EUA imitam Brasil e lançam arquivo oficial de fenômenos não identificados na Internet
Em um movimento que se propõe a aumentar a transparência em torno de um tema de crescente interesse público, os Arquivos Nacionais dos Estados Unidos (NARA) resolveram imitar o Brasil e lançaram um portal centralizado para o acesso a todos os registros governamentais relacionados a fenômenos anômalos não identificados (UAPs). A iniciativa, formalizada pela Lei de Autorização de Defesa Nacional (NDAA) de 2024, especificamente nas seções 1841 a 1843, instrui agências federais a transferir tais arquivos para o recém-criado “Grupo de Registros 615”.
No Brasil, o Arquivo Nacional divide os documentos em coleções chamadas “Fundos” e o assunto OVNIs – Objetos Voadores Não Identificados” está reunido no fundo “Objeto Voador Não Identificado – BR DFANBSB ARX”, também disponível on-line (neste link).
Responsável por impulsionar a medida nos Estados Unidos, a congressista norte-americana Anna Paulina Luna anunciou a novidade em sua conta na plataforma X (antigo Twitter), afirmando: “@USNatArchives lançou um centro centralizado para todos os registros de UAPs. Esta iniciativa, determinada pela Lei de Autorização de Defesa Nacional de 2024, visa coletar e tornar publicamente acessíveis todos os registros governamentais relacionados a UAPs”.
🚨BREAKING: @USNatArchives has launched a centralized hub for all UAP records.
This initiative, mandated by the 2024 National Defense Authorization Act, aims to collect and make publicly accessible all govt records related to UAPs.
Explore here👇🏼https://t.co/W23yK8DzYk
— Rep. Anna Paulina Luna (@RepLuna) April 24, 2025
Segundo a descrição oficial no site do NARA, os documentos serão incorporados ao acervo de forma contínua, à medida que forem recebidos pelas agências federais e passarem pelo processo de desclassificação, ficando disponíveis para o público através do Catálogo dos Arquivos Nacionais. O objetivo central do “Grupo de Registros 615” é reunir “cópias de todos os registros governamentais, fornecidos pelo governo ou financiados pelo governo relacionados a fenômenos anômalos não identificados, tecnologias de origem desconhecida e inteligência não humana (ou assuntos equivalentes por qualquer outro nome com a exclusão específica e única de objetos temporariamente não atribuídos)”.
Contudo, o lançamento do arquivo foi recebido com ceticismo por parte de alguns usuários e entusiastas do tema. Uma crítica recorrente é a ausência de registros considerados cruciais de décadas passadas, como os anos 80 e 90, com a constatação de que, inicialmente, apenas documentos de texto referentes ao período de 2022 a 2025 estão acessíveis. Em resposta à publicação da congressista, um usuário expressou sua desconfiança, comentando: “Isto não é transparência, é apenas mais uma tática para apaziguar temporariamente as massas”.
Diante das críticas, Luna procurou tranquilizar o público, antecipando futuras adições ao acervo. “Haverá divulgações periódicas à medida que mais arquivos forem desclassificados. MUITO mais por vir!”, prometeu a representante. Resta agora aguardar para verificar se a iniciativa se concretizará em um esforço genuíno para trazer luz a um assunto envolto em mistério ou se permanecerá como uma promessa parcialmente cumprida diante do crescente interesse público pelos antigos OVNIs.
Documentos já disponíveis no catálogo do NARA sob o “Grupo de Registros 615” incluem registros da Comissão Reguladora Nuclear relacionados a fenômenos anômalos não identificados, abrangendo o período de outubro de 2015 a dezembro de 2023. Entre os títulos listados, encontra-se “Pilgrim Drone Spotting”. E-mails internos de outubro de 2015 discutem um avistamento em Plymouth, onde policiais locais e a polícia estadual de Massachusetts não conseguiram identificar um objeto voador, cogitando a hipótese de ser um balão meteorológico e referindo-se a ele como um “UFO”.
Em uma das mensagens, Raymond Lorson afirma que a agência “não regula OVNIs, então presumo que não há necessidade de ação adicional”. Brett Klukan questiona em um e-mail: “O que aconteceu com aquilo? Eles eventualmente fizeram um relatório?”. Em resposta, Raymond Lorson menciona que o licenciado não tinha certeza se o objeto era um pássaro, avião, drone ou “superman”. Posteriormente, Dana Caron informa que a última informação que tinha era que poderia ter sido um balão meteorológico.
Nas redes sociais, a repercussão do lançamento do arquivo foi diversa. Usuários como Cliff (@senseicliff) agradeceram a iniciativa como parte de uma possível divulgação e um esforço para restabelecer a confiança pública, comentando: “Obrigado por fazerem parte desta divulgação. Temos especulado sobre este tópico por décadas. É bom ver uma administração dedicada a reconquistar a confiança pública. Não que vocês tivessem escolha, mas nós (que sabemos) apreciamos seu esforço”.
Por outro lado, RICH UNIVERSE (@RichUniverse_) demonstrou ceticismo, afirmando: “Obrigado Luna — nós já sabemos que eles existem. O público está incrivelmente decepcionado com a forma como a transparência está sendo conduzida. As pessoas oram por você e pelos indivíduos no poder que acreditam ter o direito da narrativa da divulgação como se fossem donos dos direitos do filme de Mostrar mais”.
Para alguns especialistas da comunidade UFO, a liberação tem grandes lacunas e ausências em relação a casos já velhos conhecidos da Ufologia, em especial episódios importantes como a suposta queda de Caso Roswell, Socorro entre outros tópicos, levantando suspeitas de que a aparente abertura seja apenas mais uma cortina de fumaça. O fato é que a implementação e a evolução deste novo arquivo serão cruciais para determinar se o governo americano conseguirá realmente atender às expectativas de maior clareza em relação aos UAPs.
