Alien Skinny Bob é real, diz Edward Abbott, ex-analista do Exército

Alien Skinny Bob é real, diz Edward Abbott, ex-analista do Exército
Edward Abbott e Skinny Bob, no canal UndercoverETuk (Reprodução/Youtube)

Edward Keith Abbott, um ex-analista de inteligência do Exército dos EUA, incendiou as comunidades ligadas à temática UAP/OVNI na Internet na última semana ao trazer à tona alegações extraordinárias em uma entrevista recente ao canal UndercoverETuk, afirmando que os notórios vídeos de “Skinny Bob” – que supostamente mostram alienígenas – são genuínos e que ele próprio viu a filmagem completa e sem cortes dentro de uma Instalação de Informações Compartimentadas e Sensíveis (SCIF) em 2008. Ele detalhou que seu acesso a tais informações sensíveis derivou de sua carreira como analista de inteligência de todas as fontes na 500ª Brigada de Inteligência Militar, inicialmente baseada no Schofield Barracks, Havaí, e suas experiências no Iraque, onde serviu entre 2007 e 2009.

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A decisão de Abbott de se manifestar, que se tornou pública inicialmente em 2020 após uma entrevista por telefone com a pesquisadora Linda Moulton Howe, veio após o término de uma moratória de 10 anos sobre a divulgação de informações classificadas, imposta, segundo ele, por sua autorização de segurança ultrassecreta. Abbott afirma que essa moratória terminou em 2019.

O incidente que o levou a ser “puxado” para o mundo secreto da ufologia militar teria ocorrido em 2008, quando ele alegou ter capturado imagens de um OVNI em forma de V perto de sua casa no Havaí. Um evento que, segundo ele, desencadeou uma série de represálias e levou à sua dispensa por invalidez em 2009. Na época em que falou à pesquisadora Linda Moulton Howe, contudo, o militar aposentado não havia mencionado qualquer informação a respeito dos vídeos já conhecidos como “Skinny Bob”, que já circulavam no YouTube desde 2011.

Em sua entrevista anterior, além das fotos, o ex-militar falou de híbridos, capacidades tecnológicas avançadas e outros temas que já permeavam o ideário conspiracionista da Ufologia. E, apesar de suas alegações controversas, as credenciais de Abbott parecem pesar a seu favor. Embora os papéis não tenham sido verificados até o momento, ele fez questão de apresentar ao apresentador de UndercoverETuk certificados, holerites e formulários de seu tempo a serviço do Exército, diferentemente de sua aparição anterior, discreta e apenas por voz a Mouton Howe.

Mas quanto de sua história pode realmente ser verificada?

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A carreira de Abbott e o incidente no Havaí

Edward Abbott ingressou no Exército dos EUA em 2006, aos 34 anos, após o que chamou de uma “epifania” que o levou a abandonar uma bem-sucedida carreira como chefe de serviço na Lexus. Ele conta que escolheu ser um analista de inteligência de todas as fontes, demonstrando alta capacidade ao “quebrar” um exercício de treinamento de campo em apenas três dias. Sua trajetória incluiu a atuação com as Forças Especiais do 5º Grupo em Fort Campbell, Kentucky, antes de ser transferido para o Schofield Barracks, no Havaí. Ali serviu na 500ª Brigada de Inteligência Militar.

Foi no Havaí que, em 2008, Abbott e sua família testemunharam um OVNI em forma de V. Ele estava lavando sua motocicleta quando seu filho, Tobias, então um estudante do ensino fundamental, gritou: “Pai, o que é aquilo no céu?”. Abbott descreveu o objeto como “maior que uma picape Chevy S10”, com asas dobradas, pairando silenciosamente. Ele conseguiu tirar três fotos com seu celular Motorola Razr flip antes que o objeto fosse perseguido por helicópteros Black Hawk e jatos, mergulhando em um corpo d’água perto de Diamond Head. As fotos chegaram a ser exibidas no programa de Howe.

Uma das imagens obtidas por Edward Abbott no Havai Reproducao Youtube Earthfiles Linda Moulton Howe
Uma das imagens obtidas por Edward Abbott no Havai – Reprodução/Youtube Earthfiles/Linda Moulton Howe

O incidente teve sérias consequências para Abbott. Ao mostrar as fotos a um colega do Exército, o comandante, Coronel Grove, ordenou a entrega de seu telefone e removeu o cartão de memória. Abbott, no entanto, já havia transferido as imagens para seu computador doméstico. Pouco depois, ele afirma que sua vida se tornou um “inferno”, culminando em uma lesão na cabeça que resultou em sua aposentadoria do Exército em 2009, com uma dispensa honrosa por invalidez.

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É crucial ressaltar que, em sua mais recente entrevista, o apresentador de fato recebeu e exibiu na tela cópias de documentos que, segundo Abbott, comprovam sua carreira militar e treinamento, incluindo certificados da FEMA, do Military Intelligence Corps e folha de pagamento do Exército.

Abbott declarou: “Está tudo no armário de arquivos. Se você tivesse me avisado antes, eu poderia ter trazido meu DD214 e mostrado tudo. Posso mostrar todas as minhas pesquisas de que sou certificado pela FEMA. Posso mostrar todos os meus certificados de treinamento militar, todos os meus prêmios. Posso mostrar tudo o que você precisa saber”.

A visão do Skinny Bob e a “SCIF”

A experiência mais impactante de Abbott, segundo ele, ocorreu em uma SCIF. Ele relata ter sido convocado por um capitão que, diante de outros oficiais e linguistas, declarou: “Eu quero mostrar a vocês um vídeo que vazou para o público e precisamos descobrir o que podemos fazer sobre isso porque é autêntico”. Abbott descreveu o vídeo como uma filmagem antiga da KGB, em preto e branco, mostrando um OVNI em forma de disco pairando sobre uma casa e, em seguida, um ser alienígena com cabeça grande, nariz e boca pequenos. Tratava-se do vídeo que mais tarde seria conhecido por toda a Ufologia como o alienígena “Skinny Bob”, controverso e até hoje não esclarecido.

Ele afirma que o vídeo original que viu era mais longo e incluía cenas coloridas, com duas naves voando em formação e o Skinny Bob em cores, piscando e se movendo de forma “cristalina”. “Eu vi o vídeo completo vazado, dentro de uma SCIF, sem cortes. Havia um ser — um piloto — dentro da nave. A filmagem era colorida, e ele se movia, piscava, girava. Estava vivo. Vimos duas naves voando em formação escalonada. Partes desse vídeo agora estão ausentes na internet. O que nos mostraram naquele dia mudou tudo”, relatou Abbott.

A menção às cores do denunciante parece um paradoxo em relação aos vídeos conhecidos e à época, mas, ao contrário, é um dado curioso. Conforme apurou o Portal Vigília, realmente o Exército dos EUA começou a documentar em cores treinamentos e operações em geral usando o processo conhecido como Technicolor (colorido) ainda em meados dos anos 1940.

O impacto da exibição do vídeo foi profundo. Abbott descreveu a reação na sala: “o ambiente mais silencioso em que já estive na minha vida”. Ele reiterou a autenticidade dos movimentos do alienígena, dizendo: “os movimentos dos músculos ao redor dos olhos são muito reais para a época” e, embora tenha notado que “os movimentos do alienígena eram sistemáticos e impróprios e excessivamente suaves”, para ele, pareciam reais e não uma farsa. Ele estava convencido de que, pela tecnologia da época (final dos anos 50/início dos anos 60, segundo ele), não poderia ser uma marionete ou CGI.

Ainda sobre o vídeo, Abbott mencionou ter notado detalhes na textura da pele do alienígena, como “protuberâncias” e “manchas” que pareciam ferimentos, e que os olhos se moviam de forma realista, com as pálpebras se contraindo. Ele também se surpreendeu com o “uniforme” justo do alienígena, que parecia “sugado” ao corpo, revelando todos os contornos durante os movimentos. Essa exposição, segundo ele, transformou sua compreensão da realidade e do sigilo governamental sobre a vida extraterrestre.

Uri Geller tentou relacionar uma suposta experiência pessoal a Skinny Bob, um dos mais famosos alienígenas Grey da Internet
Até o suposto paranormal Uri Geller já tentou surfar a onda de Shinny Bob ao relacionar uma suposta experiência pessoal um dos mais famosos alienígenas Grey da Internet (Reprodução/X/Twitter)

Revelações ainda mais “bombásticas”

Além das alegações sobre “Skinny Bob”, Abbott compartilhou informações de discussões em sua unidade de inteligência sobre a presença extraterrestre e sua interação com a humanidade. Ele ouviu oficiais do Exército, incluindo aqueles que trabalhavam no túnel de Kunia no Havaí (uma instalação da Agência de Segurança Nacional), discutindo que os alienígenas estão interessados na alma humana. “Eles estavam interessados em nossa alma, como nossa alma entrou em nosso corpo e como eles poderiam extrair nossa alma”, afirmou Abbott, descrevendo uma conversa que inicialmente lhe pareceu “louca”, mas que “começou a fazer sentido”.

Ele também alegou que a Guerra do Iraque não era apenas sobre política ou petróleo, mas sim uma missão para recuperar artefatos antigos de valor extraordinário, tanto para humanos quanto para extraterrestres. “Conseguimos. Eles disseram que já tinham tudo o que precisavam daquele país”, declarou Abbott, referindo-se aos artefatos. Ele descreve a humanidade como “formigas em um formigueiro”, sendo observada e monitorada por milênios por inteligências que alteraram nosso DNA.

Abbott aprofundou suas afirmações sobre a “realidade” de seres extraterrestres, mencionando que existem mais de 160 espécies conhecidas, algumas delas capazes de se “camuflar” e “andar entre nós” sem serem notadas. Ele descreveu esferas que nascem de outras esferas, que são “microsferas” usadas para “gravar nossas vidas” e que geram um brilho gravitacional, o que caçadores de fantasmas confundem com espíritos. Essas esferas, segundo ele, podem até entrar em nossas casas e “colocar pensamentos em sua cabeça”, influenciando-nos.

Outras alegações incluem que a Lua é “oca” e está “carregada de estruturas”, com operações de mineração em andamento. Ele também afirmou que mutilações de gado são realizadas por alienígenas para o “cultivo de embriões”, que seriam implantados em vacas para depois serem removidos cirurgicamente em laboratórios. Segundo Abbott, “o planeta é muito precioso, a vida em um vasto universo que não tem muita vida – que conhecemos como seres humanos – eu faria… Você ficaria surpreso”.

A disputa em torno dos vídeos Skinny Bob

As alegações de Edward Abbott, embora empolgantes, foram recebidas com muitas ressalvas na comunidade ufológica e pelo público em geral. A principal crítica reside na falta de provas verificáveis para apoiar suas declarações, uma questão frequentemente levantada para denunciantes neste campo. Críticos apontam que, mesmo que ele tenha servido e testemunhado o que diz, sem evidências concretas, não é possível confirmar ou negar a veracidade de suas afirmações, uma queixa que é, na verdade, “herança” do próprio Skinny Bob.

Skinny Bob - Reprodução - Youtube
Skinny Bob – Reprodução – Youtube

A autenticidade dos vídeos “Skinny Bob” já era há muitos anos um ponto de intensa controvérsia. Os céticos argumentam que os vídeos poderiam ser, de fato, criações de CGI como resultado de uma ação de marketing. Eles citam “movimentos robóticos e não fluidos”, inconsistências na forma como a “roupa” do alienígena se move, e o uso de efeitos de “dano de filme” e de fontes modernas para códigos de tempo, sugerindo manipulação digital.

Na outra ponta, os defensores da autenticidade de Skinny Bob alegam exatamente o oposto: seria muito difícil criar, com recursos reduzidos e equipamento comum, mesmo em 2011, quando os vídeos surgiram, s movimentos apresentados, a fluidez das imagens, a taxa de quadros e outros elementos identificados na grande variedade de pequenas peças que compõem a coletânea originalmente divulgada pelo misterioso perfil Ivan0135, no YouTube.

O debate sobre “Skinny Bob” persiste há mais de uma década, sem que ninguém reivindique a autoria comercial da suposta fraude. Isso leva alguns a questionar a lógica de se criar um vídeo tão elaborado, com custos estimados em centenas de milhares de dólares, sem buscar reconhecimento ou lucro. No entanto, outros argumentam que a ausência de reivindicação de autoria pode ser parte de um experimento social, de uma operação psicológica governamental para desinformação, ou simplesmente a obra de artistas que nunca buscaram reconhecimento público.

Nick Pope diz não se lembrar de Abbott

A ligação de Abbott com Linda Moulton Howe também é mencionada com cautela. Mesmo entre alguns grupos na comunidade ufológica, a pesquisadora já foi acusada de ter sido usada pelo governo como um “conduto para desinformação”, alimentando-a com “histórias falsas”. Assim, as afirmações de Abbott, embora fascinantes e consistentes com certas narrativas da ufologia, permanecem na esfera da alegação, exigindo validação independente que, até o momento, não foi amplamente alcançada.

Pelo menos uma das alegações de Abbott durante a entrevista a UndercoverETuk parece estar incorreta. Ele afirmou ao canal que foi encaminhado a Mouton Howe após um contato com Nick Pope, a quem refere-se como “o cara do Ministério da Defesa do Reino Unido”, o MoD. De fato, Pope foi um funcionário do MoD responsável por catalogar casos envolvendo OVNIs e encaminhar para outros departamentos dentro do Ministério.

“Eu e ele estávamos conversando, não consigo me lembrar, Nick Pope, esse é o nome dele, sim. Então, ele me encaminhou para a Linda Moulton. Ele encaminhou a Linda Moulton Howe para mim depois que ele soube quem eu era e descobriu o que eu sabia, claro”, disse Aboott.

O Portal Vigília entrou em contato com Pope, que afirmou não se lembrar de Abbott, ou que em algum momento o tenha encaminhado a Howe.

“Não me lembro de ter interagido com Edward e verifiquei meu e-mail sem sucesso”, disse Pope.

Pope evitou ser taxativo, dizendo que Abbott pode tê-lo contatado sob um pseudônimo ou pelas redes sociais, “então, o fato de eu não conseguir localizar nenhuma correspondência com ele não significa que isso não tenha acontecido”, concluiu. Mesmo assim, se soubesse mesmo quem Abbott “era ou o que sabia”, conforme afirmou Abbott, provavelmente teria adotado um curso de ação diferente.

Resposta de Nick Pope, no X.com
Resposta de Nick Pope, no X.com

“Dito isso, quando sou contatado por denunciantes, geralmente recomendo que entrem em contato com a AARO, após consultar um advogado que possa ajudá-los a se manterem dentro da lei”, esclareceu Pope.

Se Abbott disse a verdade, é algo que segue enterrado sob mais camadas de controvérsia do que de sigilo. É curioso que, nesta nova leva de denunciantes, tenha surgido com uma alegação tão bombástica sem nenhuma das preocupações com sua segurança, o contrário daquilo que tem sido frequentemente manifestado por seus outros colegas de delações UAP.  Enquanto isso, seguimos entre a dúvida e o silêncio, onde fé e fraude ainda caminham lado a lado, aguardando provas e rastros um pouco mais sólidos que alegações em podcasts…

Jeferson Martinho

Jornalista, o autor é empresário de comunicação, dono de agência de marketing digital e assessoria de imprensa, publisher de um portal de notícias regionais na Grande São Paulo, fundador e editor do Portal Vigília. Apaixonado por Ufologia de um ponto de vista científico, é autor do livro "Nem Todo OVNI é Extraterrestre - Um guia para entusiastas da ufologia que não querem ser iludidos", disponível na Amazon.

Um comentário em “Alien Skinny Bob é real, diz Edward Abbott, ex-analista do Exército

  1. Vish Maria mas esse Skino é feio de + o mais aproximado de uma assombração . Vlw

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