livre para a estranha embarcação. Mas apenas eles haviam terminado de recolhê-lo, no momento em que a luz potente parecia que ia colocar-se sobre eles, banhando-lhes o rosto e deslumbrando-lhes os olhos, apagando-se de súbito. E não se viu nada mais em toda a noite… não estavam dormindo nem bêbados”, nos conta o padre Spiazzi em outro capítulo de seu livro.
Diferente do que ocorria antigamente, as atuais aparições de luzes em La Victoria têm sido mais freqüentes nos últimos anos. Outra característica das aparições é que coincidem com os lugares de antes, na Laguna del Pescado, Arroyo El Manso, toda a costa de La Victoria e a grande quantidade de rios e riachos que compõem seu imenso delta de 5800 km quadrados de terra firme e ilhas. Na madrugada de 7 de março de 1994, às três horas, uma bola laranja de aproximadamente dois metros de diâmetro emergiu do rio Paraná e sobrevoou sua costa para então realizar uma série de evoluções e submergir. Um casal que testemunhou o fato ainda pode ver o reflexo luminoso do objeto desconhecido movendo-se por baixo da água durante 200 metros. OVNIs aquáticos? De que procedência?
“Não sabemos se são de lá, de cá ou de algum outro lugar. O que temos sim tangível é que tais objetos têm um comportamento inteligente e que raramente são muito grandes. Por toda a Argentina existem lendas que falam sobre a luz má e a luz boa, de luzes fantasmas, de lugares sagrados de onde elas costumam aparecer”, disse Hugo Daniel Lopez, do grupo ufológico Hemisferios, de Buenos Aires.
Junto com o investigador Carlos Ingaramo, do Grupo Hemisferios, e Claudio Miszkas, do Centro de Estudos de Fenômenos Ufológicos (CEFU), é, possivelmente, um dos que mais a fundo investiga La Victoria. Somente em 1994 – ano da maior onda ufológica – o grupo percorreu mais de 8 mil km no delta do Paraná para estudar os fenômenos. Sua expedição ofereceu-lhes resultados reveladores e inusitados.
“O que existe, desde 1991, em La Victoria, é uma chamada “área janela”, quer dizer, de onde começa a surgir. Outra é Roque Pérez, na província de Buenos Aires, mas com uma freqüência de aparições menor. Curiosamente, nos meses de julho e agosto são os mais ricos em observações. Entre 60% e 70% são luzes de diferentes cores, geralmente esféricas ou pontuais e não ultrapassam os 10 metros de diâmetro. As que mais se aproximam das pessoas não superam um metro de diâmetro”, explica Daniel Lopez, baseando-se em 3 mil entrevistas a testemunhas, manuseando um pacote de questionários e de anotações de campo.
“Nós temos dado conta, ao longo de vários anos de investigações, que as luzes esféricas são as mais facilmente interagem com o ser humano. Agora sabemos que elas respondem, de forma desconhecida, ao pensamento de algumas pessoas ou até mesmo influem sobre ele”, afirma o investigador.
E não lhe faltam motivos. O grupo Hemisferios e o CEFU são os pioneiros na Argentina a realizar um tipo de experiência que poucos ainda conhecem. “Se nós estamos estudando um comportamento de uma inteligência temos que tratar de nos comunicarmos com esta inteligência. E um dos objetivos principais da Ufologia é buscar métodos de contato. Para isso temos que estudar a conduta dos OVNIs”, disse Francisco Martínez, o organizador das atividades de campo dos grupos e que já passou muitas noite ao relento observando os céus na esperança de avistar alguma luz desconhecida. E conseguiu várias vezes.
“Em 1992 chegamos a La Victoria e não tivemos sorte. Os OVNIs nos ‘escapavam’, pois apareciam minutos depois de deixarmos o ponto de vigília ou de entrarmos nas barracas. No entanto uma das noites tivemos mais sorte, na localidade La Tapera. Às 22h15 vimos uma luz violeta no horizonte. O grupo se dividiu: uns foram ver a luz através do campo e outro ficaram no acampamento. A determinada altura, entre os dois grupos, surgiu uma luz de cor branca e depois de um instante outras quatro luzes que se moviam rapidamente. Não sei por qual motivo, porém nós, que íamos com o grupo até a luz violeta, não víamos estas luzes, ainda que estivessem dentro de nosso campo visual. Depois todas as luzes se apagaram e não voltamos a vê-las”, conta com detalhes Francisco Martínez.
Por que uns vêem as luzes e outros não? “Isso é algo relativamente comum neste tipo de aparições em La Victoria. Em outras situações os objetos são massas escuras, sem forma definida e, de repente, transformam-se em esferas luminosas. Em uma das observações registradas por nós entre testemunhas da região, um destes objetos se iluminou depois de sair de dentro da terra e voou até a Laguna del Pescado, onde mergulhou”, conta Cláudio Miszkas, diretor do CEFU.
Este investigador foi testemunha de uma formidável aparição em março de 1995 em um local próximo de La Victoria. Numa clareira entre pinheiros viu um objeto semelhante a uma “bola de rugby”, de cor âmbar “muito puro, como um cristal iluminado por dentro” e com as bordas bem definidas. O objeto, de seus 10 metros de diâmetro, dispunha de duas pequenas luzes vermelhas como faróis na frente. “Mantinha-se suspenso a uns 150 metros do solo, a 400 metros de distância de nós. Eu o observei perfeitamente com binóculos potentes. Ao fim de 15 segundos, apagou-se a luz do objeto e só ficaram os dois faróis que adquiriram cor laranja e se separaram. Cada um foi para um lado até desaparecer. Tudo isso ocorreu no silêncio e em noite de lua cheia”, ressalta Cláudio.
Contato mental com o pêndulo
Os grupos mencionados reuniram esforços e encontraram uma fórmula para estabelecer um contato com as misteriosas luzes. Com estas experiências os investigadores tentam provar que o fenômeno OVNI não é casual. “Há pessoas que buscam o contato com os OVNIs pela via mística, por meditação; há outros que inclusive empregam drogas… nós o buscamos por uma via paranormal, até poderíamos dizer telepática, conectando com aquelas inteliências através do pêndulo”, disse Daniel.
A primeira experiência foi levada a cabo tendo como centro a cidade de Victoria. Baseou-se sobre um mapa do exército argentino de escala 1:1.000.000, num raio de 200 km de diâmetro ao redor da cidade. Logo foram convocadas pessoas que nada tinham a ver com Ufologia e os mesmos membros dos grupos. Cada um empregou um pêndulo radiestésico e se concentrou sobre o mapa e a área delimitada (cobriu-se a área externa ao círculo de 400 km de diâmetro no mapa utilizado).
“Na experiência participaram inclusive donas de casa que nada sabem sobre radiestesia. Isto também significa que o fato de se comunicar com os OVNIs não é privilégio de alguns poucos eleitos que, com isto, pretendem alimentar seu protagonismo. No total tivemos 13 operadores. Dissemos-lhes que rastreassem o mapa com o pêndulo de cristal e correntinha de metal e se detivessem onde podiam sentir algum tipo de atração. Antes, o experimentador falou a seguinte frase: onde vai aparecer um OVNI? Se o pêndulo se movia em sentido horário teríamos uma provável zona de aparições. Então se perguntava ao pêndulo o dia e o mês da aparição, apontando sobre um calendário. Todos os dados eram anotados em planilhas”, conta Daniel Lopes que, junto com Carlos Osemani y Cláudio Miszkas foi adaptando o método.
Os resultados foram surpreendentes. Em 1994, assinalaram mais de 138 pontos dos quais foram visitados 42. Também assinalaram 200 datas. A diferença do número de datas com relação aos pontos de aparição se explica pelo fato de que havia operadores inseguros à relação às datas que marcavam. Às vezes se assinalavam dois ou três dias para a mesma observação, em conseqüência aumentava o número de datas em comparação ao de lugares.
Com os mapas às mãos, os investigadores se dirigiam às localidades assinaladas e interrogavam os moradores sobre possíveis aparições. Em 18 pontos os resultados foram parcialmente positivos, pois o pêndulo havia localizado com precisão o lugar da aparição de luzes, ainda que houvesse diferença nos dias assinalados, para mais ou para menos da data apontada.
Em outros quinze pontos coincidiram as datas e o espaço geográfico, porém não se puderam recolher testemunhos diretos, apenas de terceiros. Dois pontos foram totalmente bem sucedidos, ou seja, tanto o dia como o lugar eram coincidentes. Somente sete pontos não se enquadraram em nada com os dados dos operadores do pêndulo. “De qualquer forma, se somarmos os acertos totais e parciais, vamos obter uma porcentagem bastante alta, ao redor de 84%. Além disso, para verificar se o método era correto, fomos inclusive a outros lugares de Victoria que não haviam sido assinalados pelo pêndulo e, realmente, ali não se observaram OVNIs”, explicou Daniel López.
Um mês e meio foi a maior diferença que se obteve entre a previsão e a aparição de um OVNI. As demais rondavam os 10 a 15 dias de diferença. Os grupos não visitavam os lugares onde se produziam o fenômenos antes das datas que haviam apurado, para não “influenciar as pessoas”.
A maior dificuldade do grupo talvez não seja o método, e sim a falta de recursos para realizar as viagens de investigação. “Fizemos 8 mil km em 1994 e em férias ou feriados com um investimento de 6 mil dólares. Se tivéssemos mais tempo e dinheiro poderíamos ter coberto os 138 pontos assinalados pelo pêndulo”, lamenta-se Francisco Martínez. Os investigadores agora tratam de aperfeiçoar a precisão de acerto de datas de aparição.
Contatos via laser
O já mencionado Carlos Alberto Rossi aplicou seus conhecimentos científicos para estabelecer outra etapa de contato com as “luzes inteligentes”. “Em outubro de 1991 usamos um laser de hélio néon de 638 nanômetros de freqüência e 3,5 miliwatts e alguns espelhos para fazer um sinal luminoso no solo próximo do rio Paraná, em La Victoria. A primeira a “contestar” foi uma luz verde, pequena, que cresceu umas dez vezes e voltou a diminuir até desaparecer. Isso ocorreu às dez e meia da noite”, disse Rossi.
Mais tarde, à 1h30 da madrugada, Rossi e Carlos Osemani desenharam no céu, com o laser, um círculo nas nuvens, durante 45 minutos. Chovia torrencialmente e os investigadores estavam instalados nas margens da avenida Costanera, em La Victoria, que dá de frente para o rio Paraná. Sobre o mesmo rio, mais ou menos à altura onde haviam projetado o laser, apareceu um objeto luminoso de cor vermelha.
No dia seguinte, repórteres de uma televisão Colombiana gravaram a imagem de uma luz vermelha do tamanho de um automóvel que passou sobre um grupo de observadores. Nesse mesmo dia, enquanto Osemani, Rossi, sua esposa e filha permaneciam acampados perto da cidade – junto com outras pessoas que faziam vigília ufológica – um aquecedor empregado para adicinar água ao mate se elevara do solo e se estatelava alguns metros adiante, sobre uma rocha. Depois de um tempo, uma bola vermelha incandescente cruzou o céu e desapareceu além do rio Paraná.
Fenômenos paranormais, às vezes, estão associados a fenômenos OVNI. Mas qual é o motivo? Segundo Hugo Daniel López, os OVNIs, em muitas ocasiões respondem à intenção mental do observador. “Eles conhecem o pensamento da testemunha e da comunidade para preparar o momento da observação. Coloco um exemplo: há casos de pessoas que caminhavam em uma direção e a mudavam, sem saber porque. De repente se encontra com um OVNI… isto significa que os OVNIs controlam a inteligência humana antes, durante e depois da observação. Estamos diante de um jogo parapsíquico muito grande. Com que objetivo, não sabemos”.
Para este investigador – que trabalha fora dos circuitos mais divulgados da Ufologia argentina – os investigadores estão mais sujeitos a entrar na “freqüência” dos OVNIs por seu contato mais permanente com o tema e por estar mais predispostos. “Deve haver uma energia especial que a testemunha ou investigador capta. A “Providência”, da qual tanto fala J.J. Benítez, pode ter uma explicação coerente”, disse o diretor do grupo Hemisférios.
Na hipótese de que os OVNIs sejam tripulados por extraterrestres ou que sejam formas de vida inteligente, Daniel crê que sua organização social deve ser muito diferente da nossa. “Se são comunidades que se comunicam telepaticamente, a relação interna entre eles é totalmente diferente, inimaginável para nós, pois entre eles não deve haver mentiras ou farsas, não se pode ocultar o pensamento, reflete.
Porém ficaram muitas dúvidas. As luzes de La Victoria são de nosso planeta ou de outro, há milhares de anos-luz? Por que elegeram este lugar para suas demonstrações aéreas? “Estas e outras perguntas são as que gostaríamos de saber para esclarecer, ainda que parcialmente, o mistério dos OVNIs”, conclui Daniel López.
CITEFA: os militares em La Victoria
Em dezembro de 1991, a Federação Argentina de Entidades Civis para o Estudio dos OVNIs (FAECE-OVNI) organizou na cidade de San Lorenzo o 12º Congresso Nacional de Ovnilogía. Entre conversas informais de amigos apareceu, para surpresa de todos, o capitão de fragata Daniel Alberto Perissé, com algumas revelações conturbadoras. Perissé, cabe esclarecer, é um dos ufólogos mais respeitáveis da Argentina. Em 1965 foi testemunha das aparições de OVNIs na Base Naval de da ilha Decepción, na Antártica. Suas declarações oficiais lhe trouxeram muitos problemas na Marina e por sua vez a admiração dos ufólogos de todo o mundo.
Frente à incredulidade e admiração dos presentes ao congresso, Perissé comunicou que o CITEFA havia organizado um grupo civil-militar (semelhante ao que já existe no Uruguai) para estudar o assunto La Victoria com ênfase à causa da grande incidência de aparições. Coordenado pelo Comandante Mascietti, o grupo examinou marcas deixadas por OVNIs em La Victoria e casos ocorridos em Navarro, província de Buenos Aires.
Tentei entrar em contato com Perissé, mas, infelizmente, e segundo sua esposa, o investigador e militar sufreu uma espécie de derrame cerebral que dificulta a comunicação. Contudo, em entrevista que concedeu à revista argentina “Descubrir” (antes de sua enfermidade), Perissé disse que “há testemunhos coincidentes de gente que assegura haver observado objetos esféricos e vermelhos, que executam acelerações e paradas anômalas. Em alguns casos, o terreno foi afetado e há testemunhas que foram agredidas”, possivelmente referindo-se ao caso de Colman.
“Encontramos três marcas ovais de dezesseis metros de diâmetro cada uma, todas idênticas. Fizemos um molde em gesso das marcas, tomamos medidas, colocamos os dados em um programa de computador especial, e descobrimos que o traçado não era irregular, e sim que havia um triângulo isósceles dentro”. Estas informações também nos foram confirmadas pessoalmente pela decana da Ufología argentina, Ruth Gerstel, amiga próxima de Perissé.
O já mencionado CITEFA subordina-se ao Ministério de Defensa e conta com 600 profissionais, entre eles muitos cientistas. Os experimentos e estudos levados a cabo em seus laboratórios têm aplicações civis e militares. Os porta-vozes do coronel Enrique Krause, diretor do centro, negam taxativamente a existência de um grupo dentro do CITEFA encarregado de investigar os OVNIs.
Por outro lado, o ufólogo Alejandro Agostinelli, que manteve contato com diversos membros do grupo, afirma que o comandante Mascietti e sua gente preferem manter uma atitude reservada para não “contaminar nem ser contaminados” e com ela evitar manipulações sensacionalistas.
Segundo o jornalista Juan Eduardo Faillá, representante da MUFON (Mutual UFO Network) na Argentina, houve uma intervenção policial muito rigorosa em La Victoria contra ufólogos e alguns curiosos. “É possível que a ação tenha sido ordenada pelo grupo semi-oficial de CITEFA para deixar livre o terreno de suas atividades”, disse-me o jornalista em Buenos Aires.
Avistamento e agressões OVNI em La Victoria
Em Entre Ríos, incluída a zona ao redor de La Victoria, não somente aparecem OVNIs de pequenas dimensões ou de forma esférica. Outros se mostraram agressivos, à semelhança dos ataques do “chupa-chupa” ocorridos em Brasil entre 1977-78 e 1981-82. Vamos a ver alguns casos investigados por Claudio Miszka e Juan Pablo Gómez, do CEFU.
No início de 1994, Silvia Simondini, em sua primeira visita a La Victoria, instalou-se em um camping, em frente ao porto da cidade e viu uma luz vermelha que subiu desde o río e se deteve no ar. Ao cabo de alguns segundos se lançou em sua direção para logo desaparecer. Em primeiro de febrero de 1994, às 00h05, Silvia se dirigia aos mananciais junto com seu marido, filha e mãe quando puderam ver um OVNI grande e brilhante, de forma retangular. Sobre este parecia haver duas torres luminosas; por debaixo, o retângulo parecia dividido por uma linha escura de cor vívida e muitas luzes de todos as cores.
Em 9 de janeiro de 1991, à noite, o dr. Mac Loughlin e sua família observaram o passeio de um enorme objeto retangular que apontava potentes fachos de luz sobre o terreno. O fato ocorreu no distrito de El Molino.
Em meados de 1990 o então inspetor do Matadouro Municipal de La Victoria, Ramón Iramar, dirigia-se para a zona do Hipódromo quando, junto com um grupo de pessoas, viu como descia um objeto do céu, muito luminoso (branco-amarelado), e pousou em um campo a 800 metros de distância. O único a aproximar-se foi Ramón. Segundo suas declarações, pôde ver as várias “pessoinhas” que caminhavam sobre uma plataforma estendida ao redor do OVNI. Estavam vestidos de branco e tinham em sua mão uma espécie de lanterna com a qual iluminavam o solo como que procurando algo.
O caso mais atípico foi o protagonizado na zona rural por um camponês de apelido Colman, às 23h00 de um dia do mês de junho de 1991. Em suas costas, viu como uma luz muito brilhante desceu. Colman sacou seu facão para defender-se e, de pronto, foi focalizado por um potente raio que o obrigou a agachar até que correu e se escondeu atrás de uma árvore. O ancião pôde ver três “figurinhas” pequenas que pareciam trotar perto do objeto. Não mediam mais de 90 centímetros e estavam vestidas totalmente de branco. Seus rostos eram largos e terminavam em ponta, semelhante “à face das ovelhas”. Nesse instante foi novamente focalizado por uma potente luz que lhe queimou a face; tomado de pânico começou a correr até sua casa. Na zona de aterrissagem os técnicos do CITEFA encontraram uma marca com forma de ferradura de 6 metros de diâmetro, com um anel de 30 centímetros que rodeava a mesma. Dentro da marca a grama estava amassada e com uma cor verde escuro, enquanto que dentro do anel encontraram um pó branco, similar ao talco. A árvore onde se escondeu Colman estava totalmente queimado e impregnado de uma espécie de óleo negro. Como conseqüência do fato – segundo informam Miszkas e Gomes – a vítima perdeu quase 40% da visão e, nos dias posteriores ao sucedido, teve fortes dores de cabeça, vômitos e enjôos.
O cachorro que o acompanhava perdeu totalmente a visão e não acatava suas ordens, a efeito de que ele não mais o reconhecia.
27/07/94: Em uma fazenda próxima a La Victoria, na província de Buenos Aires (San Manuel) um gigantesco OVNI sobrevoou o pasto e afugentou o gado. A parte diária da distribuição de leite anota que as vacas não puderam ser ordenadas por que os animais, assustados, romperam uma cerca durante a passagem do objeto.
Pablo Villarrubia Mauso, colaborador de Vigília, é jornalista e escritor.