Novo laudo reforça opinião de especialistas sobre chupacabras
A crença em torno da existência do já famoso “Chupacabras”, uma criatura supostamente desconhecida que estaria atacando criações no Brasil e gerando pânico principalmente entre moradores das regiões, recebeu mais um duro golpe no mês de outubro. O mito da fera sugadora de sangue, originário do México e Caribe, esbarrou no Brasil, no primeiro momento, nas opiniões de veterinários, biólogos e até dos pesquisadores do Cepex – Centro para Estudos e Pesquisas Exológicas de Sumaré (Interior de São Paulo), que devido ao número de relatos coletados e pesquisas sobre o chupacabras transformaram-se numa espécie de referência nacional para o assunto.
Na edição anterior de Vigília, o coordenador do CEPEX, Eduardo Mondini, já garantia: “apenas 3% dos casos não têm explicação”. Sua posição foi reforçada agora com o laudo do consultor forense norte- americano Nicholas Petraco, de Nova Iorque.
O consultor analisou em laboratório duas amostras de pelos atribuídas ao Chupacabras. Uma delas do caso norte-americano de Mare Davenport, e a outra do caso brasileiro, pesquisado pelo CEPEX, ocorrido em São Roque da Fartura, no Interior de São Paulo, no início desse ano.
As amostras foram encaminhadas a Petraco por Yasue Kimura, do Programa 2000X exibido no pela rede japonesa Nippon Television. Uma equipe do programa esteve no Brasil durante o mês de agosto para uma reportagem sobre o chupacabras, auxiliada pelos pesquisadores do CEPEX. Segundo Eduardo Mondini, “trata- se de um programa no Japão cuja proposta é desvendar mistérios. Eles trabalham em cima do conceito de que tudo pode ser explicado”.
O laudo afirma que, em ambas as amostras, tanto pêlos animais quanto fibras sintéticas foram encontradas. A amostra brasileira revelou também a presença de nove fibras de algodão. Apesar de não chegar a uma conclusão sobre os animais de origem, o laudo diz que a análise comparativa “mostra em ambos os espécimes (amostras) indicados que estes pêlos provavelmente originaram-se ou da Família Felidae (felinos) ou da Família Canidae (cães e assemelhados)”.
Petraco ressalta que em nenhuma das amostras foram encontradas raízes. Ele afirma que “raízes na fase de crescimento são normais de serem encontradas em pêlos deixados por animais selvagens. Além disso, a maioria destes fragmentos de pêlo pareceu ter sido cortada com instrumento afiado, por exemplo, uma faca”.
Para Eduardo Mondini, o laudo não modifica a estatística anterior do grupo, de que apenas 3% dos casos são. “É uma pena que ele (Petraco) não tenha feito o exame de DNA. Segundo o pesquisador, se o consultor “conhecesse melhor a fauna brasileira, provavelmente teria acertado na mosca o animal que originou os pêlos”.