Novo relatório: centenas de casos de óvnis mas nenhum ET, diz Pentágono

Novo relatório: centenas de casos de óvnis mas nenhum ET, diz Pentágono
Novo relatório do Pentágono: quase 300 novos casos (Imagem: Reprodução)
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O Departamento de Defesa dos Estados Unidos divulgou na terça-feira, 17 de outubro, seu relatório anual sobre óvnis ou fenômenos aéreos não identificados (FANIs), mais conhecidos como UAPs (em inglês, Unidentified Anomalous Phenomena). O documento, que reúne casos ocorridos entre agosto de 2022 e abril de 2023, gerou pouca expectativa e nenhuma surpresa entre entusiastas da possibilidade de vida extraterrestre e estudiosos do assunto.

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Foram registrados 291 novos casos suspeitos nesse período, sendo 274 ocorridos nos EUA. Um total de 17 eventos eram mais mais antigos, entre 2019 e 2022, e foram analisados agora apenas porque que não haviam sido relatados anteriormente.

O relatório do Pentágono sobre óvnis é o segundo produzido pelo recém-criado Escritório de Resolução de Anomalias em Todos os Domínios (AARO, na sigla em inglês) do Pentágono. A maior parte dos avistamentos se deu em espaço aéreo militar restrito e litoral americano.

O documento reconhece que houve centenas de avistamentos de FANIs pelo pessoal militar americano nos últimos anos. Na maioria dos casos, no entanto, os fenômenos observados acabaram sendo resultado de erros de equipamentos, de sensores, ou má interpretação de dados.

Ainda assim, 53% dos casos relatados tiveram a classificação de “contato sensor incerto”, significando que os objetos avistados apresentavam características anômalas que não puderam ser explicadas facilmente como aeronaves convencionais ou fenômenos naturais.

Um caso citado no documento aconteceu no oeste dos EUA em 2021. Militares observaram 5 luzes equidistantes pairando entre 20 e 40 mil pés de altitude, o que poderia indicar invasão da área restrita. Após análise, porém, concluiu-se que eram aviões comerciais a até 300 milhas náuticas de distância.

Outro evento relatado foram mais de 100 observações de luzes não identificadas vindas da Administração Federal de Aviação (FAA) do país. As luzes estavam a diferentes altitudes, mas também acabaram sendo explicadas como fenômenos comuns, sem risco ao tráfego aéreo.

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A maior parte dos FANIs foi descrita como simplesmente “luzes” se movendo de maneira estranha no céu. Segundo a AARO, no entanto, nenhuma tecnologia exótica foi claramente observada. Ou seja, sem surpresas para os entusiastas do tema, para o Departamento de Defesa dos EUA até agora e não há quaisquer evidências conclusivas de atividade alienígena na Terra.

Pressão política por liberação de informações sobre UAPs

A divulgação deste relatório se dá em um contexto de crescente pressão política e legislativa para transparência do governo americano em relação ao tema óvnis. Recentemente, o Congresso dos EUA aprovou novas leis obrigando os órgãos governamentais a ampliarem a coleta e compartilhamento de dados sobre fenômenos aéreos não identificados.

O próprio Departamento de Defesa mudou drasticamente sua postura em relação ao assunto, passando a levá-lo muito mais a sério do que no passado, em termos de possível risco à segurança nacional.

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A maior parte dos óvnis acaba tendo causas ordinárias, como falhas de equipamentos, erros de interpretação ou mesmo fenômenos naturais, depois de devidamente investigada. Porém, o Pentágono continua tratando o tema como prioridade estratégica, buscando mais respostas sobre os misteriosos fenômenos aéreos não identificados, segundo o relatório.

Alguns episódios destacados no relatório sobre óvnis do Pentágono

Na sequência de relatórios sobre óvnis do Pentágono – este já é o terceiro desde 2021 -, o Departamento de Defesa parece cada vez mais empenhado em encontrar explicações convencionais para os fenômenos relatados. Dessa forma, no novo documento já há mais casos apresentados como explicados do que nas edições anteriores, bem como explicações mais complexas.

Ainda assim, vários casos de registros de óvnis ou UAPs continuam sem explicação. A seguir, um breve resumo de alguns dos encontros com óvnis reportados no relatório:

  • Caso no oeste dos EUA em 2021: Militares avistaram 5 luzes equidistantes pairando entre 20 mil e 40 mil pés. Inicialmente pensou-se ser invasão do espaço aéreo restrito, mas após análise concluiu-se que eram aviões comerciais a até 300 milhas náuticas de distância.
  • Caso “Oeste dos EUA”: Plataforma militar detectou 5 pontos de luz oblongos equidistantes. Foram interpretados como possível incursão em espaço aéreo restrito. Análise posterior indicou que eram aeronaves comerciais distantes.
  • Relatos da FAA: Mais de 100 observações de luzes não identificadas a diferentes altitudes. Explicadas posteriormente como fenômenos comuns, sem risco à segurança aérea.
  • Caso “Transição suave”: Piloto comercial relatou objeto em forma de disco/ovoides realizando transição suave da água para o ar. Investigações em andamento.
  • Caso “Movimento errático”: Piloto comercial relatou luzes/objeto se movendo erraticamente. Análise técnica concluiu que eram provavelmente balões meteorológicos.
  • Caso “Esfera prateada”: Piloto militar observou esfera prateada estacionária próxima à aeronave. Imagens analisadas foram inconclusivas para identificação.

As formas dos óvnis no relatório

De acordo com o novo relatório divulgado, as estatísticas de formas dos objetos observados nos casos reportados de óvnis ao Pentágono mantêm uma tendência que já havia sito relatada nas edições anteriores, com predominância de objetos esféricos.

25% são descritos como orbes/esferas
21% como luzes
6% com formas irregulares
4% ovais
2% discos
2% retangulares
1% triângulos
1% cilindros

A maioria dos objetos avistados não teve a forma reportada (53% como “não reportado”). Isso decorre, segundo o documento, da falta de detalhamento nas descrições de muitos casos.

Portanto, embora esferas e luzes sejam as formas mais comumente descritas, o relatório aponta que há uma grande variedade e imprecisão nas caracterizações morfológicas da maior parte dos óvnis reportados.

Pentágono planeja ampliar investigação sobre UAPs com novos métodos

Além de revelar centenas de novos casos, o relatório do Pentágono sobre óvnis divulgado na última semana traça planos para aprimorar a investigação do fenômeno no futuro.

O documento produzido pelo recém-criado Escritório de Resolução de Anomalias em Todos os Domínios (AARO) garante que o governo americano leva o assunto muito a sério e pretende ampliar sua capacidade de análise dos UAPs de forma mais efetiva.

Entre as iniciativas previstas estão melhorar a calibração e posicionamento de sensores para coletar dados mais precisos, assim como criar estratégias para elevar a qualidade dos relatórios fornecidos pelas testemunhas oculares.

O AARO também diz trabalhar para padronizar e aperfeiçoar seus processos internos de investigação científica dos fenômenos, incorporando novas tecnologias.

A integração com agências espaciais e marítimas deverá ser expandida, além da área aérea que concentra a maioria dos casos atualmente. O foco em mitigar vieses e ampliar o conhecimento sobre situações que podem gerar relatos também foi destacado como prioridade.

O Pentágono diz acreditar que, com mais qualidade nos dados coletados no futuro, o caráter misterioso da maior parte desses fenômenos será resolvido em causas perfeitamente compreensíveis e comuns. Dessa forma, restaria apenas uma pequena porcentagem dos UAPs reportados com assinaturas interessantes que mereceriam investigação aprofundada.

Baixe no link o PDF completo do relatório (em inglês).

Redação Vigília

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