Luz retangular em área indígena pode ter explicação convencional, diz analista
O comunicador e analista de imagens Jorge Uesu, que já avaliou e esclareceu diversas filmagens e imagens curiosas de supostos objetos voadores não identificados em seu canal OMG – OVNIs e Mistérios em Geral, no Youtube, e em suas redes sociais, pode ter encontrado uma explicação alternativa para o estranho vídeo de uma luz retangular captado durante a pesquisa do ufólogo Rony Vernet realizada na Terra Indígena Yawanawá, no Acre. E sua hipótese não tem nada extraterrestre.
Uesu foi um dos convidados da live Brazil UFO Talks, no Youtube — canal mantido pelo podcast Brazil UFO —, realizada no último dia 25 de agosto de 2024, com a participação especial do pesquisador Vernet e os apresentadores Clayton Feltran e Riba Menezes. O objetivo da live foi justamente debater o intenso – e tecnológico – trabalho desenvolvido por Vernet no monitoramento de fenômenos anômalos na floresta e tirar dúvidas dos seguidores do canal.
Conhecendo sua experiência em análises de vídeos, o Portal Vigília procurou Jorge Uesu para que opinasse acerca das imagens captadas por Vernet, em especial o vídeo divulgado inicialmente para à rede NewsNation, onde o equipamento instalado pelo pesquisador registra uma luz retangular fazendo uma espécie de varredura em solo, seguida do surgimento de uma segunda luz, oval, que parece emanar da luz retangular.
Uesu comentou que achou estranho porque “os movimentos da luz eram horizontais e verticais, robóticos”. Antes mesmo da participação no vídeo ao vivo, ele imaginou que seria possível que o suposto rastreamento do solo e seguido da luz mais brilhante pudesse ter alguma relação com os leds de infravermelho de outro equipamento, uma câmera giratória Dahua Starlight, com zoom de 25x.
Os leds de infravermelho presentes nesta câmera — um de curto e outro de longo alcance — são responsáveis por melhorar a captação de imagens com escuridão total ou luz fora do espetro visível. E Vernet já tinha afirmado em entrevistas anteriores, inclusive ao Portal Vigília, que essa câmera estava sendo desligada instantes antes do fenômeno da luz retangular ocorrer.
Complemento de dados e simulação
Sem ter certeza ainda da coerência de sua hipótese, o analista disse que comentou sua teoria com o pesquisador Rony Vernet após a live e obteve mais dados de funcionamento dos equipamentos. A partir daí, criou uma simulação e acredita que essa seria uma explicação alternativa bastante sólida para o que realmente foi registrado em vídeo pelo pesquisador.
Ao ser reinicializada, a câmera giratória faz movimentos vertical e horizontal até voltar à última posição. E faz esse processo reativando os leds e desligando-os ao final, quando retorna à configuração anterior.
Durante a live Vernet esclareceu que deixa todos os equipamentos configurados com os leds desligados, uma vez que mesmo a menor incidência de luz – visível ou no espectro infravermelho – pode atrair muitos insetos e inviabilizar o monitoramento.
“A luz que aparece na imagem da câmera fixa é o infravermelho da câmera giratória reiniciando, quando a câmera testa os movimentos panorâmicos, o tilt, com o IR ligado. O foco de luz intenso, que lembra um orbe, é causado pelo foco de IR de longo alcance (até 150m)”, explicou Jorge Uesu ao Portal Vigília.
O analista criou uma animação do que ocorre no momento em que a câmera reinicia, simulando os tempos de resposta do equipamento, alcance e raio do feixe de infravermelho sincronizado com o vídeo original divulgado por Vernet, e o resultado é que eles coincidem totalmente (veja abaixo).
O Porta Vigília procurou o pesquisador Rony Vernet para comentar o caso, mas ele não quis comentar a análise. Disse apenas que trará uma atualização do caso no podcast Inteligência Ltda, que deve ir ao ar nesta sexta-feira, e “em breve na minha live”.
Análise por simulação do comportamento de câmera (cortesia Jorge Uesu)
ATUALIZAÇÃO: 29/08/2024 – 21h50
Após a publicação desta matéria, o pesquisador Rony Vernet entrou em contato com a redação do Portal Vigília e confirmou a tese de Uesu, dando mais detalhes sobre a ocorrência com a câmera.
“Esse fenômeno do IR ligar sozinho e fazer todo esse movimento pré programado só acontece quando a câmera entra em modo de auto-manutenção e isso está ocorrendo de forma não programada. Aquela luz só acontece no modo de alta potência, quando o zoom está no máximo, criando aquela figura bizarra na interação com a superfície”, disse Vernet.
O pesquisador ressaltou ainda que apesar da explicação para estas imagens, outros fenômenos nos céus e no entorno da aldeia registrados em sua pesquisa continuam sem explicação.
