Está reaberta a temporada de Círculos em Plantações em Ipuaçu, Santa Catarina

Na última semana a Internet vibrou com a notícia do surgimento de um novo agroglifo — fenômeno também conhecido como “Crop Circles”, ou Círculos nas Plantações — em Ipuaçu, pequena cidade de pouco menos de 7 mil habitantes no Oeste de Santa Catarina. O episódio foi registrado no dia 4 de outubro de 2022.
A imagem composta de formas geométricas concêntricas marcou o reinício de uma atividade que, assim como o restante do mundo, parece ter sido afetada pela pandemia de Covid-19 e provavelmente outras crises nos últimos anos. Os últimos círculos haviam sido registrados em 2020, não havendo relatos da ocorrência em 2017, 2018, 2019 e 2021.
Em 2017, o ufólogo catarinense Ivo Hugo Döhl chegou a investigar a aparição de um círculo na cidade de Bom Jesus, vizinha de Xanxerê. Döhl é chamado pela maioria das emissoras de TV locais para comentar os episódios e costuma atribuir diferenças a círculos “supostamente reais” e aqueles “falsos”, que seriam feitos por humanos. E, neste caso de Bom Jesus, seu veredicto foi pela falsificação.
Diferença entre círculo “real” e agroglifo “falso”?
Os registros de círculos nas plantações em Ipuaçu começaram em 2008. Por causa disso, a cidade já é conhecida como capital nacional dos agroglifos. O tema mereceu até mesmo uma página especial no site da prefeitura do município, que aparentemente parou de ser atualizada em 2011 e deixou de reproduzir fotografias de novos círculos desde então.
Apesar disso, as pichações supostamente intergalácticas nas plantações de trigo (e algumas vezes de milho) — que pouca gente menciona, mas geram reclamações de prejuízos por parte dos agricultores — também já foram registradas em outras cidades, quase sempre em regiões vizinhas: Entre Rios, Ouro Verde, Bom Jesus, Xanxerê e Chapecó. Mas também há ocorrências em Prudentópolis, no Paraná.
Em 2008, numa das primeiras matérias do Portal Vigília sobre o tema, o pesquisador Carlos Alberto Machado contou sua experiência visitando pessoalmente as pioneiras figuras. Naquela época, embora ele não tivesse um veredicto para uma das aparições, relatou ter encontrado sulcos, ou buracos, no centro de um dos círculos que, em geral, vinha sendo considerado “real” por parte da comunidade ufológica.
Apesar disso, o pesquisador relatou que havia constatado os mesmos sulcos em outra figura que ele próprio considerava falsa. Nesta, inclusive, os primeiros curiosos a chegarem haviam encontrado madeira e uma garrafa pet, que supunha-se poderia ter sido usada para amassar a plantação.
Evolução de linguagem ou… alguém está melhorando a técnica?
A produção de desenhos nas plantações do Oeste de Santa Catarina não apresenta números astronômicos como o balanço anual da Inglaterra. Lá, todo ano são registradas dezenas e às vezes centenas de novas formações. Há figuras cuja criação é reivindicada por grupos dos chamados “Circle Makers”, ou “fazedores de círculos”, embora os ufólogos insistam que nem todos podem ser considerados círculos “humanos”.
Mesmo assim, houve períodos em que até dois ou mais agroglifos foram registrados em locais diferentes no Oeste catarinense. Junto com as primeiras figuras também vieram os relatos esparsos de avistamentos de luzes nos céus momentos antes da descoberta de novos desenhos. Não há, no entanto, nenhum registro que estabeleça uma relação definitiva entre os fenômenos.
Além da produção limitada de agroglifos, outro fato chama a atenção nos episódios da região: a evolução das figuras… Em 2008, os primeiros desenhos traziam formas simples, notadamente círculos concêntricos e em tamanhos menores. Nos anos imediatamente seguintes passaram a ser formas geométricas retilíneas — ao invés de círculos — e, com o passar dos anos, os novos episódios unificaram as duas modalidades e aumentaram de tamanho.
Há ufólogos e entusiastas que defendem que o fato reflete algum tipo de refinamento ou aumento da “complexidade da linguagem” dos autores dos desenhos, mas o aumento da complexidade também poderia indicar que quem faz os desenhos está aprimorando suas técnicas.
E você, leitor, o que acha?
O Portal Vigília fez uma coletânea cronológica com as principais aparições de círculos em plantações e você pode conferir a evolução dos agroglifos catarinenses a seguir:
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