Revelações sobre Caso Kingman e recuperação de tecnologia alienígena criam novo “Roswell”
Uma troca de mensagens divulgada recentemente por Christopher Mellon, ex-subsecretário adjunto de Defesa para Inteligência dos EUA, sugere que autoridades do governo de seu país podem ter tido acesso a tecnologia alienígena recuperada numa operação secreta do início da década de 1950. Esse vazamento reacende o polêmico caso Kingman de 1953, no Arizona.
Em um artigo de 22 de abril de 2024, Mellon compartilha mensagens que trocou com um alto funcionário governamental alegando estar recebendo insights sobre um suposto programa de recuperação e exploração de tecnologia alienígena pelos EUA. “Estou recebendo acesso ao Programa de Recuperação e Exploração de Tecnologia Alienígena”, diz o funcionário não identificado a Mellon, fornecendo até mesmo o nome de um suposto “guardião” da Força Aérea para os dados dessa operação secreta.
O ex-subsecretário decidiu falar sobre toda a história depois que conversas privadas suas com Sean Kirkpatrick, ex-diretor do programa de investigação de OVNIs dos EUA, foram publicadas pelo Departamento de Defesa dos EUA em resposta a um pedido via FOIA (lei de liberdade de informação dos EUA).
“A divulgação me surpreendeu, mas não me ofendeu, pois sou um forte defensor da transparência governamental. No entanto, também me lembrou de outra mensagem do Signal que o público pode achar interessante…”, justificou Mellon no artigo.
Na troca de mensagens vazada, o funcionário com quem o ex-subsecretário discutia relacionou direta e explicitamente a operação secreta ao caso Kingman. No episódio, de acordo com o historiador Harry Drew, testemunhas relataram uma frota de oito naves tipo “discos voadores” envolvidas em um suposto combate aéreo. Três dessas aeronaves misteriosas teriam caído.
“Encontrei provas de que equipes militares acamparam no exato local da queda” com latas de comida militar datadas de 1953, disse Drew em uma citação de 2020 no site Mysterywire. “Uma das máquinas foi essencialmente intacta, sem um arranhão”, acrescentou ele.
Drew pesquisa o episódio há muitos anos e acredita que os verdadeiros culpados pelo acidente foram poderosos radares experimentais instalados perto de Kingman, não os testes nucleares em Nevada. Embora controverso, ele documenta não apenas as quedas, mas como as aeronaves foram transportadas secretamente para Nevada.
Sem revelar seu interlocutor, Mellon admite que o autor da mensagem agora alega que ter-lhe-iam posteriormente negado acesso ao suposto programa, apesar de ainda acreditar que existem materiais recuperados. De toda forma, o ex-subsecretário revelou que entregou uma cópia não censurada da mensagem a membros do Congresso.
Diante das negativas categóricas do governo sobre qualquer coisa relacionada à vida extraterrestre, Mellon diz: “A maioria das pessoas, recebendo informações desse tipo de um alto funcionário do governo, naturalmente levaria o assunto a sério”.
Com mais de 1.000 relatos militares de UAPs (objetos anômalos não identificados) apenas nos últimos anos e misteriosas violações de espaço aéreo restrito, Mellon enfatiza a necessidade urgente de investigações robustas, independentemente da verdade por trás das alegações de recuperação de tecnologia alienígena.
O enigmático Caso Kingman de 1953
O caso Kingman de 1953 emerge como um enigma paralelo ao mais famoso episódio do tipo envolvendo um suposto UFO acidentado, o Caso Roswell. Enquanto Roswell ganhava notoriedade anos depois, o caso de Kingman já estava nos holofotes da imprensa local em 1973, quando um ex-técnico da Base de Testes de Nevada, Arthur Stansel, veio a público.
Stansel alegou que em maio de 1953 ele e sua equipe foram enviados de Indian Springs (atual Base Aérea de Creech) para um local remoto no deserto do Arizona para recuperar uma aeronave experimental secreta que tinha caído. Segundo ele, a nave estava muito além de qualquer tecnologia conhecida.
O historiador Harry Drew passou uma década investigando o caso e diz ter encontrado provas de que três objetos voadores não identificados caíram perto de Kingman naquele período. Um teria sido destruído ao bater em uma montanha, outro foi encontrado intacto no deserto e um terceiro caiu perto de um reservatório após raspar um penhasco.
As datas coincidem com a Operação Upshot-Knothole, uma série de explosões nucleares massivas realizadas pela Comissão de Energia Atômica no Sítio de Testes de Nevada em abril e maio de 1953.
Enquanto o caso Roswell só veio à tona em 1980, com o livro “The Roswell Incident” de Charles Berlitz e William L. Moore, Drew afirma que o evento em Kingman recebeu cobertura inicial já em 1973, no Arizona Days, um jornal local. No entanto, as informações permanecem escassas se comparadas à miríade de relatórios, entrevistas e controvérsias envolvendo Roswell.
Revelações contradizem todo o discurso oficial de negação
O pesquisador brasileiro Rony Vernet analisou as recentes revelações de Christopher Mellon em um fio no X (antigo Twitter) e em um vídeo em seu canal no Youtube, destacando vários aspectos impactantes e polêmicos. Segundo Vernet, de acordo com o oficial sênior do Pentágono, já em 2020 havia progresso significativo na obtenção de informações sobre um suposto programa de recuperação e engenharia reversa de OVNIs. Alguns detalhes cruciais teriam sido descobertos, como a identificação da estrutura e órgão governamental responsável, bem como do órgão que realiza as recuperações de OVNIs pousados ou derrubados.
🚨Chris Mellon , ex-assessor de inteligência da Presidência dos EUA, revelou uma troca explosiva de mensagens entre ele e um oficial sênior do Pentágono que confirmam o pouso e a recuperação de um OVNI em Kingman, no Arizona, na década de 50. Segue o fio 👇🧵 pic.twitter.com/pLWzlLVJna
— Rony Vernet 🇧🇷 (@RonyVernet) April 22, 2024
Vernet também destacou que o vazamento ajudou a identificar a autoridade encarregada de comandar essas operações de recuperação e lembrou de um memorando da Força Aérea dos EUA, em vigor desde os anos 50, responsável por manter informações sobre OVNIs em sigilo. Outro aspecto impactante, para Vernet, é a alegada identificação de um “guardião” das informações sobre OVNIs dentro da Força Aérea, um oficial civil de alto escalão, equivalente a um general de quatro estrelas..
O pesquisador brasileiro sugere as revelações de Mellon como uma resposta ao vazamento das conversas privadas com Sean Kirkpatrick são uma retaliação mais profunda do que parece. Isso porque Kirkpatrick tentou usar a conversa para tentar prejudicar a credibilidade do denunciante David Grusch.
Uma vez que Kirkpatrick tem se transformado num símbolo da negação do governo dos EUA sobre a suposta posse de tecnologias não humanas, como defendem vários “denunciantes UFO” nos últimos meses, as novas informações sobre Kingman abalam fortemente os alicerces da narrativa governamental de completo desconhecimento sobre o tema.
