Ufólogos querem se organizar para aperfeiçoar pesquisas

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A Ufologia está mudando e ganhando força. Em todo o Brasil estão começando a surgir iniciativas no sentido de unir e organizar os grupos de pesquisas e pesquisadores independentes para a formação de “entidades de classe”, à semelhança do funcionamento de conselhos regionais e sindicatos de categorias profissionais.

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Basicamente, o objetivo é comum a todas as iniciativas: criar mecanismos padronizados de pesquisa e uma organização eficiente para dinamizar os trabalhos de investigação e análise de dados, com estruturas legalmente constituídas, dando apoio logístico e técnico aos pesquisadores.

Neste processo de estruturação, quem saiu na frente foram os pesquisadores do Rio Grande do Sul. No movimento iniciado pelo ufólogo Hernan Mostajo, presidente da Associação Brasileira de Pesquisa Ufológica, está sendo organizada a Federação Gaúcha de Pesquisas Ufológicas, formada atualmente por vinte grupos de pesquisas e nove pesquisadores individuais.

A empreitada propõe que a denominação de “ufólogo”, no Estado, só será reconhecida para quem for membro ativo da Federação, que atuará como uma organização juridicamente constituída. A idéia, segundo informa o documento divulgado pelo pesquisador Mostajo nas listas de discussão de Ufologia na Internet, é “acabar com a pseudo pesquisa e a ufolatria por parte de pseudo pesquisadores ou charlatões”.

Para filiarem-se à Federação, os grupos de pesquisas ou pesquisadores individuais deverão apresentar um trabalho e/ou projeto de pesquisa, seguindo um metodologia aconselhada e aprovada pela entidade, que prevê também um procedimento de padronização –de método científico– de todo trabalho desenvolvido. Além disso, todos os grupos de pesquisas no RS deverão ser registrados em cartório, e os novos grupos deverão passar por uma avaliação técnica para fazer parte da Federação.

Em contrapartida, a entidade fornecerá apoio técnico e científico aos grupos de pesquisas e pesquisadores individuais. Uma vez fixadas normas e padrões científicos para a pesquisa, tendências ufológicas conhecidas atualmente espiritualistas, místicas ou esotéricas também precisarão seguir uma metodologia científica “no sentido de atestarem a veracidade de suas pesquisas”, diz a minuta da organização.

Mas não é apenas no RS que os ufólogos estão procurando estruturar melhor seu trabalho. Em São Paulo, desde fevereiro desse ano pesquisadores de grupos ufológicos de diversas cidades têm se reunido para discutir a organização da Ufologia. No dia 3 de julho, a Revista Vigília acompanhou uma dessas reuniões, realizada desta vez na cidade de São Paulo, com a participação de pesquisadores independentes e representantes dos grupos Vega, Geoni, CPU, Tron, de São Paulo, além de Cipex, do Paraná. O objetivo da reunião foi discutir parâmetros para projetos de unificação da Ufologia. O resultado do encontro foi a escolha de uma comissão que vai fazer um levantamento da atividade de grupos de pesquisas e marcará um novo encontro ampliado, com o maior número possível representantes das diversas entidades ufológicas de São Paulo, no rastro do caminho iniciado pelo pessoal do Rio Grande do Sul.

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Carlos Marchado, presidente do Cipex, do Paraná, era o único participante de outro Estado. Ele afirmou que também vai tentar levar a experiência para sua região.

Código de Ética e Manual do Ufólogo

Um dos participantes da reunião em São Paulo foi o pesquisador Arismaris Baraldi Dias. Atuando há vários anos na comunidade ufológica, ele é o organizador do Código de Ética do Ufólogo, um dos mais recentes passos em busca de nortear o trabalho de pesquisa.

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Composto por 10 capítulos e 74 artigos e redigido por Arismaris – que contou com a colaboração de dezenas de outros pesquisadores – o documento foi elaborado, segundo o organizador, “para colocar a Ufologia em um plano de comparação com as Ciências da Terra”. Entre outros fatores enumerados por ele que levaram à realização deste trabalho estão tópicos como: estabelecer deveres e responsabilidades dos pesquisadores, garantir a segurança das testemunhas, determinar punições em caso de transgressão da ética, evitar mistificação, determinar conhecimentos básicos necessários ao pesquisador para poder praticar suas investigações etc.

Além do Código de Ética, a mais nova empreitada rumo à estruturação da Ufologia é a confecção do Manual do Ufólogo do Infa (Instituto Nacional de Pesquisas de Fenômenos Aéreos, de São Paulo), presidido por Claudeir Covo. Com a colaboração de pesquisadores de renome e interessados em Ufologia de todo o Brasil, o Infa está reunindo grande quantidade de dados para lançar um documento técnico, com metodologias de pesquisa, terminologias mais adequadas e exemplos da casuística ufológica. Quem quiser enviar sugestões pode fazer contato com Claudeir Covo através da home-page do Infa: http://www.infa.com.br.

A expectativa da comunidade ufológica em geral é, com todas estas iniciativas, que a Ufologia distancie-se cada vez mais da estigmatizada caracterização de “para-ciência” para ficar cada vez mais próxima da denominação de Ciência, efetivamente.

Redação Vigília

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