Vazamento: relatório do Pentágono explica apenas metade dos casos de óvnis

O Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional (da sigla em inglês ODNI) deveria entregar nesta semana, ao Congresso dos EUA, um relatório de progresso confidencial sobre óvnis. O documento atualiza o relatório do Pentágono divulgado em junho de 2021 que havia documentado mais de 140 incidentes de encontros com UAPs entre 2004 e 2021.
A entrega estava prevista para segunda-feira, 31 de novembro, mas foi adiada. Contudo, segundo vazamentos na imprensa, o relatório contém detalhes sobre 366 incidentes de óvnis, enquanto o número de avistamentos sob investigação do Escritório de Resolução de Anomalias de Todos os Domínios (AARO) subiu para mais de 400. AARO é o recém criado órgão do Pentágono para lidar com temática óvni/UAP, conforme definido pela Lei de Autorização de Inteligência para o ano fiscal de 2023, aprovada pelo Congresso.
Informações veiculadas pelo jornal New York Times dão conta de que, segundo fontes militares, o documento recente atribui cerca de metade dos casos de óvnis a aeronaves espiãs estrangeiras, erros de interpretação ou lixo aéreo.
Em 22 páginas de documento, alguns dos incidentes foram formalmente atribuídos à vigilância chinesa – com tecnologia de drones relativamente comum. A teoria proposta é que a China, que teria roubado planos de caças avançados, estaria querendo saber mais sobre como os Estados Unidos treinam seus pilotos militares.
Apesar disso, muitas das informações sobre os fenômenos não identificados permanecerão classificadas. Embora o Congresso deva ser informado sobre algumas dessas conclusões prosaicas, funcionários do Pentágono mantiveram a maior parte do trabalho em segredo. A estratégia, neste caso, seria evitar que a China ou outros países saibam que seus esforços para espionar os militares americanos foram detectados.
Ainda é grande a parcela de óvnis inexplicados
Se por um lado o ODNI está apontando ter identificado uma grande parcela de episódios UAP, também cresceu a quantidade de episódios sem uma resolução ou explicação corriqueira. Mas, aparentemente, as autoridades estão tentando tirar o foco dessa lacuna.
“Eles estão se dando um tapinha nas costas por terem resolvido mais da metade deles. Mas nós não damos a mínima para os que eles resolveram. Sim, há balões lá em cima, e balões às vezes são confundidos com UAP. Mas há um monte de vídeos classificados que são bem profundos e bem claros. Eles não querem falar sobre essas coisas, porque eles realmente não sabem o que diabos eles são. Essa é a verdade”, disse uma fonte do ODNI ao DailyMail.
A porta-voz do Departamento de Defesa, Sue Gough, afirmou que “em muitos casos, os fenômenos observados são classificados como ‘não identificados’ simplesmente porque os sensores não foram capazes de coletar informações suficientes para fazer uma atribuição positiva”. Mas ela garante que o Pentágono está trabalhando para mitigar esses problemas no futuro e garantir dados suficientes para as análises
De fato, com orçamento garantido, parece que o Departamento de Defesa está tentando voltar à já conhecida técnica da desinformação. Mas com a pressão política e o crescente número de casos vindo a público, incluindo muitos pilotos privados, comerciais, bem como ex-funcionários do governo e militares, essa não será uma tarefa tão fácil.
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