Sinais em lavoura de trigo intrigam os moradores
Uma lavoura de trigo localizada na Granja do Silêncio, interior de Sobradinho, amanheceu ontem com dois círculos largos e um ponto central. Sinais como estes já foram registrados em diversos municípios brasileiros, mas para os motoristas que passaram pela RS-400 na manhã de ontem, o desenho formado na área localizada às margens da rodovia pelo menos chamou atenção e despertou muita curiosidade devido à origem misteriosa. A lavoura apresentou dois círculos (um dentro do outro) com cerca de 10 metros de diâmetro na plantação de trigo, semelhantes aos encontrados em Ipuaçu, interior catarinense, nos últimos dias. A área, que fica a cerca de 5 quilômetros da cidade, não apresenta sinais recentes de entrada de trator, pois a cultura já está em fase de colheita. O arrendatário da terra, Marcius Vinícius Librelotto, explicou que não foi feito nenhum tipo de trabalho na lavoura recentemente. Há cerca de 30 dias, porém, precisou aplicar produtos de tratamento na plantação. Depois disso só esteve lá para avaliar quando iria colher – o que faria neste final de semana. O fato gerou muitos comentários entre os moradores da cidade de Passa Sete e Sobradinho, que disseram, com convicção, de que seria uma visita de extraterrestres. Ao realizar uma análise comparativa, os ufólogos apontaram, com relação à cidade catarinense de Ipuaçu, que a dimensão das figuras, o fato de serem idênticas (os dois círculos) e a maneira como os caules das plantas foram dobrados (todos uma única vez, no sentido horário e sem vestígios de queimadas ou quebras) descarta a possibilidade de terem sido feitas por máquinas agrícolas. O fenômeno ocorre também parcialmente na plantação em Granja do Silêncio. O diretor do Museu Internacional de Ufologia de Itaara, Hernan Mostajo, informou que uma equipe pretende visitar o local para realizar uma análise preliminar da procedência dos sinais. “Há uma série de características indicativas, provadas mediante estudo, que revelam quem fez os círculos, se foram seres humanos ou não”, explica. Mostajo salienta, ainda, que não é possível afirmar com total certeza como essas figuras foram feitas sem observação e estudo, principalmente in loco.
LUZES
Populares informaram por telefone à reportagem da Gazeta da Serra que, por volta das 23 horas, viram luzes provenientes de algum objeto estranho no local. Na manhã de ontem, perceberam de longe os círculos moldados na lavoura. O morador mais próximo é o agricultor Juraci Friederich, que afirmou não ter visto nenhum tipo de luz ou objeto estranho no lugar. “Também não vi trator entrando na plantação no último mês, pois o trigo está pronto para colher”, disse. Embora menores, os dois círculos na lavoura localizada em Granja do Silêncio são semelhantes aos encontrados em duas plantações da cidade de Ipuaçu (SC). O fato gerou grande boataria de que seriam seres de outros planetas que pousaram, com naves espaciais, na plantação. O certo é que os sinais realmente existem. A pergunta é se alguém quis brincar ou se os extraterrestres quiseram conhecer a precariedade da RS-400. TEM EXPLICAÇÃO – O fenômeno dos círculos em plantações surgiu na década de 70, na Inglaterra. Até que em 1991 Doug Bower e Dave Chorley, dois sujeitos de Southampton, anunciaram ser os responsáveis por fazer as figuras nos campos durante 15 anos. Eles tiveram a idéia uma noite, quando tomavam cerveja. Acharam engraçados os relatos de OVNIs e pensaram que seria divertido satirizar os crédulos em relação aos discos voadores. No princípio, aplainavam o trigo com uma barra de aço que Bower usava como dispositivo de segurança na porta traseira de sua loja de molduras de fotos. Depois, usaram pranchas e cordas. Os primeiros trabalhos duraram poucos minutos mas, como eles gostavam mesmo das brincadeiras, o desafio ficou maior. Passaram a projetar e executar figuras cada vez mais complexas. Os dois adoraram quando as pessoas passaram a afirmar que nenhuma inteligência meramente humana poderia ser responsável por aquilo. E depois deles, outros falsificadores surgiram. *Fonte: Gazeta do Sul. Texto e imagens reproduzidos sob autorização. (Agradecimentos a Otto Tesche pela cortesia)