UFO interceptado pela RAF: imagem real ou farsa?
Um incidente recente envolvendo a Força Aérea Real do Reino Unido (RAF) e um suposto UAP capturado em foto está causando um debate acalorado nos circuitos ufológicos. Trata-se de mais um material que veio à tona pelas mãos do cineasta e entusiasta dos óvnis Jeremy Corbell, em uma edição de seu podcast Weaponized, que apresenta ao lado do jornalista investigativo George Knapp.
Cobell apresentou a imagem informando que, em 2021, a RAF interceptou um objeto inicialmente sinalizado como um possível drone terrorista acima da Síria. No entanto, um relatório de inteligência dos “Cinco Olhos” gerado meses após o evento tratou o objeto como um OVNI ou ‘Fenômeno Aéreo Não Identificado’ (UAP). O relatório descreveria o objeto como um ‘UAP em forma de cúpula’, como um ‘pequeno drone hostil’.
Os Cinco Olhos (em inglês: FIVE EYES, também FVYE) é um acordo entre Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido e Estados Unidos. Esses países se reuniram a partir do Tratado UKUSA que visava a cooperação entre as inteligências dessas nações. A origem dos Cinco Olhos remete ao pós II Guerra Mundial, quando os Aliados assinaram a Carta do Atlântico buscando estabelecer seus objetivos no pós-guerra1. Ao longo da Guerra Fria, o programa de monitoramento ECHELON foi inicialmente desenvolvido pelos países integrantes dos Cinco Olhos para monitorar as comunicações entre União Soviética e os países do Leste Europeu.
O contexto de conflito da imagem
O relatório indica que em 14 de dezembro de 2021 um jato Typhoon, da RAF, disparou contra o UAP usando um míssil ASRAAM. Na época, o incidente foi relatado como o primeiro avião inimigo abatido pela RAF desde a Guerra das Malvinas na Argentina, há mais de 40 anos.
Embora um comunicado à imprensa da RAF em dezembro de 2021 tenha afirmado que a nave foi derrubada e destruída, Corbell ressaltou que o relatório Five Eyes não declarava explicitamente que a nave, depois identificada como UAP, foi abatida ou destruída. Reportando a história à época, a rede jornalística britânica BBC observou que o MOD “não disse qual grupo hostil estava operando o drone”, apesar da RAF posteriormente caracterizá-lo como um drone terrorista.
Reações e especulações
A foto em questão, que foi divulgada também através de um artigo do Liberation Times, supostamente mostra o OVNI sendo interceptado pela RAF. A imagem é de baixíssima qualidade, o que levou a especulações e debates sobre sua autenticidade. Alguns afirmam que a imagem é uma farsa, enquanto outros acreditam que ela pode ser uma evidência legítima de atividade de um OVNI.
As reações ao incidente e à foto foram variadas. Alguns usuários do Twitter expressaram ceticismo, enquanto outros pareciam convencidos da autenticidade da foto. A discussão sobre o incidente se estendeu a fóruns online, onde os usuários debateram as implicações do avistamento e da foto.
Mas foi o jornalista investigativo do New York Post Steven Greenstreet quem lançou uma curiosa comparação entre a imagem de baixa qualidade e drones como o modelo UAV IT180, comercializados há pouco menos de 10 anos. O UAV IT180 é uma aeronave não tripulada originalmente concebida para operar usando gasolina, em áreas urbanas, com capacidade de operações de inteligência, vigilância, aquisição de alvos e reconhecimento.
“A imagem à esquerda é uma imagem militar de um OVNI vazada para uma celebridade OVNI. As outras 2 imagens são de drones coaxiais feitos pelo homem. Os alienígenas precisam parar de roubar nossa propriedade intelectual!”, escreveu Greenstreet.
Left image is a military image of a UFO leaked to a UFO celebrity.
The other 2 images are of human-made coaxial drones.
The aliens need to stop stealing our intellectual property!
h/t @flarkey, @AeroTech_Space pic.twitter.com/ffG1JUZ34e
— Steven Greenstreet 🐷 (@MiddleOfMayhem) November 14, 2023
Implicações do incidente da RAF
O incidente da RAF e o emprego da terminologia UAP na história vazada podem ter implicações significativas para o debate sobre OVNIs.
O fato de um relatório de inteligência dos Cinco Olhos ter classificado o objeto como um UAP sugere que ou o governo acredita que o objeto é um fenômeno real e não identificado ou, diante da possibilidade de tratar-se de um drone já bastante conhecido, tem objetivos ainda ocultos na manobra de “vazamento”.
Se a segunda opção for verdadeira, traz a preocupação de que embora os governos dos Cinco Olhos aparentemente estejam demonstrando levar a sério o assunto dos OVNIs, estaria em andamento uma agenda oculta que se propõe a despertar interesse dos entusiastas de OVNIs de plantão para a conveniência de alguma outra ação militar ou política.