Relatos de raios estranhos e condições atmosféricas incomuns: seriam UFOs?
Algumas condições atmosféricas raras ou raios incomuns ainda hoje induzem desde entusiastas até observadores experientes a criarem, por vezes, associações aos UFOs.
No final de janeiro deste ano uma animação explicando a formação dos chamados blue jets — rajadas de luz azul emitidas das nuvens em direção ao espaço durante tempestades — ganhou as páginas de portais de notícias e as telas de emissoras de TV como se os fenômenos fossem uma grande novidade.
Acima: animação desenvolvida por Daniel Schmelling, da DTU Space/Mount Visual
Os “blue jets” são fenômenos já bem conhecidos, embora ainda não completamente entendidos. São espetáculos da natureza com emissões similares às de outro fenômeno curioso, os “red sprites” (como o nome em inglês sugere, as “fadas” ou “duendes” vermelhos).
Mas o sucesso da animação desenvolvida por Daniel Schmelling, da DTU Space/Mount Visual para os blue jets demonstra o fascínio que raros fenômenos atmosféricos ainda exercem.
Por isso é bastante comum que a Ufologia se depare com relatos de suspeitas de fenômenos ufológicos a partir de registros, em vídeos ou fotos, de condições climáticas ou atmosféricas inusitadas e incomuns.
Uma bola escondida nos raios?
Recentemente dois destes registros chegaram à redação do Portal Vigília que consultou o especialista Ricardo Varela Correa, engenheiro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em busca de explicações para as imagens. Veja um resumo desses vídeos ao final.
No primeiro caso, uma tempestade elétrica à noite em São Gotardo, município de Minas Gerais, chamou a atenção da testemunha que começou a gravar os raios. Seu filho foi quem fez contato com o Portal Vigília para enviar a gravação. As imagens foram feitas na fazenda da família, no dia 8 de fevereiro de 2021, às 20h30.
“Meu pai avistou uma bola de luz/fogo enorme em meio a uma furiosa tempestade de raios (como ele nunca tinha visto na vida) ‘do tamanho de um sol’ ele disse. Como o vídeo mostra é impressionante e dramático, pois dá para ver o objeto recebendo e ‘disparando’ os raios”, descreveu o leitor.
“Eu tinha acabado de sair da fazenda e não pude ver o fenômeno. Ainda bem que ele conseguiu gravar em seu celular. Meu pai acha que os ‘discos’ se abastecem com eletricidade pois sempre dizem que onde aparece óvnis acaba a luz!”, ponderou o leitor, que preferiu manter-se anônimo.
Furos e camadas de nuvem diferente, diz especialista
Apesar de suposição do pai da testemunha sobre eletricidade e óvnis encontrar correlação na história da Ufologia, desta vez não foi exatamente isso que a câmera do celular captou. Seguindo o especialista Ricardo Varela Correa, a estrutura das nuvens em camadas vistas no vídeo é a responsável para ilusão de um objeto de onde partiriam os raios.
“O relâmpago inicia acima das nuvens. A ‘bola’ nada mais é que um buraco nas nuvens mais baixas e a luminosidade acima aparece. Os relâmpagos ocorrem do solo à nuvem e entre nuvens, ou dentro de uma nuvem”, explicou Varela.
Raios em feixes de luz também associados a UFOs
Outra leitora do Portal Vigília também enviou imagens de luzes incomuns durante uma tempestade de raios. O fenômeno ocorreu no dia 11 de março de 2021, em Curitiba (PR), por volta das 17h.
Moradora do bairro de Santa Quitéria, Carla Eduarda Dias teve sua atenção desviada para a janela quando ouviu um trovão “na mesma frequência audível de um trovão, só que contínuo”.
“Então corri na janela observar o que era. Quando vi estes flashes de luz, corri pegar o celular para filmar. Meus passarinhos ficaram enlouquecidos, meus cães também”, relatou a leitora.
Suas imagens de fato registram curiosos flashes de luz que, observados quadro a quadro, se parecem com um feixe perfeito em direção ao solo.
“Estes flashes caiam em zig-zag, em locais diferentes. Foi possível observar os flashes sem a câmera. Observei por um tempo antes de filmar”, contou Carla.
Segundo Varela, a explicação para o formato de feixe dos relâmpagos registrados em Curitiba é similar ao fenômeno anteriormente descrito, causado por buracos nas nuvens.
“Buracos nas nuvens implicam em flashes mesmo. O relâmpago entre nuvens, tendo um buraco abaixo, parece um feixe paralelo de lanterna. Quanto a incomodar animais, o rompimento do dielétrico do ar, gera frequência acima de 20khz (detectado pelo ouvido humano), que incomoda os caninos e felinos”, explica o pesquisador.
Apesar de ser um fenômeno natural, Varela destaca que a imagem captada por Carla foi uma façanha.
“Esses feixes verticais são interessantes e eu diria que são raros. O registro pelo celular depende da sua qualidade. Nos celulares médios, as lentes são de acrílico e não registram bem o espectro luminoso”, concluiu o especialista.
E você, já viu raios ou fenômenos atmosféricos incomuns e achou que eram UFOs ou ficou na dúvida? Conta pra gente nos comentários abaixo ou no Fórum do Portal Vigília!
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