Ex-chefe de empresa que administrou Área 51 alegou saber de ‘disco voador’ recuperado e ‘ser vivo’

Em um episódio recente de seu novo podcast Weaponized, em conjunto com o cineasta Jeremy Corbell, o jornalista investigativo George Knapp jogou mais lenha na fogueira do sigilo do governo norte-americano sobre os óvnis. Ele revisitou a história de um ex-chefe da empreiteira contratada pela Defesa dos EUA para administrar a Área 51. O funcionário teria afirmado ter conhecimento de um disco voador recuperado e de um “ser vivo” na famosa base militar altamente secreta do governo dos EUA, localizada no deserto de Nevada.
E não. O funcionário em questão não era Bob Lazar, figura já bastante conhecida (e controversa) do meio ufológico mundial. Foi Lazar quem revelou ao mundo as operações de engenharia reversa que supostamente aconteciam na Área 51.

Dessa vez tratava-se de Alfred O’Donnell, gerente sênior da EG&G, uma empreiteira da defesa responsável pela administração da Área 51.
Essa história não é exatamente nova. Já foi apresentada antes diversas vezes pelo próprio Knapp, mas poucas vezes com tanta ênfase nas credenciais do entrevistado, afiançadas de forma bastante veemente pelo jornalista.
“Eu estava procurando alguém cujas credenciais eram impecáveis ao contrário de Bob, cujas credenciais foram questionadas e as pessoas ainda o atacam (…) Esse cara é documentado, há uma trilha de papeis por onde ele trabalhou, o que ele fez. Não há dúvida de que ele estava em posição de saber o que disse…”, declarou Knapp.
Ao jornalista, nos anos 1990, O’Donnell teria afirmado que a Área 51 tinha em sua posse um “disco voador recuperado do Novo México” e um “ser vivo”. Curiosamente, O’Donnell comparou a aparência do ser ao ex-candidato presidencial Ross Perot (!), ao contrário do clássico alienígena de aparência cinzento.
No mesmo programa, Knapp também compartilhou uma história sobre uma ex-funcionária de outra empreiteira da Defesa, Holmes & Narver, que teria lhe contado sobre “discos acidentados, materiais recuperados e o que parecia ser um incidente do tipo Roswell”. O jornalista afirmou que ela foi intimidada por agentes desconhecidos antes de uma reunião com ele ser agendada.
As alegações sobre a nave recuperada levaram o funcionário do Congresso e capitão da reserva da Marinha, Charles Richard D’Amato, a investigar o assunto. No entanto, ele não conseguiu verificar as alegações. Na época, D’Amato achou “inteiramente viável que esse acobertamento de óvnis exista dentro de uma empresa privada, como Lockheed Martin, EG&G ou Northrop Grumman”, segundo Knapp.
Apesar da afirmação de Knapp, D´Amato já deu declarações públicas descartando qualquer fundo de verdade em Roswell, por exemplo.
“Um presidente sênior do Comitê do Senado me pediu para conduzir uma investigação preliminar sobre as alegações que chegaram ao seu conhecimento sobre acidentes aéreos não identificados na década de 1940 no Novo México. Eu me encontrei com várias pessoas que fizeram declarações públicas sobre o assunto. Relatei minha conclusão ao senador de que a base para tais alegações não parecia merecer nenhuma investigação adicional do Senado”, já declarou D´Amato.
O consultor falou à época com outros notáveis da Ufologia, como Jacques Vallée e Whitley Strieber, mas ainda assim disse que para além do inquérito que conduziu em nome do senador, não tem opinião pessoal sobre o assunto e “considero o inquérito encerrado há mais de 20 anos”.
Coincidências e conveniências
As lembranças do jornalista Knapp sobre os encontros com O’Donnell surgem depois da legislação aprovada pelo presidente Joe Biden, que fornece proteção a potenciais denunciantes envolvidos em programas secretos não relatados ‘claramente’ e ‘explicitamente’ aos comitês relevantes do Congresso relacionados à suposta recuperação e reversão de engenharia de potenciais naves não humanas.

Se as alegações feitas por O’Donnell a Knapp forem verdadeiras, o envolvimento histórico da EG&G no tópico UAP pode ser significativo. A EG&G foi um participante crucial no programa de armas nucleares dos EUA e administrou a Área 51, que reunia muitos ativos nucleares norte-americanos.
O ex-funcionário da EG&G já faleceu, mas pouco antes de sua morte teria prometido a Knapp entregar uma gravação com seu depoimento — registro que ele nunca antes teria deixado Knapp fazer. No programa, o jornalista dá a entender não estar de posse da gravação (tampouco afirma o contrário): diz apenas saber que a fita existe, confirmada pelo próprio O’Donnell e depois pelo seu filho, Bill O’Donnell, um ex-político de Nevada que foi apresentou Knapp ao pai.
A escolha do momento para revisitar essa história é bem sugestiva. Enquanto o Congresso pressiona o governo para pesquisar mais a respeito dos UAP, o Pentágono vem usando o argumento da defesa nacional para conseguir mais apoio — e principalmente verbas — para ampliar projetos ligados à investigação dos óvnis. Parte da investigação do Escritório de Resolução de Anomalias de Todos os Domínios do Pentágono (AARO) se concentra atualmente justamente numa a possível conexão entre ativos nucleares e a atividade de UAPs.
É possível acompanhar o episódio completo abaixo. Estão disponíveis legendas em versão traduzida automaticamente para português:
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