No Twitter, deGrasse pede motor de dobra espacial e Musk responde!

O astrofísico e famoso divulgador de ciência norte-americano Neil deGrasse Tyson usou sua conta na rede social Twitter na noite desta sexta-feira, 6 de dezembro, para um pedido inusitado. Ele perguntou ao bilionário fundador da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, quando ele encontraria um tempo diário entre foguetes para Marte, Hyperloops, caminhões elétricos e interfaces cérebro-máquina para “transformar em amplos recursos para desenvolver um motor de dobra [espacial]” (Warp Drive).
Não demorou a receber uma resposta igualmente bem humorada mas realista do criador do foguete Falcon Heavy e incentivador da colonização marciana: “se nós criarmos uma cidade em Marte, a viagem Terra-Marte será uma força poderosa para a invenção de algo como o motor de dobra”, disse Musk.

Talvez a resposta de Musk não seja de todo apenas uma divertida divagação. A corrida espacial dos anos 50 e 60, que culminou com a chegada do homem à Lua, promoveu enormes avanços no campo da engenharia e das ciências espaciais (entre inúmeras outras áreas). E naquele tempo não tínhamos supercomputadores e nem sequer imaginávamos algo parecido com o poder de processamento da computação quântica…
O visionário empreendedor que defende o estabelecimento de uma colônia humana em Marte já é responsável pela proeza de desenvolver o primeiro sistema de lançamentos espaciais com veículos totalmente reaproveitáveis. A série Falcon, com seu mais recente integrante, o Falcon Heavy, têm uma enorme capacidade de carga. A SpaceX já anunciou a próxima geração, o BFR (de Big Falcon Rocket), que será responsável por levar ao espaço sua Starship, espaçonave em desenvolvimento que terá a capacidade de levar 100 passageiros de uma só vez.

Para concretizar a criação de sua cidade em Marte, Elon Musk tem expandido rápida e ferozmente as fronteiras da exploração privada do espaço. Em tempos de pesquisas com “motores impossíveis” como o EmDrive e avanços acelerados em todos os campos da ciência — apesar da involução de uma parte dessa geração, que resolveu acreditar em terra plana e renegar todo o conhecimento que permite comunicação via satélite e localização por GPS — o desenvolvimento de algo equivalente a uma viagem em velocidade de dobra pode não ser algo inalcançável.
Na ficção, dobra espacial garante viagem mais rápida do que a luz
O conceito de motor de dobra espacial, ou velocidade de dobra espacial (Warp Drive), foi uma das ideias que permitiu às histórias de ficção científica transformar a humanidade numa civilização intergaláctica e até fazer contato com inteligências alienígenas. Tendo a série Star Trek como uma de suas principais divulgadoras, a dobra espacial é uma forma de propulsão mais rápida que a luz (Faster Than Light ou FTL). Em teoria, funciona contraindo o espaço à frente de uma nave e expandindo o espaço atrás dela permitindo cobrir distâncias inimagináveis sem os problemas associados à dilatação do tempo. Outro conceito igualmente criado pela ficção para a viagem interestelar, um pouco diferente, é o hiperespaço.
Embora conceitos assim tenham de fato nascido na ficção científica, ganharam força ao longo dos avanços no campo da matemática e da física nos últimos tempos. Uma tecnologia candidata a Warp Drive tem encontrado repercussão em estudos sérios de pesquisadores como o físico teórico Miguel Alcubierre (Propulsão Alcubierre), e Harold “Sonny” White, chefe do laboratório de propulsão avançada da NASA, a agência espacial dos Estados Unidos.
É só usar rubídio superfluido e uma combinação específica de ondas eletromagnéticas para gerar um efeito bosenova, depois um wormhole magnético para jogar energia escura na parte de trás da nave, e matéria escura (ou complexo de grávitons) na frente da nave.Vou ter que fazer isso sozinho, pelo visto.