Dr. Lacatski confirma posse de OVNI, nega detalhes e exige que Congresso leia seus livros

O ‘Doutor da Divulgação’ tem causado acalorados debates ao aparecer frequentemente em público confirmando posse de nave não-humana pelo governo dos EUA e acusando escritório do Pentágono de uma guerra de contrainteligência.
O Dr. James Lacatski é uma figura já bastante conhecida na Ufologia; mas só agora vem ganhando, publicamente, maior protagonismo. Ex-diretor do que ele afirma ser o maior programa de estudo de Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs)/Fenômenos Aéreos Não Identificados (UAPs) financiado pelo governo dos EUA, o AAWSAP (Advanced Aerospace Weapon System Applications Program, em português Programa de Aplicações de Sistemas de Armas Aeroespaciais Avançados), ele tem feito aparições recentes e controversas em canais do YouTube, principalmente no “Jeremy Corbell” (programa Weaponized), reacendendo o debate sobre a posse de tecnologia não-humana pelo governo e a própria natureza da realidade.
Suas afirmações sobre tecnologias e informações extraídas de OVNIs em posse do governo norte-americano são tão impressionantes quanto carentes de comprovação material ou documental. Ainda assim ele cada vez mais se transforma em uma espécie de porta-voz do movimento pelo desacobertamento (disclosure) ufológico, com direito a reter informações — alegando acordos de não divulgação —, manutenção de credenciais de acesso especial a segredos militares e afirmações bombásticas em livros autorais.

Contexto científico e ligação com AAWSAP/AATIP
Lacatski é um cientista de foguetes e especialista em propulsão. Sua credibilidade é reforçada por seu longo histórico na Agência de Inteligência da Defesa (DIA). Ele foi o criador e gerente de programa da DIA para o AAWSAP, frequentemente chamado de OAP. Este foi uma espécie de “programa mãe” para o AATIP (sigla em inglês para Programa Avançado de Investigação de Ameaças Aeroespaciais), de onde surgiu toda a polêmica em torno do famoso “denunciante de OVNIs” Luis “Lue” Elizondo. Além disso, agora Lacatski afirma ter gerenciado um programa de acompanhamento, o Kona Blue Program (KBP), outro polêmico suposto programa criado para lidar com o tema OVNI.
O AAWSAP é reconhecido por Lacatski como o maior estudo de OVNIs já reconhecido pelo governo dos EUA, financiado com 22 milhões de dólares e durando 27 meses.
Seu background de segurança é significativo: Lacatski possuía uma credencial de segurança Q. Essa credencial é de um nível extremamente alto (detida por apenas cerca de 1% dos funcionários federais) e é tipicamente associada a informações científicas ou nucleares, como fontes de energia. O cientista esclareceu que seu papel no OAP incluía a contrainteligência, mas seu objetivo era proteger o programa de nações estrangeiras e evitar vazamentos.
A estratégia de divulgação controlada
O centro da polêmica causada por Lacatski em suas aparições, além das afirmações bombásticas, claro, é que ele se posiciona como um defensor da divulgação controlada. Ele expressa a crença de que o público precisa ser guiado adequadamente para a verdade.
Então entra em cena sua principal ferramenta para essa divulgação: seus livros — Skinwalkers at the Pentagon, New Insights e o futuro Future Visions. Ele afirma que esses livros são um pacote completo que contém tudo o que ele foi aprovado para dizer, condensado a partir de arquivos oficiais do governo no DIA e aprovado para liberação pelo Departamento de Defesa (DoD). Ele considera que tais obras são a sua forma de catalogar o esforço de divulgação.
Ele defende o uso dos seus livros, alegando que as 7.500 páginas originais dos documentos do OAP são incompreensíveis para leigos; que foram escritas para ele e seriam uma leitura difícil para o público. Ele também observa que a divulgação através de suas obras é “muito mais reveladora” do que qualquer audiência congressional realizada até agora.

As alegações do Dr. Lacatski e sua influência
Lacatski já fez diversas admissões chocantes e “autorizadas” (pelo Departamento de Defesa) que influenciam diretamente as atuais teorias ufológicas, especialmente a alegação de que o governo dos EUA possui material de origem não-humana e está em um esforço de exploração. Vale mencionar algumas:
- Posse de uma Nave UAP: Ele afirma publicamente que o governo dos EUA tem uma nave UFO/NHI (Inteligência Não Humana) em sua posse.
- Programa de Exploração: Ele admite que existe um esforço de exploração no veículo, e que eles conseguiram romper o casco. Isso implica, claro, na existência de um programa de engenharia reversa.
- Tecnologia Superior: O UAP em questão é “muito, muito avançado” com “repercussões mundiais”. Lacatski usa a analogia de uma diferença de avanço tecnológico comparável a ir de “gravetos e pedras a supercondutores”.
- O Foco na Propulsão: Ele, como especialista em propulsão, expressou interesse principal na fonte de energia e na força motriz da nave. Ele notou que a nave — ao menos à qual teve acesso — não possuía asas, combustível ou tanques de combustível, o que sugere um sistema de propulsão além da física terrestre.
A teoria do “além dos parafusos e porcas”
Nas suas muitas aparições recentes, a maior influência de Lacatski para as teorias atuais no universo da Ufologia é provavelmente sua insistência em que o fenômeno UAP vai muito além da tecnologia física (“nuts and bolts“). Mesmo que isso represente um paradoxo em relação à sua alegada experiência ao lidar com um OVNI real capturado, ele afirma que o estudo focado apenas em naves não levará ao cerne de um mistério mais complexo, pois a realidade do fenômeno está envolta em “aspectos anormais da realidade”.
Com isso, Lacatski vem se transformando em um dos arquitetos de uma nova fase da mitologia ufológica norte-americana, que encara como fenômenos adjacentes desde manifestações UAPs até aparições angelicais, demoníacas e espirituais.
Essa visão conecta o fenômeno UAP com:
- Consciência e Psi: Lacatski sugere que precisamos prestar atenção aos efeitos da consciência, potencial humano e psi. Ele fez a afirmação enigmática de que, se o “potencial humano total fosse conhecido”, o fenômeno “não seria algo que precisaríamos temer”.
- Alta Estranheza: O OAP, que conduziu investigações intensivas no Skinwalker Ranch e áreas circundantes (Northern Tier), teria descoberto que incidentes com OVNIs frequentemente vêm acompanhados de fenômenos paranormais, como criaturas estranhas (lobisomens, dino beavers) e efeitos poltergeist, que se espalhavam para as famílias dos investigadores (o “efeito carona”). Lacatski sustenta que o paranormal está intrinsecamente ligado ao UAP.
A recepção da comunidade e as polêmicas
Com esse comportamento que vai do cientista focado em propulsão dos OVNIs a portador da nova ordem psiônica da Ufologia, é natural que a recepção às revelações de Lacatski na comunidade ufológica e entre o público seja totalmente polarizada.
Em primeiro lugar, ele vem sendo constantemente alvo de acusações de contrainteligência e SCOP (de Operações Psicológicas). Lacatski recebe críticas por ser cauteloso e por ter sido o coordenador de contrainteligência do OAP. Analistas céticos sugerem que suas revelações podem ser apenas “desinformação” ou uma campanha (SCOP) planejada.
Lacatski, no entanto, argumenta que está dando a verdade “autorizada” e que as pessoas com “autoridade zero” que falam com autoridade são o perigo. Mesmo assim ainda não explica o que significa exatamente essa “autorização” e com qual propósito ela lhe é dada.
Além disso, ele é criticado por “parcelar” a informação em livros (onde ganha uma quantia mínima por cópia) em vez de dar o testemunho completo ao Congresso, que deveria ter supervisão. Lacatski aponta que nunca foi oficialmente convidado a depor, exceto indiretamente por Jeremy Corbell, em nome do Congresso.
Uma das maiores polêmicas recentes é a alegação de Lacatski de que o AARO (All-domain Anomaly Resolution Office), o escritório atual do Pentágono para UAPs, está envolvido em uma operação de contrainteligência para desacreditar o OAP e desviar o público da realidade central dos OVNIs.
Ele citou declarações depreciativas de um ex-diretor adjunto do AARO referindo-se ao Kona Blue como “porcaria paranormal de OVNIs”, o que ele vê como prova de que o AARO é uma campanha de desinformação para direcionar a conversa. Lacatski e Corbell acreditam que o AARO está propositalmente atuando de forma contrária ao trabalho anterior do OAP e da força-tarefa UAP.
Avaliação oficial e o contraponto do Pentágono
No lado oposto do cabo de guerra entre Lacatski e o Pentágono, o AARO e o Departamento de Defesa (DoD) apresentaram consistentemente uma narrativa oposta.
Desde o relatório histórico (volume I) do AARO, o DoD avaliou a alegação de engenharia reversa de tecnologia extraterrestre, central para a tese de Lacatski, como imprecisa e como resultado de “relatos circulares”. A narrativa oficial é a de que o programa AAWSAP/AATIP, gerenciado por Lacatski, foi cancelado pelo DIA em 2012 devido à “falta de mérito e falta de utilidade” dos produtos entregues. O programa sucessor, Kona Blue, também foi descontinuado em 2012.
Embora o livro de Lacatski, Skinwalkers at the Pentagon, tenha sido liberado para publicação pelo DoD, a agência ressalta que essa liberação não implica na precisão factual do conteúdo. Quando questionado diretamente, o Pentágono negou confirmar a pesquisa paranormal conduzida sob o AAWSAP, que Lacatski alega ser fundamental para o fenômeno.
As reações dos entusiastas
Por outro lado, muitos entusiastas e analistas veem Lacatski como uma figura crucial na divulgação, devido às suas admissões autorizadas sobre a posse de uma nave NHI e engenharia reversa. As alegações de Lacatski sobre a ligação entre OVNIs e o paranormal ressoam com a comunidade de “experienciadores” e pesquisadores que atualmente defendem que o “woo” (fenômenos estranhos ou não convencionais) não pode ser ignorado.
Muitos acreditam que qualquer tecnologia em posse do governo é tão avançada que opera fora do espaço-tempo e da física convencional, alinhando-se com a ideia de que a consciência é fundamental para a realidade.
Ainda assim, uma parte da comunidade, apegada ao paradigma materialista, expressa frustração pela falta de provas físicas diretas apresentadas, cansada de meros testemunhos. Eles exigem papéis detalhando a tecnologia. Lacatski aponta que os documentos originais (7.500 páginas) estão perdidos ou inacessíveis no DIA, possivelmente deletados.
A situação do Dr. Lacatski é como um tesoureiro de um cofre ultrassecreto que, em vez de entregar todas as chaves ao Congresso, decide liberar a informação em parcelas cuidadosamente selecionadas em livros. Ele insiste que o tesouro é real e vasto, mas alerta que, além do ouro e das joias (os “parafusos e porcas”), há segredos que redefinem a economia mundial (a “consciência e o potencial humano”). Enquanto isso, a narrativa oficial afirma publicamente que o cofre só continha papéis antigos e piadas de mau gosto, tentando convencer a todos de que não há nada de valor ali.
Algumas entrevistas e vídeos sobre Lacatski:







