Estudo relaciona órbita terrestre com extinção de mamíferos
Cientistas europeus divulgaram um estudo no qual estabelecem uma relação entre a órbita da Terra e a inclinação em relação ao seu eixo com a extinção de mamíferos há milhões de anos. As grandes mudança sazonais entretanto ocorridas terão ditado o futuro de animais e vegetais.
A órbita do planeta pode ser a resposta que os cientistas tanto procuravam para entender como se processou a extinção e aparecimento de novas espécies de mamíferos na Terra. Num estudo divulgado na "Nature", cientistas espanhóis, franceses e holandeses 'culpam' as oscilações regulares da órbita da Terra e das inclinações do seu eixo pela extinção de mamíferos.
Após a análise de 80 mil fósseis de dentes de 132 espécies diferentes de roedores do período Mioceno e Plioceno, os investigadores encontraram um padrão que confirma o seu ciclo de aparecimento e desaparecimento. A explicação reside no facto de as mudanças da órbita terrestre e da inclinação em relação ao seu eixo terem provocado fenómenos climáticos como o arrefecimento global, as mudanças sazonais, a variação dos índices de chuva e neve. Foram precisamente estes os factores que determinaram a sobrevivência ou o desaparecimento de espécies vegetais e animais no nosso planeta há milhões de anos.
Citado pelo "El Mundo", o paleontólogo espanhol do Museu Nacional de Ciências Naturais, Pablo Peláez-Campomanes, acredita que também os grandes mamíferos, e sobretudo répteis e anfíbios (que teriam comportamentos similares ao dos roedores) estiveram sujeitos às mesmas mudanças do clima.
Os cientistas envolvidos neste estudo concluíram que existem dois ciclos de extinção: um de 2,4 milhões de anos; e outro de 1,2 milhões de anos. A importância deste estudo reside precisamente na descoberta de que esses mesmos períodos têm uma correlação com os chamados ciclos 'astronómicos' da Terra.
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