James Webb: NASA mostra imagem profunda do Universo e apresenta primeiros alvos
Muita expectativa está sendo depositada no potencial do telescópio James Webb em revelar novos segredos do Universo. Para dar uma palinha do seu poder de captar imagens incríveis do espaço, a NASA divulgou na última semana a imagem que é considerada uma das mais profundas do Universo já registradas.
A divulgação foi feita como uma espécie de “esquenta” do que está por vir no dia 12 de julho de 2022, data na qual a agência anunciou que divulgará as primeiras imagens científicas produzidas pelo equipamento.
Talk about an overachiever!
Gaze at this test image — an unexpected & deep view of the universe — captured by Webb’s Fine Guidance Sensor (FGS) in May. Built by @csa_asc to point Webb precisely at targets, taking glamour shots isn’t even FGS’s main job: https://t.co/aQUAFHcNV5 pic.twitter.com/uYoh4t8PX2
— NASA Webb Telescope (@NASAWebb) July 6, 2022
De fato, conforme a agência espacial informou, o instrumento responsável pela imagem profunda nem é um dos principais do mais caro telescópio espacial já colocado em órbita. Trata-se do equipamento “Fine Guidance Sensor” (FGS), usado basicamente para identificar e localizar precisamente os alvos das fotos que serão obtidas pelos instrumentos científicos.
A imagem final é formada por uma composição de 72 registros, obtidos ao longo de um período de 32 horas de exposição. Os especialistas da Agência Espacial Canadense, responsáveis pela construiu o FGS, destacaram no entanto que o registro não tem de fato valor científico.
Em comunicado, a NASA informou que o alvo nesta foto era a estrela HD147980 e ela foi produzida durante o que a agência denomina como “teste de rolagem”, condição em que a câmera segue apontada para seu objeto de estudos mesmo enquanto o todo o telescópio rotaciona para se posicionar melhor.
Os primeiros alvos científicos do James Webb
A agência espacial norte-americana também já anunciou quais serão os cinco primeiros alvos científicos da missão, cujas imagens começarão a ser divulgadas dia 12 de julho. Serão inicialmente galáxias muito distantes, nebulosas e um planeta gigante gasoso.
O primeiro alvo será a nebulosa Carina, localizada a cerca de 7.600 anos-luz da Terra. Também estão na lista a Nebulosa do Anel do Sul, uma imensa nuvem de gás a cerca de 2.000 anos-luz da Terra, o Quinteto de Stephan — primeiro grupo compacto de galáxias descoberto, em 1787; e o aglomerado de galáxias SMACS 0723, que funcionará como uma espécie de lupa cósmica para enxergar outras galáxias atrás, muito mais distantes, usando a técnica de “lente gravitacional”.
Um dos experimentos mais aguardados, no entanto, será um dos primeiros testes para a função que mais anima os cientistas no James Webb: entender os exoplanetas e ampliar a busca por sinais de vida extraterrestre. Por isso, na próxima terça-feira, também será publicada a primeira espectroscopia direta feita pelo James Webb, método que serve para determinar a composição química de objetos distantes.
Para isso, o telescópio apontou seus instrumentos para o WASP-96b, um planeta gigante gasoso descoberto em 2014. O astro está localizado a espantosos a 1.150 anos-luz e sua massa equivale a cerca de metade da massa de Júpiter.
A observação direta de exoplanetas e seu potencial para identificar bioassinaturas de vida extraterrestre ou, quem sabe, tecnoassinaturas de civilizações inteligentes traz grande expectativa para o futuro da exploração do espaço através dos espelhos do James Webb.
_____________________
LEIA TAMBÉM:
36 civilizações extraterrestres podem coexistir na nossa galáxia
Telescópio James Webb consegue primeira imagem única de estrela alvo
PANOSETI e as novas tecnologias na busca por extraterrestres
Cientistas chineses dizem que podem ter captado sinais de extraterrestres