Pesquisadores acusam governo de esconder ataques de entidades misteriosas no Peru

Desde o início de agosto de 2023, moradores das comunidades indígenas de Alto Nanay, em Loreto, e Iquitos, no Peru, relatam ataques feitos por entidades de sete pés de altura, com corpos blindados, cabeças grandes e olhos brilhantes, levantando questões sobre a natureza desses seres misteriosos. De acordo com testemunhas, as entidades tinham uma tonalidade cinza suave na pele, grandes olhos em forma de amêndoa e pareciam flutuar acima do solo, criando um encontro hipnotizante e temeroso.
Os aldeões pediram ajuda ao exército peruano contra esses supostos invasores, às vezes associados a um fenômeno folclórico do Peru, denominado “Pelacaras”, e outras vezes relacionados a supostos extraterrestres ou visitantes interestelares. Os pedidos, através das redes socais e dos veículos de imprensa, destacaram a urgência e seriedade da situação.
Enquanto isso, várias testemunhas ficaram desorientadas pela capacidade das entidades de emitir uma luz cegante. Os ataques violentos, tentando aparentemente raptar pessoas, aterrorizaram a população levando a especulações sobre suas capacidades avançadas e possível encobrimento. Pelo menos uma morte, de uma pessoa encontrada sem parte da pele do rosto, é atribuída ao fenômeno.
A comunidade Ikitu formou patrulhas noturnas para enfrentar seus agressores tecnologicamente avançados e situação passou a ser monitorada de perto pelas autoridades locais. O Ministério Público se envolveu na investigação e concluiu que as aparições foram provocadas pela incursão de garimpeiros ilegais da Colômbia e do Brasil. Tratar-se-iam de encenações realizadas com ajuda de aparatos tecnológicos modernos, incluindo jetpacks – mochilas propulsoras – e luzes para confundir os moradores.
A suposta fraude foi exposta pelo promotor que investiga o caso, Carlos Castro Quintanilla, que já é conhecido pelo combate às máfias de estrangeiros envolvidas na extração ilegal de ouro e operando em diferentes vilas da região amazônica.
Depois da divulgação da versão oficial, pesquisadores como o brasileiro Rony Vernet e o peruano Anthony Choy, jornalista ativo e investigador de UFOs, acreditam que o governo está mentindo para acalmar a população sobre os recentes casos de UFOs e ataques de seres em muitas aldeias no Peru. Para eles, não se trata de mineradores querendo amedrontar os moradores da aldeia, como o governo do Peru convencer nos noticiários.
Anthony Choy ressaltou que os episódios não ocorreram apenas na região de Loreto, que ganhou notoriedade recente. “Sobre o que está ocorrendo na cidade peruana de Iquitos, eu disse que está sendo acobertado pela imprensa. Uma investigação gerou um relatório jornalístico feito por uma importante estação de rádio de Lima, mas estamos falando de acontecimentos de cerca de um mês e meio atrás, sobre esse mesmo tema: um raio de luz que veio do céu e atingiu pessoas, deixando-as em choque e feridas. Entrevistamos um professor de uma escola fundamental que está prestes a perder um olho”.
E continuou: “aconteceu em Alto Masisea, em Contamana, em Pucallpa, não em Iquitos! Iquitos aconteceu depois! E, de repente, veio um pronunciamento do Ministério Público. E pedimos ao Ministério e à polícia que investigasse os ocorridos. E eles ouviram, pois iniciaram uma investigação. E disseram: ‘Senhores, eram mineradores ilegais, fingindo serem extraterrestres.’”
Anthony Choy, most active journalist and UAP investigator from Peru, said the government is lying to calm the population about the recent cases of UFO and beings attacks in many villages at Peruvian Amazon. pic.twitter.com/d8SWG9FaJF
— Rony Vernet 🇧🇷 (@RonyVernet) August 31, 2023
Monitorando a situação no Peru
Após a repercussão dos ataques à comunidade Ikitu começaram, o ufólogo brasileiro Rony Vernet também tem monitorado a situação e tentando identificar furos na versão oficial. De fato, chegou a divulgar vídeos e denúncias recentes de comunidades de outras localidades.
Uma dessas manifestações teria ocorrido em San Antonio, já no departamento de Lima, onde a comunidade diz ter observado a silhueta de uma pessoa voando silenciosamente a cerca de 6 metros de altura e descendo na praia fluvial, minutos antes de emergir do rio um objeto em forma de flecha.
News about UFO and beings attacks in Peru
Two days ago villagers from San Antonio saw strange light phenomena like a person silhouette soundless flying only 20 feet high that descended on river beach. Minutes later they saw a arrow-shape object emerge from there. pic.twitter.com/02A5Bp1ITP
— Rony Vernet 🇧🇷 (@RonyVernet) August 27, 2023
A despeito das acusações de que a imprensa e o governo estariam acobertando os acontecimentos, as denúncias iniciais dos ataques e o pedido de ajuda dos nativos receberam grande cobertura e repercussão na mídia, principalmente os jornais integrantes da LaRED (Red de Medios Regionales del Peru – rede de jornais regionais do Peru). Aliás, a falta de novas notícias na imprensa coincidiu com a ausência de novas denúncias e vídeos dos moradores em seus perfis pessoais e páginas nas redes sociais de relevância local. Aparentemente, a situação parece ter se acalmado na região de Loreto.
Apesar disso, Choy, em vídeo sobre o tema, insiste que “com todo o respeito aos promotores públicos, logicamente – tais afirmações, feitas por um oficial, não correspondem à verdade”, referindo-se às conclusões do Ministério Público.
Comparação entre os ataques no Peru e Colares
Os eventos em Iquitos, Peru, levaram muitos ufólogos e entusiastas a comparações com o que aconteceu em Colares, no Pará, e regiões próximas em 1977. O caso brasileiro acabou sendo estopim da criação da Operação Prato, uma iniciativa secreta da Força Aérea Brasileira para investigar ataques à população ribeirinha que estava espalhando pânico na região.
Em ambos os casos, moradores de áreas amazônicas relataram avistamentos de entidades misteriosas e luzes estranhas no céu. Em Colares, o fenômeno ficou conhecido como “chupa-chupa”. Os moradores relataram que as luzes misteriosas vindas do céu estavam atacando pessoas, provocando queimaduras, palidez e paralisia. O episódio até hoje permanece sem uma explicação plausível e relatórios oficiais da época avaliaram tratar-se de um fenômeno provocado por algo inteligentemente dirigido.
Traçando um paralelo com Iquitos, os moradores também relataram avistamentos de entidades misteriosas e luzes estranhas no céu, e as autoridades locais também se dirigiram ao local. A diferença é que, no caso peruano, garantem que os supostos ataques de alienígenas seriam causados por uma razão prosaica: garimpeiros ilegais com jetpacks. A intenção dos criminosos seria incitar o medo nos moradores para mantê-los dentro das casas e longe das minas ilegais.
O caso peruano ainda está se desenvolvendo e provavelmente será necessário muito mais envolvimento da imprensa e dos pesquisadores locais para confirmar ou descartar as afirmações do Ministério Público.