Cientistas chineses dizem que podem ter captado sinais de extraterrestres
O alerta veio da China: cientistas que trabalham no FAST, um gigantesco telescópio apelidado de “Olho do Céu”, garantem que podem ter captado os primeiros sinais inequívocos de seres extraterrestres. O jornal oficial do Ministério da Ciência e Tecnologia da China, Diário de Ciência e Tecnologia, reportou que os pesquisadores encontraram “vários casos de possíveis traços tecnológicos de civilizações de fora da Terra”.
Com o nome literal de Telescópio Esférico de Rádio de Abertura de 500 metros, o FAST, da sua sigla em inglês, é mais sensível radiotelescópio do mundo dedicado à busca SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence – ou busca por inteligências extraterrestres). É também o maior telescópio de prato individual do planeta.
Localizado em Guizhou, uma província montanhosa no sudoeste da China, o equipamento é utilizado desde 2020 na busca por vestígios de vida alienígena, pesquisando a fundo um tipo específico de ondas de rádio frequência conhecido como FRBs, ou rajadas rápidas de rádio.
As FRBs são velhas conhecidas dos radioastrônomos; embora sua origem ainda não seja compreendida, é bastante sólida entre os cientistas a opinião de que tratam-se de ondas provocadas por algum evento astronômico comum.
Histórico de detecção de sinais anômalos
Em parceria com cientistas da Universidade da Califórnia, nos EUA, os pesquisadores da Universidade Normal de Pequim (BNU) já haviam identificado dois grupos de FRBs em 2019 que chamaram sua atenção. Foram mais de 1,5 sinais misteriosos foram captados — exatamente 1.652 “rajadas” — num intervalo de apenas 47 dias a partir de 29 de agosto de 2019.
Na época, apesar de já ponderarem a possibilidade alienígena, nos estudos publicados os cientistas foram muito mais cautelosos. Na detecção deste ano, porém, alguma coisa mudou.
O cientista chefe da equipe de pesquisa de civilizações extraterrestre da China no departamento de astronomia da BNU, Zhang Tongjie, afirma que, desta vez, o FAST identificou “vários sinais eletromagnéticos de banda estreita diferentes do passado”. Por seu trabalho, Tongjie já vem sendo chamado pela imprensa chinesa de “o maior caçador de alienígenas do país”.
“A possibilidade de que o sinal suspeito seja algum tipo de interferência de rádio também é muito alta, e precisa ser confirmada ou descartada”, disse Tongjie. “Este pode ser um processo longo”.
Peng Bo, diretor do Laboratório Central do FAST e membro da Academia Chinesa de Ciências foi ainda mais enfático. Ele chegou a declarar publicamente que os sinais recebidos pelo telescópio provavelmente são sinais de civilizações alienígenas, “mas não tivemos tempo de identificá-los”.
Jogada de marketing para promover avanços
Apesar do alarde, o momento é de cautela, como observou o jornalista do portal SpaceNews, especializado no programa espacial chinês, Andrew Jones. Em sua conta no Twitter, ele escreveu:
“Há alguns relatos de que o radiotelescópio FAST de 500 metros de abertura em Guizhou, na China, detectou candidatos a sinais de inteligência extraterrestre, incluindo um sinal suspeito de observação de exoplanetas. Isso é interessante, mas não fiquemos muito animados”
There’s some reporting that the 500-meter aperture FAST radio telescope in Guizhou, China has detected candidates for signals from extraterrestrial intelligence, including a suspicious signal from exoplanet target observation data. This is interesting, but don’t get too excited.
— Andrew Jones (@AJ_FI) June 14, 2022
Jones tem acompanhado de perto, além dos avanços tecnológicos do programa espacial chines, o esforço de propaganda do governo daquele país para promover suas conquistas espaciais e ganhar a simpatia do público ocidental na corrida pela exploração do espaço. Ele foi um dos primeiros a noticiar, por exemplo, quando o rover chinês Yutu-2, componente da missão Chang’e 4) fotografou uma formação curiosa, supostamente em forma de “cubo”, no lado oculto da Lua.
A própria agência espacial chinesa (CNSA), à época, tratou de dar um nome ainda mais sugestivo ao objeto: “Cabana Misteriosa”. No final, destacando as melhorias na missão que aceleraram a chegada do rover próximo da rocha, a repercussão esfriou. Afinal, era apenas… uma rocha.
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