Identificar buracos de minhoca pode ser chave para achar vida alienígena, defende astrofísico

Identificar buracos de minhoca pode ser chave para achar vida alienígena, defende astrofísico
Identificar buracos de minhoca pode ser chave para achar vida alienígena (Imagem ilustrativa - Pixabay)
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A busca por evidências de vida fora do planeta Terra sempre atraiu a curiosidade do ser humano. Por séculos, os terráqueos estavam limitados às pesquisas feitas na superfície do planeta e à observação do céu. A evolução da tecnologia criou novas oportunidades e métodos de busca por vida alienígena. Para a Ciência, contudo, os dados obtidos com a utilização das novas tecnologias, aparentemente, mostravam um universo vazio e morto.

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Recentemente, no entanto, junto com novas análises e equipamentos de investigação, surgem cada vez mais vozes dentro da Ciência tradicional apontando que as provas da vida extraterrestre – inteligente, diga-se – podem estar no universo observável. O problema é que os métodos de análise e observação usados até agora podem ser responsáveis por não ter sido encontrada a prova concreta.

O astrofísico Fumio Abe, professor e pesquisador no Instituto de Pesquisa Espacial da Universidade de Nagoya, declarou à revista Science Focus que a prova da existência vida extraterrestre pode estar em posse de alguns estudiosos ou institutos que analisam o espaço.

O cientista acredita que pesquisadores e institutos podem ter dados que comprovam a existência de estruturas espaciais conhecidas como “buracos de minhoca” sem terem notado, pois não compreenderam ou não analisaram corretamente os dados captados.

O professor da Universidade de Nagoya acredita que a existência dessas estruturas demonstraria a atividade de espécies sencientes e com avançada tecnologia.

Buracos de minhoca são estruturas teóricas, comumente apresentadas em obras de ficção científica, que funcionam como distorções no espaço-tempo. Também chamadas de Pontes de Einstein-Rosen, essas distorções tornariam possíveis longas viagens espaciais em pequenos períodos de tempo. Na opinião de alguns teóricos, os buracos de minhoca poderiam funcionar como obras de infraestrutura para viagens espaciais.

“Intrinsecamente instável, um buraco de minhoca precisaria de uma gigantesca gravidade repulsiva para permanecer aberto e uma quantidade de energia equivalente à emitida pela soma de inúmeras estrelas de uma galáxia. (…) Se extraterrestres construíram uma rede de buracos de minhoca, seria possível detectá-la pelo uso de microlentes gravitacionais”, postula o astrofísico.

O efeito de microlentes gravitacionais é um conjunto de técnicas de captação de dados astronômicos que possibilita a observação de corpos celestes. Essas técnicas de observação criadas a partir da Teoria da Relatividade de Albert Einstein. Funcionam por meio da observação conjunta de duas estrelas sobrepostas: de um ponto de vista na Terra, o campo gravitacional de um astro no meio do caminho deforma ou amplia a luz de outro corpo celeste no lado oposto, funcionando como uma lente. Com a aplicação dessa técnica os estudiosos podem conseguir ver detalhes que astros mais distantes ou menores.

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“Se os buracos de minhoca têm raios de garganta entre 100 e 10 milhões de quilômetros, estão ligados à nossa galáxia e são tão comuns quanto estrelas comuns, a detecção pode ser alcançada reanalisando dados passados”, disse Abe à Science Focus.

Recentemente, os membros do Projeto Galileo receberam a missão de reavaliar os dados e as pesquisas referentes ao sistema solar terrestre para buscar resquícios de estruturas e de atividades extraterrestres.

O projeto é formado por um grupo de pesquisa científica e apoiadores encabeçado pelo astrofísico Avi Loeb, catedrático da Universidade de Harvard e dedicado ao estudo e à identificação de corpos e objetos interestelares que viajam pelo espaço. A iniciativa consiste no treinamento de programadores e pesquisadores e no desenvolvimento de aplicações de análise de dados.

O Galileo tentará encontrar, nos dados compartilhados por diversas instituições, provas que apontem para a existência de megaestruturas espaciais, como as teóricas Esferas de Dyson, de resquícios e restos químicos provenientes da poluição do espacial, da utilização de velas espaciais e da observação de buracos de minhoca, entre outros alvos. Loeb chegou a propor até mesmo usar dados de satélites para criar uma rede de observação de possíveis manifestações óvnis (UAPs) na atmosfera da Terra.

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Se no início o avanço das tecnologias de observação do espaço trouxeram a impressão que o universo está vazio e morto, a evolução dos métodos e critérios era uma etapa previsível. E diante da gigantesca quantidade de dados produzidos, os próprios pesquisadores ainda não conseguem determinar o que deve ser procurado, ou de que forma.

As novas gerações de investigadores e equipamentos estão lentamente demonstrando que a busca precisará ser ampliada com aumento do processamento de dados, ajuda de inteligência artificial e o desenvolvimento de aplicações que trabalhem partindo de novos critérios. O Projeto Galileo é um dos pioneiros a defender novas abordagens. Mesmo assim, as palavras do astrofísico Fumio Abe mostram que, na evolução da busca por vida alienígena, mesmo a reanálise de dados já produzidos e eventualmente descartados pode ser fundamental.

Queiroz Fortaleza

O autor é leitor de causos inexplicáveis e colaborador do Portal Vigília

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