Pirâmides do Egito: possível localização de Amenti e estruturas subterrâneas reacendem teorias sobre extraterrestres

Pirâmides do Egito: possível localização de Amenti e estruturas subterrâneas reacendem teorias sobre extraterrestres
As três pirâmides principais de Gizé, Egito, assim como as pirâmides subsidiárias e outras estruturas do complexo de Gizé (Imagem: Ricardo Liberato/All_Gizah_Pyramids/Wikimedia/CC2.0)

As pirâmides do Egito voltaram com força à ordem do dia e ao imaginário dos entusiastas dos antigos astronautas extraterrestres, depois que uma equipe de pesquisadores do projeto Quéfren anunciou uma descoberta de proporções extraordinárias sob o Planalto de Gizé. Em estudo que ainda não foi publicado, mas que já vem sendo amplamente divulgado, eles garante ter identificado o que acreditam ser estruturas cilíndricas subterrâneas colossais sob a pirâmide de Quéfren, no Planalto de Gizé, culminando com uma vasta cidade que corresponderia ao lendário domínio de Amenti.

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O feito notável foi possibilitado pelo processamento de dados SAR (Radar de Abertura Sintética) obtidos dos satélites da Capella Space, representando uma abordagem tecnológica pioneira no campo da arqueologia. A equipe de pesquisa, liderada pelo Professor Corrado Malanga, pesquisador e chefe do projeto, e composta pelo engenheiro Filippo Biondi, especialista em tecnologia SAR, e pelo Dr. Armando Mei, especialista em egiptologia, uniu suas competências para realizar este estudo inovador e revolucionário. Segundo o comunicado oficial do projeto denominado Quéfren, esta cidade subterrânea é mencionada em textos antigos como um local ligado ao conhecimento universal da humanidade e à sua transformação espiritual derradeira.

Pesquisadores alegam ter identificado enormes estruturas cilíndricas ocas, com escadas, ligando a base da pirâmide a uma 'cidade' (Reprodução)
Pesquisadores alegam ter identificado enormes estruturas cilíndricas ocas, com escadas, ligando a base da pirâmide a uma ‘cidade’ (Reprodução)

A singularidade desta descoberta reside não apenas na sua imensa significância histórica e arqueológica, mas também no método inovador empregado, que permitiu extrair informações acústicas precisas através de imagens de radar de resolução azimutal ultra alta. A tecnologia utilizada pelo grupo de pesquisa envolve a conversão de informações de radar fotônico em sinais fônicos, uma inovação que permite explorar estruturas sepultadas em grande profundidade sob a superfície terrestre. O Professor Filippo Biondi, especialista em tecnologia de radar e imagens de satélite, desenvolveu uma técnica inovadora denominada tomografia Doppler, que, combinada com o radar de abertura sintética, possibilita a criação de reconstruções tridimensionais de estruturas subterrâneas.

Esta metodologia patenteada permite a identificação de corredores, câmaras e túneis que se estendem por vários quilômetros abaixo da superfície, oferecendo coordenadas espaciais para estruturas subterrâneas previamente desconhecidas e inexploradas. Durante uma conferência de imprensa especial, Nicole Ciccolo, responsável pela área de comunicação do projeto Quéfren, destacou que esta pesquisa inovadora parte de trabalhos iniciados há vários anos sobre a pirâmide de Quéops, onde a técnica de radar de abertura sintética, utilizando um radar posicionado a cerca de 680 km de altura, transforma sinais fotônicos em sinais fônicos, permitindo “ver dentro das coisas” de uma maneira que a luz não permite.

Simulação 3D da base das estruturas que teriam sido descobertas no estudo ainda não publicado (Reprodução)
Simulação 3D da base das estruturas que teriam sido descobertas no estudo ainda não publicado (Reprodução)

As análises das imagens obtidas revelaram uma série de descobertas sem precedentes localizadas sob o Planalto de Gizé. Próximo à base da pirâmide de Quéfren, foram identificadas cinco estruturas idênticas, conectadas por caminhos geométricos, contendo cada uma cinco níveis horizontais e um teto inclinado. Abaixo destas, foram detectadas oito estruturas cilíndricas que se assemelham a poços verticais, ocos por dentro e circundados por caminhos espirais descendentes.

Estas oito estruturas cilíndricas, alinhadas verticalmente em duas filas paralelas de norte a sul, descem a uma profundidade de 648 metros, onde convergem para formar duas grandes estruturas cúbicas, cada uma medindo aproximadamente 80 metros de lado. Segundo o comunicado de imprensa, a estrutura inteira se estende por aproximadamente dois quilômetros abaixo da superfície e se situa abaixo de todas as três pirâmides do complexo do Planalto de Gizé.

O Professor Corrado Malanga ressaltou que, ao analisar a estrutura dessas “manchas” detectadas pelo radar, percebeu-se que eram semelhantes às encontradas na pirâmide de Quéops, tratando-se de uma estrutura que já havia sido observada anteriormente.

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Implicações históricas e novas perspectivas sobre a construção das Pirâmides

Esta descoberta lança um desafio direto à egiptologia convencional, que postula que as pirâmides de Gizé foram construídas por volta de 2500 a.C. como tumbas para os faraós Khufu, Khafre e Menkaure, utilizando métodos rudimentares como rampas, trenós e alavancas. O Dr. Armando Mei, historiador e egiptólogo especialista no estudo de civilizações pré-dinásticas, cujas teorias sobre a correlação entre estruturas subterrâneas e o mito de Zep Tepi guiaram as investigações da equipe, também participou ativamente da pesquisa.

A equipe do projeto Quéfren sugere que a matemática complexa presente na construção das pirâmides, incluindo as proporções de Pi, a razão áurea e a velocidade da luz, juntamente com o testemunho de arquitetos especialistas contemporâneos, indica que a história oficial pode não ser totalmente precisa. A vasta estrutura subterrânea revelada pelos dados SAR recentes sugere a existência de um sistema mecânico ou funcional, ecoando hipóteses levantadas no passado por figuras como Nikola Tesla e Christopher Dunn.

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O Professor Corrado Malanga questionou diretamente a cronologia tradicional, levantando a hipótese de que se existirem estruturas a 1200 metros de profundidade, e se há cerca de 12.000 anos o nível da água era mais baixo, isso implicaria uma época histórica diferente para a construção. Ele também ponderou sobre as capacidades dos antigos egípcios, que, segundo a história, não possuíam a roda, escrita ou a alavanca, para construir estruturas tão complexas e profundas, além de mover pedras de até 70 toneladas.

Para o Professor Malanga, é necessário começar a pensar que o Plano de Gizé pode ter surgido muito antes dos 4500 anos atrás. A correlação entre o layout e as características dessas câmaras subterrâneas com as lendárias Salas de Amenti, descritas em mitos antigos, incluindo aqueles associados ao deus Thor, é notavelmente forte, conforme o comunicado de imprensa. A equipe acredita que os oito poços verticais descobertos, que se estendem por pelo menos um quilômetro de profundidade abaixo de cada Grande Pirâmide, podem servir como pontos de acesso a este sistema subterrâneo.

Próximos passos e perspectivas futuras do projeto Quéfren

Para aprofundar a análise desta extraordinária descoberta, o projeto Quéfren organizou duas conferências exclusivas no Hotel Castello Artm Congressi, em Castel San Pietro Terme, Itália. Uma conferência de imprensa para jornalistas credenciados ocorreu em 15 de março de 2025, e uma conferência técnica oficial, apresentando os resultados e as imagens de tomografia Doppler, foi realizada em 16 de março de 2025, com os assentos esgotados devido ao grande interesse público.

Nos próximos meses, o projeto continuará trabalhando persistentemente em novas análises tomográficas e modelos tridimensionais das estruturas subterrâneas, com o objetivo de produzir um mapa completo e preciso do que se encontra abaixo do Planalto de Gizé. A pesquisa está programada para continuar ao longo de 2025, com todas as atualizações compartilhadas através de documentação oficial e publicações científicas, disponibilizadas mediante solicitação para acadêmicos e entusiastas.

Os pesquisadores expressaram o desejo de planejar uma escavação para investigar mais a fundo essa estrutura subterrânea. No entanto, foram mencionadas dificuldades históricas em obter aprovação para tais escavações no Egito, citando a influência do ex-Inspetor-Chefe de Antiguidades do governo Egípcio, Dr. Zahi Hawass, como um obstáculo para qualquer descoberta que possa contradizer a narrativa estabelecida. Apesar desses potenciais desafios, a equipe do projeto Quéfren está confiante de que sua pesquisa representa um passo inovador na compreensão do antigo Egito e sua profunda relação infraestrutural com o mundo subterrâneo.

A descoberta da vasta cidade subterrânea, que se estende por uma profundidade estimada de 1,2 km sob o Planalto de Gizé, sugere que o Antigo Egito possuía um nível de desenvolvimento muito mais avançado do que o atualmente reconhecido. A equipe enfatiza que esta descoberta, baseada em evidências fotográficas obtidas por satélite, não necessita de outras comprovações para ser considerada real, comparando-a à simples constatação da existência de um monumento como a Torre de Pisa. O futuro da pesquisa promete revelar ainda mais detalhes sobre este complexo subterrâneo, com a esperança de que as manchas luminosas identificadas nas tomografias adquiram formas mais precisas, demandando uma futura investigação in loco.

Avanços anteriores em imageamento das Pirâmides e a persistência dos mistérios

O recente anúncio está conectado a uma pesquisa anterior que resultou na publicação um estudo intitulado “Synthetic Aperture Radar Doppler Tomography Reveals Details of Undiscovered High-Resolution Internal Structure of the Great Pyramid of Giza” (“Tomografia Doppler por Radar de Abertura Sintética Revela Detalhes da Estrutura Interna Descoberta de Alta Resolução da Grande Pirâmide De Guizé). O artigo, assinado Filippo Biondi do Departamento de Engenharia Eletrônica e Elétrica da Universidade de Strathclyde, em Glasgow (Reino Unido) e Corrado Malanga, do Departamento de Química e Química Industrial da Universidade de Pisa, na Itália, foi inicialmente disponibilizado como um pré-print no arXiv em 1º de agosto de 2022. Posteriormente, foi publicado na revista científica Remote Sensing, volume 14, edição 20, artigo 5231, em 19 de outubro de 2022.

Este trabalho descrevia uma nova metodologia de imageamento baseada na análise de micro movimentos através da tomografia Doppler de Radar de Abertura Sintética (SAR), demonstrando a capacidade de obter imagens tridimensionais de alta resolução do interior e da subsuperfície da Grande Pirâmide de Gizé. Os resultados experimentais, obtidos através do processamento de séries de imagens SAR do sistema COSMO-SkyMed, revelaram e mediram estruturas internas nunca antes descobertas, tornando a pirâmide “transparente como um cristal”, segundo os autores, no domínio do micro movimento.

É importante notar que, apesar dos avanços significativos apresentados neste artigo de 2022, diversas fontes mencionaram este trabalho como uma tentativa de desmentir uma nova descoberta, quando na verdade os próprios pesquisadores admitiram que seu estudo mais recente ainda não foi publicado.

Contextualmente, a última grande descoberta anunciada antes dos eventos recentes foi a localização de uma misteriosa estrutura em forma de L no subsolo do cemitério ocidental de Gizé, perto das pirâmides do Egito. Essa descoberta foi feita a partir do uso de técnicas de sensoriamento remoto e surpreendeu os especialistas. A estrutura tem pelo menos 10 metros de comprimento e parece ter sido preenchida com areia após sua construção.

Arqueólogos estão atualmente escavando o local para descobrir a sua função, com uma das possibilidades sendo uma capela de oferendas. Essa descoberta da estrutura em “L” demonstra que, apesar de todos os avanços em nossa tecnologia e no crescente conhecimento sobre o Egito antigo, as Pirâmides de Gizé ainda guardam muitos mistérios em suas estruturas, tanto internas quanto em seu entorno subterrâneo. A capacidade de novas tecnologias, como a tomografia SAR detalhada no artigo de 2022 e as técnicas de sensoriamento remoto que levaram à descoberta da estrutura em “L”, de revelar aspectos desconhecidos sublinha a complexidade e a riqueza histórica desses monumentos milenares.

O que era o domínio de Amenti na Mitologia Egípcia

Na mitologia egípcia, a Amenti, não era exatamente uma cidade, como traduzida pelos pesquisadores nas conferências de imprensa, provavelmente para simplificar a apresentação do conceito. Sua menção nos textos antigos era na verdade uma referência a uma espécie de submundo, o reino dos mortos.

O termo “Amenti” significa “O Escondido” e também é conhecido como Querneter (“Terra Fantasma” ou “Terra dos Deuses”), Neterxer (“Lugar Funeral”) ou Otamersquer. Este domínio era governado por Osíris, o deus associado ao além e à vida após a morte. Os arqueólogos e pesquisadores da antiguidade supõem que os egípcios acreditavam que os mortos passavam por Amenti em sua jornada para o julgamento final, enfrentando diversos desafios e portões antes de alcançar o reino de Osíris.

Representado hieroglificamente como uma estrela dentro de um círculo, Amenti simbolizava a terra de profundo sono e escuridão onde os mortos residiam. Os habitantes deste reino eram considerados incorruptíveis, mas não reconheciam seus parentes ou amavam seus familiares.

Já as As “Salas de Amenti” são mencionadas nas Tábuas de Esmeralda de Thoth, textos esotéricos atribuídos a Thoth, o Atlante, uma figura mítica associada à sabedoria e ao conhecimento antigo. De acordo com esses textos, as Salas de Amenti estão localizadas nas profundezas da Terra, abaixo das ilhas submersas da Atlântida. Descritas como os salões da Morte e da Vida, essas salas seriam banhadas pelo fogo do infinito e servem como um portal para a vida eterna e a iluminação espiritual.

As Tábuas de Esmeralda descrevem as Salas de Amenti como um lugar onde os “Filhos da Luz” observavam o mundo e buscavam libertar a humanidade das forças das trevas. Esses textos esotéricos sugerem que, ao acessar espiritualmente as Salas de Amenti, é possível obter sabedoria e conhecimento profundo, conectando-se com a essência da vida e da morte.

É importante notar que, enquanto Amenti possui raízes na mitologia egípcia como o submundo, as “Salas de Amenti” são conceitos que emergem de textos esotéricos posteriores, como as Tábuas de Esmeralda, e não fazem parte das crenças egípcias tradicionais. Essas interpretações modernas combinam elementos de misticismo, alquimia e espiritualidade, oferecendo uma visão mais simbólica e metafísica do conceito original de Amenti.

Anúncio deve reforçar teorias de intervenção extraterrestre nas Pirâmides

A recente divulgação dos dados e das imagens obtidas por meio das técnicas avançadas de tomografia Doppler reacendeu um debate que há alguns anos estava em declínio: as teorias de que as Pirâmides foram construídas com a ajuda de extraterrestres. A descoberta — ainda não revisada por pares, é importante ressaltar — se confirmada, deve levar a um fortalecimento das dúvidas sobre a real capacidade tecnológica dos antigos egípcios e a possibilidade de uma intervenção não convencional em suas construções monumentais.

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Obrigatoriamente, estruturas tão colossais e profundas devem acirrar os debates entre céticos e entusiastas dos fenômenos extraterrestres, com a necessidade, sob qualquer ponto de vista, de no mínimo repensar os métodos tradicionalmente atribuídos à engenharia egípcia. É inegável que uma descoberta desse tamanho desafia a narrativa convencional e sugere que as pirâmides, além de serem tumbas, podem ter sido parte de um complexo sistema de canais e câmaras que se interligam a uma esfera mais ampla de conhecimentos ancestrais.

Via de regra, a abordagem baseada no “antigo astronauta” sustenta que se os métodos construtivos tradicionais não conseguem explicar a precisão e a complexidade dos sistemas subterrâneos revelados, seria plausível supor que conhecimentos de origem extraterrestre teriam sido incorporados ao desenvolvimento das estruturas. As imagens e dados recentes devem revigorar essa narrativa que, de forma indireta, reforça a possibilidade de uma tecnologia ou sabedoria que transcende o que se conhece dos métodos manuais e engenhosos dos próprios egípcios.

Contudo, essa reinterpretação não ocorre sem controvérsias. Diversos pesquisadores e historiadores alertam que a própria grandiosidade das construções do Egito pode ser fruto de uma evolução gradual do conhecimento, sem a necessidade de recorrer a intervenções externas. Para eles, a complexidade encontrada nas estruturas subterrâneas pode ser entendida como uma manifestação do potencial criativo e científico da civilização egípcia, que, ao longo dos séculos, desenvolveu métodos surpreendentes para a época.

A repercussão online tem sido intensa e polarizadora. Em diversos fóruns e redes sociais, as opiniões se dividem entre a empolgação de ver teorias antes relegadas ao campo da especulação ganhando novo fôlego e o ceticismo de especialistas que defendem a necessidade de rigor metodológico e evidências incontestáveis. De fato, no campo científico, a discussão deve ficar “morna” até que a pesquisa seja efetivamente revisada e publicada em algum periódico científico bem conceituado.

Jeferson Martinho

Jornalista, o autor é empresário de comunicação, dono de agência de marketing digital e assessoria de imprensa, publisher de um portal de notícias regionais na Grande São Paulo, fundador e editor do Portal Vigília.

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