Startup apresenta tecnologia de IA para detectar “satélites anômalos”

Startup apresenta tecnologia de IA para detectar “satélites anômalos”
Inteligência artificial de startup vai trabalhar para DARPA na detecção de satélites anômalos (Ilustração criada com IA/Portal Vigília)
Compartilhe

A Slingshot Aerospace, Inc., uma startup especializada em soluções baseadas em inteligência artificial (IA) para rastreamento de satélites, coordenação de tráfego espacial e modelagem e simulação espacial, anunciou em 5 de junho de 2024 que está colaborando com a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa dos EUA (DARPA) no desenvolvimento de um novo sistema de IA para detecção de “satélites anômalos”.

----publicidade----

O sistema, denominado Agatha, visa identificar “espaçonaves anômalas” em grandes constelações de satélites, um desafio cada vez mais relevante dado o aumento substancial no número de satélites previstos para os próximos anos.

É uma coincidência notável que o anúncio aconteça num momento em que crescem as discussões e pressões para que o governo dos Estados Unidos libere mais informações sobre fenômenos aéreos não identificados (UAPs). Recentemente, cientistas renomados têm exigido maior acesso a dados governamentais para investigar esses fenômenos, argumentando que a transparência é crucial para o avanço da ciência e para a segurança nacional.

Inteligência artificial de startup vai trabalhar para DARPA na detecção de satélites anômalos (Ilustração criada com IA/Portal Vigília)
Agatha é o codinome da inteligência artificial encomendada pela DARPA para detectar satélites anômalos (Ilustração criada com IA/Portal Vigília)

A criação de um sistema avançado como Agatha pode ser vista como uma resposta indireta a essas demandas, oferecendo uma ferramenta poderosa para monitorar anomalias não apenas em satélites, mas potencialmente em outros objetos no espaço.

A previsão é de que constelações com mais de 10.000 satélites sejam lançadas por governos e operadores comerciais, elevando significativamente a quantidade de satélites em órbita terrestre baixa (LEO). O monitoramento desses satélites para garantir que estejam operando conforme seus propósitos declarados é uma tarefa complexa. Segundo o anúncio oficial, o sistema Agatha da Slingshot Aerospace foi projetado para enfrentar esse desafio, utilizando IA para fornecer uma consciência detalhada do domínio espacial.

Segundo o Dr. Dylan Kesler, Diretor de Ciência de Dados e IA da Slingshot, a capacidade de Agatha de identificar satélites com comportamentos discrepantes é um avanço significativo, uma vez que tais anomalias são difíceis de serem detectadas por humanos.

Satélites anômalos também podem ser UAPs?

Fenômenos Anômalos (ou Aéreos) não Identificados, origem da sigla UAP, em inglês, não necessariamente precisam ser extraterrestres. No entanto, já há algum tempo até a NASA se voltou para a comunidade científica para entender melhor os UAPs e montou um painel de cientistas independentes para avaliar a questão. O resultado foi uma espécie de manual para a realização de novas pesquisas, desenvolvimento de sistemas de detecção e monitoramento de UAPs.

----publicidade----

A similaridade entre as tecnologias utilizadas para monitorar “satélites anômalos” e suas possíveis aplicações à detecção de UAPs é evidente. A utilização de IA para identificar comportamentos anômalos em objetos espaciais pode ser um precursor para métodos futuros de investigação e monitoramento de fenômenos inexplicados, tanto na atmosfera terrestre quanto no espaço exterior.

Treinado com mais de 60 anos de dados simulados de constelações, Agatha conseguiu fechar a lacuna entre simulações e operações reais, identificando com sucesso discrepâncias em constelações comerciais operacionais. Essas anomalias foram confirmadas pelos operadores de satélites, demonstrando a eficácia do sistema. A coincidência do desenvolvimento de Agatha com o aumento da atenção científica e pública aos UAPs pode sugerir que há um movimento mais amplo em direção à utilização de tecnologias avançadas para desmistificar eventos inexplicados.

Agatha utiliza técnicas avançadas de análise de dados de IA, como a aprendizagem por reforço inverso (IRL), que permite a avaliação de comportamentos e a identificação de políticas e intenções dos objetos rastreados. Essa abordagem vai além da identificação de manobras atípicas, focando também nas motivações por trás dos comportamentos dos satélites. O modelo de IA é capaz de ingerir grandes volumes de dados espaciais e identificar anomalias de forma independente, sem necessidade de dicas prévias sobre onde procurar.

----publicidade----

Desenvolvimento começou em 2023

Revelação do Pentágono sobre tecnologia alienígena pode gerar corrida armamentista, diz especialista

A importância de tecnologias como Agatha é destacada pelo crescente número de satélites em órbita. No início de 2023, a União Internacional de Telecomunicações já havia recebido registros para mais de 300 constelações, totalizando mais de um milhão de satélites. Agatha analisa dados astrométricos, contextuais e fotométricos de alta resolução, utilizando uma ampla gama de fontes, incluindo a Slingshot Global Sensor Network e a Slingshot Seradata.

O programa PRECOG da Slingshot, que resultou na criação do sistema Agatha, começou em março de 2023 e entregou seus resultados à DARPA em janeiro de 2024. Atualmente, a Slingshot está focada na implementação do sistema Agatha e em discussões com o governo dos EUA e empresas espaciais comerciais sobre sua utilização para melhorar a consciência do domínio espacial.

O desenvolvimento de Agatha reflete uma necessidade crescente de transparência e segurança no espaço. A capacidade de identificar rapidamente anomalias em constelações de satélites, seja devido a falhas ou intenções nefastas, é crucial para a segurança espacial e terrestre. Kesler, que anteriormente trabalhou no campo da biotecnologia, vê paralelos na aplicabilidade de Agatha para identificar anomalias em outros domínios, como genômica e biomedicina, utilizando técnicas de IA de ponta.

Redação Vigília

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

As esferas voadoras na história da Ufologia Aviões e óvnis O que caiu em Caieiras na noite de 13 de junho de 2022? Extraterrestres: é a ciência quem diz! As etapas da pressão sobre o governo dos EUA em relação aos óvnis/UAP
Deseja receber notificações de notícias atualizadas do Portal Vigília no celular? SIM! QUERO! Não
×